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Mercado nacional de bebidas sem álcool abastecido de novidades

  • Foto do escritor: Sônia Apolinário
    Sônia Apolinário
  • 8 de jul.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 10 de ago.


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Suco e chá gaseificados; café na lata com nitro ou tônica. Esses são exemplos de novidades recém-chegadas ao mercado nacional para abastecer a prateleira de bebidas sem álcool. Todas devidamente produzidas no Brasil.

 

A aposta dos empresários por trás das marcas Beba Brisa, Sanpê Coffee e Brazô é baseada em uma tendência de consumo detectada entre a chamada Geração Z.  

 

Pesquisas indicam que essas pessoas, nascidas entre 1995 e 2010, adotam cada vez mais um estilo de vida saudável, que passa longe de bebidas alcoólicas e refrigerantes – o que não significa, porém, encher o copo apenas de água. Muito pelo contrário.

 

Criar bebidas funcionais, saborosas e saudáveis é o desafio para conquistar um mercado potencial estimado em US$ 4 bilhões ao ano, até 2028, segundo dados da consultoria IWSR, especializada no mercado de bebidas.

 

Ainda de acordo com a IWSR, o setor de bebidas não alcoólicas cresce 7% ao ano globalmente, enquanto no Brasil esse crescimento chega a 10% ao ano.

 

 

Brisa 


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Zero sódio, zero açúcar, zero glúten. Muito prazer, Beba Brisa. A bebida gaseificada foi lançada no mercado em fevereiro passado em quatro opções de sabores, em latas de 269 ml: ginger ale; limão com alecrim; água de coco com grapefruit e menta; e água de coco com uva verde.

 

Bernardo Peret, sócio da marca, não gosta muito de chamar sua Brisa de refrigerante, prefere suco gaseificado. Segundo ele, a bebida é feita com ingredientes naturais, inclusive o aromatizante. As com água de coco são feitas com 60% de água de coco natural.

 

O gás é menos intenso do que os refrigerantes convencionais: 2.2 contra 3.5. Os produtos têm validade de um ano de prateleira.

 

Ex-Red Bull, Peret fundou sua empresa em 2023, em São Paulo. Para desenvolver seus produtos, convocou a engenheira de alimentos Juliana Burger.

 

- Passei para ela sabores de suco que eu gosto de beber. Criamos, ao todo, 12 sabores. Temos planos de lançar outros quatro em três anos – informou Peret.

 

A produção é terceirizada, feita em uma fábrica na cidade paulista de São Roque. Agora, as latinhas coloridas começam a chegar em pontos de venda nas cidades do Rio de Janeiro (com previsão de Niterói, em setembro), São Paulo, Porto Alegre e Brasília.

 

- O mercado para esse tipo de bebida vai crescer muito. As pessoas diminuíram o consumo de açúcar e isso não tem volta porque se tornou um novo hábito. De qualquer maneira, é tudo  muito desafiador, mas nossos produtos estão tendo uma aceitação melhor do que podíamos imaginar – disse ele.

 

Brazô

 


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Na Brazô, o que se saboreia é chá gaseificado. A empresa de Porto Alegre (RS) foi fundada em 2019 por Ana Lúcia Siqueira e Marília Siqueira, mãe e filha.

 

O ponto de partida foi a experiência da Ana em mais de 20 anos em fabricação de produtos premium e naturais - com uma fábrica de iogurtes naturais até 2017.

 

- Vimos uma oportunidade no mercado para produtos prontos que trouxessem praticidade e muito sabor para ajudar as pessoas a se alimentarem bem em qualquer lugar e focado em ingredientes vegetais – explicou.

 

Já Marília chegou com sua bagagem na área de comunicação e marketing para dar corpo ao lifestyle com o qual a Brazô se identifica “onde o autocuidado é associado a pequenas pausas no dia a dia para relaxar e curtir momentos só seus”:

 

- Nossa família não toma refrigerantes e sentimos falta de uma bebida que pudesse acompanhar as refeições com muito sabor, trazendo a refrescância do gás, mas livre de elementos químicos e açúcar – disse ela.

 

Atualmente, a linha da Brazô é formada por cinco sabores em duas opções de embalagem (long neck 350ml e lata 269ml): capim-limão com frutas amarelas, capim-limão com frutas vermelhas, chá verde com tangerina, mate com limão e hibisco com pêssego. Segundo as sócias, todas as bebidas são sem adição de açúcar ou conservante e têm baixa caloria.

 

Novos sabores estão previstos para serem lançados em 2026. Os produtos são encontrados em várias cidades. Em Niterói, no  HNT-Hortifruti, Casafruti e Aflora Produtos Naturais

 

Sanpê



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A Sanpê Coffee tem dois rótulos: Nitro Cold Brew e Cold Brew Tônica (espresso com limão siciliano). Antes de mais nada, explica-se que cold brew é um café extraído a frio, com sugestão de ser bebido gelado.

 

Até 2022, a empresa era uma cafeteria com duas unidades: Porto Alegre e Gramado, no Rio Grande do Sul. Um dos hits dos estabelecimentos era o café espresso com tônica artesanal, feita na casa com xarope de limão siciliano.

 

- Eu tinha vontade de colocar algumas bebidas em lata. Com a enchente em Porto Alegre, ano passado, fechamos as lojas e partimos para o desenvolvimento de bebidas para latas – contou Tiago Fiamenghi, Head da marca.

 

Sim, ele sabe que o cold brew ainda não tem um mercado consolidado no Brasil. Mas depois de dez meses de testes e cerca de 100 litros de café “jogados fora”, Tiago chegou à conclusão que tinha um belo e original produto nas mãos.

 

O ponto de partida é, claro, o café. Um catuai vermelho, 100% arábica, da Mantiqueira mineira com 84 de pontuação o que o classifica como especial. Uma produção pequena tocada pela quarta geração da mesma família de cafeicultores.

 

Para o desenvolvimento do produto, foi convocado Jorge Alexandre que durante 30 anos trabalhou na indústria nacional de refrigerante – ele montou a Pepsi no Rio Grande do Sul.

 

- Ele trouxe toda a inteligência para que bebida fosse segura. Temos um ano de validade e isso é muito importante – informou Fiamenghi.


O nitrogênio chegou a partir de inspiração de outros produtos como alguns servidos pela  Starbucks, por exemplo. Porém, na rede gringa de cafeteria, o cold brew nitro é tirado como um chope. A principal referência de nitro em lata é, mesmo, a cerveja Guinness.

 

O uso do nitrogênio na Sanpê tem o mesmo objetivo: obter o efeito “cascata” da espuma, criando aspecto de cremosidade e “aveludando” o paladar.

 

Na produção, o nitro entra em dois momentos: após 14h de extração a 3,5 graus, no tanque, com infusão do gás nitrogênio e no envase, com nitrogênio líquido.

 

Já o Cold Brew Tônica usa a mesma base (sem nitro) com adição de água tônica e óleo essencial de limão siciliano. É carbonatada, ou seja, é levemente gaseificada.

 

- São bebidas extremamente refrescantes, pensadas nos novos consumidores. Têm complexidade de consumo baixo e podem ser bebidas o ano todo. No Brasil, a cultura do café quente não será quebrada, mas o café frio pode entrar na rotina, inclusive, via driques. A Geração Z está puxando esse hábito do cold brew porque são pessoas que não gostam de beber café quente – afirmou Fiamenghi.

 

Segundo ele, nos Estados Unidos, em 2022, 75% dos cafés vendidos na Starbucks eram gelados. Na sua opinião, esse mercado, no Brasil, vai levar cerca de sete anos para amadurecer. Sendo assim, exportar Sanpê faz parte dos planos, principalmente, para o mercado asiático. Como a produção é feita em fábrica terceirizada (em Guaporé, na serra gaúcha), nada impede que os rótulos sejam feitos em outros locais, se isso vier a facilitar a distribuição pelo país.

 

O Sanpê, explicou, foca não somente o mercado das bebidas não alcoólicas, mas funcionais. Isso porque o café extraído a frio tem mais cafeína do que um cafezinho normal e menos acidez, ou seja, dá mais "gás" ao mesmo tempo que se trata de um produto que facilita a digestão.

 

No momento, os rótulos são encontrados em estabelecimentos no sul do país. A previsão é chegar no sudeste no primeiro semestre de 2026, mas o e-commerce da marca entrega em todo o país.

 

Sobre o significado de Sanpê, é uma abreviatura de San Pellegrino, o santo, não a água com gás.

 

- Queremos que o café funcione como um facilitador para encarar a peregrinação do nosso dia a dia - explicou Fiamenghi.

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