BrewLab transfere fábrica e aposta em bares
A cervejaria BrewLab, de Niterói (RJ), acusou o baque causado pela pandemia do Coronavírus e partiu para o contra-ataque. A marca vai tentar um novo modelo de negócio. E ele passa pela criação de uma rede de bares.
Voltando no tempo. A marca chegou ao mercado no final de 2017, como cigana, e logo abriu um taproom na Vila Cervejeira, no Centro de Niterói. O sonho da fábrica própria começou a se tornar realidade em maio de 2018, quando os sócios começaram a comprar os equipamentos – até uma moeda a cervejaria criou como parte da estratégia para a campanha de financiamento coletivo que lançaram.
Naquela época, a grande aposta do setor cervejeiro era o brewpub. E a BrewLab “acoplou” sua fábrica ao taproom e voilà!
Agora, o espaço da marca, na Vila Cervejeira, voltou a ser apenas um taproom. A fábrica foi deslocada para Nova Friburgo, cidade serrana do Rio de Janeiro. Mais precisamente, para os “domínios” da cervejaria Pontal. Porém, os equipamentos não foram vendidos e nem a BrewLab voltou a ser cigana.
“Colocamos nossa fábrica dentro de uma fábrica e vamos começar um novo tipo de parceria. Para nós, vai ser mais econômico e prático”, comenta Guilherme Rebelo, um dos sócios da BrewLab.
De imediato, a economia será com o aluguel do espaço na Vila Cervejeira, que ficou reduzido à metade. A Pontal vai cuidar do equipamento e também poderá usá-lo. Já a BrewLab, quando quiser produzir, é só subir a serra. Outros acordos comerciais também fazem parte da parceira, como venda de alguns rótulos da Pontal pela BrewLab.
Quando a pandemia se “apresentou”, a Vila Cervejeira, onde estão instalados seis taprooms de diferentes marcas, fechou as portas para o público. As vendas despencaram. A BrewLab parou sua produção em novembro do ano passado e passou a trabalhar com o que tinha de estoque.
A pequena fábrica da marca é formada por uma panela com capacidade para 350 litros, dois fermentadores de 500 litros e outros dois de 750 litros.
“A Pontal tem demanda para usar o equipamento e nós vamos ficar mais tranquilos para fazer nossas cervejas em pequenos lotes e voltar a ter lançamentos para oferecer para o público. Para o beer geek, lançamento é tudo”, afirma Guilherme que, nesse meio tempo, também administrou mudanças no quadro societário da marca.
Enquanto acertava os detalhes para transferir a fábrica, ele abriu uma nova frente para a BrewLab: a instalação e inauguração do taproom no novo polo cervejeiro de Niterói, no Jardim Icaraí, ao lado de outras quatro (futuramente cinco) marcas.
Lá, além do chope no tap, são vendidas cervejas em lata e garrafa de marcas de fora do Rio de Janeiro. O local, que tem um visual de laboratório, está ganhando um “ar” de empório com venda de vários tipos de produtos artesanais – de café a chá passando por embutidos e queijos. Ampliar a experiência do público com degustações guiadas e harmonização com comida faz parte dos planos.
Ter um bar para escoar a produção com possibilidade de praticar preços mais acessíveis é o “novo brewpub”, ou seja, a nova aposta do mercado cervejeiro. Da parte da BrewLab, é possível que um bar licenciado da marca seja inaugurado na praça da Cantareira, no Gragoatá.
Ao mesmo tempo, Guilherme “namora” a possibilidade de abrir um espaço da marca no Rio de Janeiro, quem sabe em Botafogo ou Leblon.
“Produzir e abastecer o próprio bar deixa a operação muito mais simples. Não tem esse negócio de levar barril para baixo e para cima, emitir milhares de notas e correr atrás do pagamento. É uma aposta. O que vislumbrei para esse momento da cervejaria”, comenta Guilherme.
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