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Sônia Apolinário

Novo restaurante Arataca harmoniza culinária do norte e nordeste com cervejas artesanais

No Rio de Janeiro, um restaurante se tornou nova opção de local para se beber cerveja artesanal. O tradicional Arataca abriu uma filial no Jardim Botânico, instalou dois taps e criou uma carta com mais rótulos, em garrafas.

Especializado em comida do Norte do país, o Arataca foi inaugurado em 1955 e ainda funciona no seu endereço tradicional, em Copacabana.


O restaurante do Jardim Botânico ampliou o cardápio da matriz incluindo pratos do litoral do nordeste brasileiro. Aumentou também a oferta de cervejas artesanais.



Explica-se: o Arataca foi um dos primeiros locais, no Rio de Janeiro, a vender cerveja e refrigerante Cerpa – marca criada em 1966, em Belém (PA), por um alemão. A cerveja caiu no gosto do carioca que passou a chama-la de Cerpinha. Em retribuição, a cervejaria criou o rótulo Tijuca, em homenagem ao bairro da zona norte do Rio de Janeiro.


Cerpa e Tijuca seguem firmes no cardápio de Copacabana. Também estão na filial do Jardim Botânico, mas dividem espaço na carta de cerveja com rótulos da brasileira Paulistânia, da alemã Hofbräu, da holandesa La Trappe e da inglesa Trooper.


“Sou apreciador de cerveja artesanal e ficava irritado de chegar em um restaurante e não ter essa opção ou de ter artesanal, mas ser muito cara. Eu quis atender essa lacuna. Me propus a não trabalhar com cerveja mainstream. Acho que o público está enjoado do sabor desse tipo de cerveja porque é sempre a mesma coisa”, comenta Matheus Moradas Rodrigues (foto).


Aos 25 anos, ele e o irmão Lucas, de 23, estão à frente do restaurante do Jardim Botânico. Eles são netos de Acir Rodrigues, o criador do Arataca que, aos 89 anos, ainda dá expediente em Copacabana.


Matheus se tornou apreciador de cerveja artesanal após um tour pela Europa. Ele conta que foi na Alemanha, mais precisamente, em Munique, que percebeu como uma cerveja pode estar intimamente ligada à cultura de uma região. Para o restaurante, ele sonhou em ter apenas cervejas belgas por acreditar que combinariam perfeitamente com o cardápio e partiu atrás de importadoras que lhe dessem opções de escolha. Matheus conta que o (alto) preço das belgas fez com que ele redefinisse os planos para o restaurante.


A nacional Paulistânia foi escolhida, segundo Matheus, por conta do preço mais competitivo. A marca foi criada, em 2009, pela importadora Bier & Wein, que fornece os outros rótulos oferecidos pelo restaurante. É produzida pela cervejaria Casa Di Conti, em Cândido Mota (SP), e tem oito estilos de cerveja lançados no mercado.


“Existe aceitação do público em geral pelas cervejas artesanais. É só não fugir muito do valor que o consumidor de cerveja mainstream está acostumado a pagar. Quero muito conseguir trabalhar com cervejas artesanais do Rio de Janeiro, mas ainda estou esbarrando na questão do preço. Minha ideia é ir aumentando a carta aos poucos. Quero ter mais opções para oferecer para os clientes e mostrar que cerveja artesanal não é um bicho de sete cabeças, mas uma cerveja muito mais saborosa e diversificada do que estão acostumados a beber”, afirma Matheus.


Ele dá alguns exemplos de harmonização: para acompanhar o prato estrela da casa, o Pato no Tucupi, uma Tripel; o Arroz de Polvo, uma American Pale Ale; e para a Casquinha de Caranguejo, uma Bitter - estilos que constam do cardápio do restaurante.

O Arataca Jardim Botânico fica na Rua Lopes Quintas,147.


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