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  • Sônia Apolinário

Mondial de la Bière terá rótulo em homenagem a Érica Barbosa

Uma homenagem a Érica Barbosa; cervejas que resgatam histórias de civilizações; marcas criadas durante a pandemia que buscam recuperar o tempo perdido. Depois de uma edição virtual, o Mondial de La Bière está de volta, de forma presencial. Tido como o maior festival cervejeiro do país, será realizado de 2 a 5 de dezembro, pela primeira vez, na Marina da Glória (RJ).


A estimativa é que 9 mil pessoas circulem pelo local, por dia. O evento é pago, mas, mesmo com ingresso na mão, o acesso será negado caso não seja apresentado o comprovante de vacinação contra o Covid19. O uso correto e contínuo de máscara, na área do evento, será obrigatório.


Érica


Dentre as centenas de rótulos disponíveis no Mondial de la Bière 2021, um deles terá um gostinho a mais de emoção. A Wood Aged Wheat Dark Wine Érica, da Narreal (RJ), é uma homenagem a Érica Barbosa, criadora do Marketing Cervejeiro, recentemente falecida.


Trata-se de uma nova versão de uma receita criada ano passado, quando o Narreal convidou 8 mulheres, Érica Barbosa entre elas, para criar e produzir uma cerveja a ser lançada no Dia das Mulheres.


“Sem poupar ousadia, esta cerveja tem em sua base malte de cevada e de trigo, além de maltes caramelo e chocolate, e foi apresentada em diferentes versões nos últimos dois anos recebendo ingredientes inusitados e surpreendentes como cumaru, pimenta da Jamaica e casca de Cabreúva”, conta Pedro Ribeiro, cervejeiro e consultor do Narreal Brewpub.


A versão que chega ao Mondial passou por um período de descanso em barril de madeira. O resultado foi uma cerveja “com complexidade equilibrada, com suas notas de chocolate ainda mais realçadas e em perfeita harmonia com novos aromas que remetem a Xerez, à própria madeira do barril”.


A cerveja original ganhou o nome de Infinitas. Agora, foi rebatizada como Érica e ficou com 8,8% de teor alcoólico e 40 IBU. Na foto, Érica Barbosa está de camisa preta.



“É uma homenagem a esta mulher que durante o tempo em que esteve aqui se dedicou com paixão ao desenvolvimento do mercado cervejeiro. Ela, num breve sopro de vida, nos brindou com o seu entusiasmo por tudo o que a vida tem a nos oferecer e nos ensinar, em um movimento constante de mudanças e transformações, como suas criações”, afirma.


Ao todo, o Narreal levará cinco rótulos para o evento, que poderão ser encontrados no stand da loja Beer Underground.


Histórias


A cigana Sundog (RJ) mais uma vez participa do Mondial e, quando a marca está presente, a História também está. Para o evento, os “lobos” criaram três cervejas. E cada uma delas resgata histórias de diferentes civilizações.


A Flower Sour, primeira receita ácida produzida pela marca, resgata um pouco da história dos aborígenes do continente australiano. Eles tinham o costume de sugar flores para extrair seu néctar e suas pétalas também faziam parte da alimentação da tribo. Assim, o rótulo é feito com flores como Bauhinia (típica da Austrália), Dente de Leão, Amor Perfeito e Clitória. A Flower Sour é uma “aboriginal sparkling sour” com 4% de teor alcoólico, pouco amargor, boa formação de espuma e extremamente borbulhante.


A Xokokatl remete à magia e ao mistério do povo Maia e das tribos Olmecas. Os Maias conquistaram os Olmecas e ali descobriram algo que mudou sua história: o “xokolatl”, que em Maia significa “água amarga”. Era uma bebida feita da polpa e dos grãos do cacau e pimenta chilli, que os maias juntavam, maceravam e tomavam fria. Era consumida por todos, como celebração, religiosidade e até como energético para brincadeiras e mesmo antes de batalhas. Eles acreditavam que aquele era um presente do deus Ek Chuaj, que era uma divindade da agricultura e do comércio, mas ficou mais conhecido até hoje como o deus do cacau. Essa receita leva cacau da Guatemala, tendo sido usados todos os elementos da fruta, bem como pimenta chilli mexicana. É uma cerveja da cor do chocolate, com 8% de teor alcóolico, amarga (30 IBU), com notas e aromas intensos de chocolate e alguma picância advinda da pimenta.


A Widukind é uma homenagem ao um herói que liderou os saxões contra as investidas francas durante, o século 8. Poemas foram cantados em sua homenagem por sua força e resistência aos exércitos de Charles Magno. Seu nome significa “lobo da floresta” . A Widukind tem 11% de teor alcóolico e 30 IBU. É o segundo Braggot da marca, depois da PICTII - que tem 19% de álcool e também “participa” do evento. Trata-se de uma bebida mista cuja segunda fermentação é feita em barris de madeira, juntando cerveja, hidromel e especiarias. Apresenta notas de cardamomo, anis estrelado e noz moscada, além de sabor marcante de mel.


No stand da Sundog também estarão rótulos já clássicos da marca como s Edda, Black Magic, Hella, Ode a Hesat, Sahti e a Dogfest. Várias delas foram lançadas no Mondial de 2019.


Tempo


O plano de negócios da Belgarioca definiu que a marca seria lançada em abril de 2020. O que o plano de negócios não sabia é que, na data, o mundo estaria passando por uma pandemia. Foi no finalzinho daquele ano que os rótulos dessa cigana de Niterói (RJ) começaram a chegar em alguns bares. Agora, no Mondial, a expectativa dos sócios Daniel Bastos e Meruyn Scheepers é apresentar a marca para um grande público.


Daniel é morador de Niterói; Meruyn é um belga que há 15 anos mora no Rio de Janeiro. Inicialmente, a cerveja iria, prioritariamente, abastecer um bistrô que funcionava em um hotel gerenciado por um grupo belga, no centro do Rio. O hotel fechou durante a pandemia e não há planos para ser reaberto.


Os sócios da marca se conheceram em um curso de tecnologia cervejeira. E foi justamente a paixão pela Escola Belga que os aproximou. Para o lançamento que não pode acontecer, foram produzidos três rótulos: são Atomiun (Single Belgian Ale), Standard de Liège (Saison) e Caribelga (Tripel, 9% de teor alcoólico).


“Ficamos com dois mil litros de cerveja no tanque e não tinha nada a fazer a não ser esperar. A vantagem é que esse tipo de cerveja tende a melhorar com o tempo. Então, seguramos a onda”, conta Daniel.

Do final do ano para cá, novos lotes dos rótulos foram feitos, inclusive um novo: a Belgian Pale Ale Manekinho, que será lançada no Mondial. Durante o evento, os sócios vão levar alguns poucos litros do sexto rótulo que pretendem lançar mais para frente, uma Blond Ale, para pegar alguns feedbacks do público.


A Belgarioca é produzida na cervejaria Mad Brew (ex-Sou Terê), de Tersópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro onde a família de Meruyn se estabeleceu. A opção para dar para essa marca cigana um CNPJ de Niterói foi “ditada” também pelo plano de negócios.


“Temos planos de ter uma fábrica e Niterói tem uma legislação que está facilitando a implantação desse tipo de negócio. A pandemia atrapalhou nossos planos, mas não desistimos deles”, explica Daniel. “As cervejas belgas são complexas e mais difíceis de beber. Nosso desafio é criar bebidas com alto grau de drinkability. Ou seja, complexa como pede o estilo, mas com a refrescância que as bebidas, no Rio de Janeiro, têm que ter. Além disso, como a Escola Belga não é tão conhecida como a alemã ou norte-americana, por exemplo, é preciso explicar sobre os estilos das cervejas para as pessoas. Nessas horas, o retorno é muito legal porque há uma descoberta por parte do público”, explica Daniel.


Confira a participação das marcas de Niterói no Mondial 2021


Garimpo


Nesta edição, os stands do Mondial serão padronizados. Para as marcas foram dadas apenas três opções de tamanhos. Uma maior presença de bares, e-commerces e clubes de assinatura garantiram mais diversidade de rótulos para o evento – cervejarias que não teriam condições ou interesse de participar com stands próprios marcam, assim, presença no evento com alguns rótulos.


Vale a pena garimpar nos stands dessas empresas. Por lá poderão ser encontradas marcas hypadas ou que mal chegam no Rio de Janeiro.


Saiba tudo o que será servido com o respectivo preço, aqui


Serviço


O Mondial de la Bière é um evento que se paga para entrar. O preço do ingresso varia de R$ 50 a R$ 130. Na entrada, cada visitante recebe um copo de vidro que deve ser guardado com cuidado. É nele e somente nele que as doses da bebida são servidas. No final do primeiro dia do evento é realizado o MBeer Contest, um concurso organizado pelo próprio Mondial somente com cervejas que estão participando da edição. No segundo dia, é comum o público fazer o “tour das medalhas”.


Este ano, pela primeira vez, os organizadores providenciaram um esquema de ônibus especial que vai ligar vários bairros do Rio diretamente ao evento e Niterói está na rota.


Confira todos os detalhes sobre o protocolo sanitário a ser seguido pelo evento.


Horários: Quinta 2/12 – 15h às 23h Sexta 3/12 – 14h às 0h Sábado 4/12 – 14h às 0h Domingo 5/12 – 13h às 21h


Endereço: Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique S/N – Glória – RJ


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