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Sônia Apolinário

Growler com chope chega aos grandes marketplaces

Growler com chope para levar para casa deixou de ser serviço oferecido exclusivamente por cervejarias artesanais. Agora, já é possível comprar esse tipo de produto em marketplace de grande rede de supermercado com rótulos da grande indústria. Nesse momento, uma operação do tipo é feita na cidade de São Paulo. A empresa, porém, tem planos para chegar em outras cidades paulistas, além de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.


Colocar chope em growler e mudar um pouco o perfil do negócio foi a solução encontrada pela distribuidora paulista Chopp Fast para sobreviver à pandemia. Em 2020, a empresa começou o negócio trabalhando com várias marcas, inclusive artesanais, por intermédio da sua própria plataforma de vendas online. De dois meses para cá, as coisas mudaram.


Em fevereiro passado, a distribuidora começou a utilizar o marketplace de uma rede de supermercados e, em março, fechou exclusividade com o grupo Heineken. Resultado: a empresa vende, agora, cerca de quatro mil garrafas por semana.


Como explicou Jason Franco, um dos sócios da Chopp Fast, a operação corre por sua conta e risco. Ou seja, ele decide a quantidade e compra os barris de chope. O grupo cervejeiro apenas chancelou o negócio e a exclusividade passou a garantir preço e brindes que permitem atrair o consumidor, na hora da compra online.


“Vender chope sempre foi a nossa atividade. Antes, porém, isso era feito em eventos de todos os portes ou atendendo diretamente o consumidor. Com a pandemia, 95% do negócio pararam e nós tivemos que pensar uma forma de continuar vendendo chope”, comenta Jason que criou a Chopp Fast, há dez anos, com o sócio Guilherme Gomes.


Além de acabar com os eventos, a pandemia também fechou bares e restaurantes. Nesse momento, as cervejarias artesanais mantiveram grande parte das vendas com o envase do chope em growlers, sendo entregues diretamente ao consumidor.


Uma característica dessa embalagem é permitir levar chope tirado diretamente do barril, ou seja, fresco, para casa. Porém, a bebida precisa se manter refrigerada e ser consumida em, no máximo, cinco dias, ou perderá suas principais características. Quando aberto, o consumo do growler deve ser feito em 24 horas.


Quando incluiu as garrafas plásticas com rótulos do grupo Heineken no marketplace do supermercado, as vendas da Chopp Fast mais que dobraram.


Para dar conta do recado, a empresa passou a funcionar durante 24 horas. No galpão da distribuidora, no bairro de Pinheiros, quatro funcionários envazam cerca de mil growlers das 22h às 5h. Os produtos são guardados em câmara fria, até chegarem os primeiros pedidos do dia. Jason não tem a garantia de que essas garrafas serão vendidas.


Ele explica que cada entrega a ser feita leva, no máximo, 15 growlers. Isso porque as garrafas seguem para o consumidor em um saco com gelo e é “preciso garantir que o último cliente do roteiro não receba apenas um saco de água gelada”, como diz Jason.


Quando chegou ao mercado, a empresa trabalhava com todas as marcas de cerveja. Jason conta que a aproximação com a Heineken foi aumentando, de forma gradual.


“A Heineken sempre foi muito igualitária no fornecimento, diferente da Ambev”, comenta.


No inicio da pandemia, quando mudou o foco do negócio, ele incluiu na sua distribuição todas as marcas artesanais que passaram a trabalhar com growler. Muitas, porém, interromperam a produção e Jason conta que chegou a ficar sem chope para vender. Foi nesse momento que o “namoro” com a Heineken ficou mais firme. Afinal, o grupo também precisava escoar a produção inicialmente destinada a bares e restaurantes que, então, se encontravam fechados.


Na plataforma online do supermercado, as suas garrafas plásticas concorrem com as garrafas de vidro e latas da própria Heineken. Nessa hora, preços baixos e recompensas altas são oferecidos “para gerar a experimentação” por parte do consumidor.


“Agora já temos alguns dados e conseguimos analisar o comportamento do cliente. Identificamos que, quem faz a compra pela primeira vez, fica muito desconfiado. A recompra, porém, está nos mostrando que as pessoas estão gostando do produto e da ideia de levar para casa a experiência que tinha, no bar, de beber chope”, conta Jason.


Na guerra pelo fornecimento de garrafas, Janson mantém um constante estoque de 10 mil growlers. Detalhe. O recipiente tem capacidade para 1 litro, mas rola um “choro” que pode variar de 50 ml a 100 ml, por unidade, simplesmente por conta do maquinário que não permite “passar a régua” de forma exata.


“É um chorinho para o consumidor e um chorão para mim”, brinca Jason.


A Chopp Fast, atualmente, tem 23 funcionários diretos e outros 30 indiretos. A expansão da empresa está sendo metodicamente estudada. A ideia é chegar a outras praças até o final do ano.


Na opinião de Jason, o consumo do chope em growler deve permanecer, mesmo com a volta do funcionamento dos bares. Foi isso o que aconteceu, por conta da primeira retomada. Ele acredita, por exemplo, que esse tipo de embalagem tende a ser a opção preferencial para se levar em festas, futuramente.



Jason conta que seu novo modelo de negócio já inspirou outros empresários, em diversos estados do país. E que nem todos os growlers com chope de grande empresa que se vê no mercado, atualmente, são comercializados por ele. Além de supermercados, redes de fast-food também passaram a oferecer, no cardápio de delivery, chope de grandes cervejarias em growlers.


“Está difícil para todo mundo. Nesse momento, a parceria que fiz com um grande grupo está sendo muito importante para ajudar a distribuidora a sobreviver, nesse momento de crise. Nossa operação é de risco. Acredito que essa embalagem veio para ficar, mas é preciso estar atento para eventuais novos hábitos dos consumidores”, observa Jason.


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