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  • Sônia Apolinário

Brasileiro consumiu mais café durante a pandemia

Você bebeu mais café por estar em casa durante a quarentena? Passou a comprar marcas mais baratas? Sabe a diferença entre a embalagem tipo almofada ou a vácuo, quando se trata de manter a qualidade do café? É possível que você tenha respondido sim, sim e não. No geral, o brasileiro bebeu mais café em 2020, a ponto de ter sido registrado um aumento de consumo de 1,34% - algo que não acontecia há dois anos. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) mapeou a movimentação dos consumidores em relação à bebida. Os resultados desse levantamento foram apresentados terça-feira, 9 de março, em coletiva de imprensa virtual.



Ano passado, o brasileiro bebeu, em média, o correspondente a 5,99 quilos de café cru ou 4,79 quilos considerando o café torrado. Isso significa que o consumo interno de café, no país, totalizou 21,2 milhões de sacas entre novembro de 2019 e outubro de 2020 – um aumento de 1,34% em relação ao período anterior, que levou em conta dados de novembro de 2018 a outubro de 2019.


Com esses números, o Brasil manteve a posição de segundo maior consumidor de café do mundo. O país ficou cerca de 6 milhões de sacas atrás do primeiro colocado, os Estados Unidos.


“As pessoas ficaram mais em casa e acabaram por consumir mais café, que é uma bebida que tem um apelo de segurança familiar. O café é companheiro, promove aconchego”, comenta Celírio Inácio, diretor executivo da ABIC.


Para as indústrias do setor, essa movimentação representou um crescimento de 2,19%. Atualmente, os associados da ABIC respondem por 72,4% da produção do café torrado (grão e moído) e representam 85,4% de participação (share) no mercado. A associação registra em seu banco de dados cerca de três mil produtos certificados.


A pesquisa mostrou que o café torrado e moído continua reinando absoluto, com impacto de 81,4% no faturamento das empresas. O tipo torrado em grão, porém, saltou de 3,4% de participação em 2000 para 15% em 2020. Em relação ao tipo de embalagem, a almofada continua liderando, com 80,3%. A embalagem a vácuo, que representava 40%, caiu para 10,2%. E a tendência é ser encontrada cada vez menos.


De acordo com Celírio, os custos da embalagem a vácuo, que envolvem um maquinário importado, está deixando de ser atrativo para o produtor, “uma vez que, na prateleira, o custo para o consumidor está sendo praticamente igual ao café na embalagem em almofada”.


Mas o que essas embalagens significam para a qualidade do produto?


“O que estraga o café é a oxidação. Em uma embalagem a vácuo, enquanto se mantém fechada, ela conserva o café por um bom tempo. Ao contrário da almofada. Se o consumo do café será imediato, a almofada contempla. Já quem está fazendo, por exemplo, uma compra para estocar, a embalagem a vácuo é uma melhor opção”, explica Celírio.


Em relação à qualidade do café consumido no país, ele nega que os melhores produtos são exportados, em detrimento do mercado interno.


“O Brasil tem muitos aromas e sabores e as possibilidades de blends são enormes. Os melhores cafés também estão disponíveis para o consumidor brasileiro. Porém, não é esse tipo de produto que é priorizado pelos grandes supermercados porque não é interessante para eles em termos de custos. As cafeterias trabalham com cafés de excelente qualidade, mas muitas fecharam durante a pandemia, até em definitivo. O consumidor brasileiro, está, cada vez mais, interessado em conhecer novos sabores de café e buscando melhores produtos. Porém, essa busca também está relacionada com o poder aquisitivo da população”, comenta o diretor executivo da ABIC.


A pesquisa da associação apontou que 82% do setor é composto por micro e pequenas empresas, sendo que 70% delas operam com administração exclusivamente familiar. Em 2000, a compra realizada diretamente do produtor representava 25,4% do total e, atualmente, responde por 71%. Esse novo quadro, segundo o presidente da Associação, Ricardo Silveira, ajuda a manter a qualidade do produto e o preço.


Aliás, nesse quesito, é de se esperar um aumento para o consumidor, entre junho e julho, uma vez que, ano passado, as empresas pactuaram em não promover reajustes nos seus produtos. De acordo com a direção da ABIC, a matéria-prima relacionada com o setor aumentou cerca de 40%.


Aplicativo


Quem tiver dúvidas na hora de comprar seu pacote de café, pode baixar gratuitamente o aplicativo Abicafé, lançado ano passado pela ABIC. Disponível na App Store ou Google Play, permite verificar informações a respeito das marcas, desde dados sensoriais até os relacionados com certificados de qualidade. O Abicafé tem recebido cerca de 4 mil consultas por mês.


A ABIC realiza anualmente o concurso Qualidade - Origens do Brasil. Conheça os vencedores da safra de 2020, aqui







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