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  • Sônia Apolinário

O festival de sabores exóticos da 2cabeças

Uma cerveja em homenagem ao cantor Belchior que tem entre seus ingredientes uma madeira aromática com propriedades de limpeza física e espiritual. IPA feita com baunilha e goiaba, Imperial IPA com tangerina e melancia e uma Gose feita com sal rosa do Himalaia e caramelo. Esses são alguns exemplos dos sabores que vão jorrar das torneiras do Repense Cerveja. O evento é promovido pela cervejaria carioca 2cabeças conhecida pelo seu gosto por experimentar receitas usando os mais variados ingredientes e parceiros. Na sua terceira edição, o Repense acontece no sábado, dia 2 de setembro, na Casa de Espanha (Rua Maria Eugênia 300), no Humaitá, Zona Sul do Rio, a partir das 14h.

O ingresso de R$ 175,00 dá direito a torneiras liberadas. São 25 rótulos sendo dez criados especialmente para o evento e que podem, ou não, passarem a ser produzidos regularmente.

Bernardo Couto, uma das cabeças da cervejaria criada há seis anos, diz que a expectativa de público é de 700 pessoas. Segundo ele, não há um “critério objetivo” para definir uma parceria. O ponto de partida é gostar da pessoa e sentir admiração pelo seu trabalho. Quanto ao processo de criação, é muita conversa até chegar na “ideia geral” da cerveja para, depois, partir para o desenvolvimento da receita.

Existe algum ingrediente que não renda boa cerveja ?

“O que não rende boa cerveja é não querer fazer boa cerveja, é querer baratear, fazer coisa simples. Por exemplo, o milho é tido como um grande vilão. Já fizemos receita usando milho com resultado legal. Também já usamos arroz. Nenhum ingrediente sozinho é bom ou ruim. A receita é que define o resultado. O ruim é muito mais uma questão de atitude do que de ingrediente”, afirma Bernardo.

Um exemplo da “atitude” da 2cabeças é a cerveja Bizarro, lançada ano passado, para “comemorar” os 500 anos da Lei de Pureza Alemã. Na sua receita, chimarrão, água de coco e sidra de maçã entraram no lugar da água. O malte de cevada foi substituído por malte de arroz e malte de aveia. Não teve lúpulo, mas losna, semente de coentro, zimbro e erva mate torrada. Para finalizar, leveduras selvagens. Sim, Bernardo admite que essa foi a cerveja mais exótica que produziu, pelo menos até agora. Ele diz ter ficado satisfeito com o resultado e que a cerveja agradou uma boa parcela do público, “mas outra parte não entendeu muito bem”, comenta.

A Bizarro não está sendo mais produzida. Bernardo explica que o que fica ou sai das torneiras da 2cabeças depende de um equilíbrio entre o que é sucesso de público e o que o grupo considera que “faz sentido” para a marca.

Esse trabalho bem como a produção e a parte administrativa da cervejaria ele faz junto com Maíra Kimura. Já a Invicta, em Ribeirão Preto (SP) é a encarregada de materializar as receitas do grupo. “Eles tocam o dia-a-dia da fábrica e a gente não se envolve nisso”, comenta Bernardo. A terceira cabeça da 2cabeças é o design Bruno Couto, responsável pela direção de arte da marca, que inclui a criação dos rótulos das cervejas – uma atração à parte.

Depois do Repense, mais precisamente no dia 6 de setembro, esse grupo inicia uma nova fase com a abertura do Estação 2cabeças, um bar em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Serão dez torneiras, sendo uma de água, com chope próprio e de convidados, além de cinco enchedores de pet growler.

Ainda para este ano, o desafio, segundo Bernardo, é estruturar melhor a distribuição e a logística da empresa e atingir novos públicos para a marca, além da criação (sempre) de rótulos.

Para 2018, eles repetem a dose e participam, em fevereiro, do cult Extreme Beer Fest, em Boston (EUA). Também faz parte dos planos a produção de uma cerveja na Itália. Na verdade, trata-se de uma retribuição.

Um dos lançamentos do Repense é a Gelato IPA, feita em parceria com a cervejaria italiana Canediguerra, de Alessandria. Trata-se de uma NE IPA com muito lúpulo Belma, com adição de goiaba e baunilha, além de dry hopping.

“Eles vieram para o Brasil e nos conhecemos. Eles gostaram bastante da Maracujipa. Saímos para beber juntos e esses encontros evoluíram para a criação da Gelato, feita aqui no Brasil. Depois faremos uma na Itália”, conta Bernardo.

E a cerveja do Belchior?

À Palo Santo, é uma English Strong Ale com Araticum e Palo Santo. Foi feita em parceria com a mineira Experimento Beers, que cria cervejas especiais com frutas e especiarias nativas do Brasil.

Palo Santo é uma madeira aromática, que costuma ser usada como incenso. É proveniente de uma árvore com qualidades medicinais que atua harmonizando ambientes, limpando as energias negativas e atraindo bons fluidos.

À Palo Seco é uma composição de Belchior e essa expressão sempre foi motivo de dúvidas em relação ao seu significado que seria algo como “sem firulas”.

Confira os outros lançamentos do Repense Cerveja 2017:

2cabeças + Urbana - Imperial Pilsen com teor alcoólico superior a 8% e dry hopping de três lúpulos alemães;

2cabeças + Dádiva – Berliner Weisse com frutas amarelas (pêssego, manga e abacaxi), muito lúpulo cítrico para aroma e fermento inglês;

2cabeças + Cervejaria Nacional – Limonada Suíça. Uma Double Wit com muita casca de limão e um toque final de lactose;

2cabeças + Koala San Brew – Hefeweizen com coco;​

2cabeças + 3Cariocas – Imperial IPA com tangerina e melancia;

2cabeças + ThreeMonkeys – Caramelo Salgado Sour;

2cabeças + Rockbird – Whisky Sour Ale com casca de limão e chips de carvalho;

2cabeças + Lagos Cervejaria – Via Lactos. Uma Berliner Weisse com tamarindo. É a primeira cerveja com marca própria da Lagos, que surgiu para atender apenas os ciganos.

À Palo Seco, ouça

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