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  • Sônia Apolinário

Vitória de Luzia: Heineken fora de Pedro Leopoldo



Em comunicado à imprensa, o Grupo Heineken informou que sua nova cervejaria, no Brasil, não será mais construída em Pedro Leopoldo (MG). A empresa tinha escolhido o local a dedo: próximo ao complexo de grutas e cavernas onde foi encontrado o esqueleto mais antigo da América do Sul — o crânio de Luzia, o que fez com que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) paralisasse as obras.


No informe, o grupo cervejeiro afirma que pretende encontrar outro local para a nova fábrica, ainda no estado de Minas Gerais. Enquanto isso, fará investimentos na expansão da capacidade produtiva de outras cervejarias do grupo, como a de Ponta Grossa (PR), para suprir a demanda prevista para 2023.


“O respeito e o cuidado com as pessoas e com o meio ambiente direcionam nossas decisões. Seguimos todos os ritos para obter a licença ambiental e temos autorização judicial para construir a cervejaria, o que demonstra a legalidade de todo o processo e na forma como conduzimos nossa operação. No entanto, entendemos que nossa permanência no local ainda divide opiniões e que, para seguir adiante, teríamos que dedicar mais tempo para realização de novos estudos. Por tudo isso, tomamos a decisão de buscar outra área que atenderá a demanda dos próximos anos”, explicou Mauro Homem, diretor de Assuntos Corporativos da cervejaria, no comunicado.


A fábrica da empresa, em Pedro Leopoldo, ameaçava soterrar as cavernas que formam um sítio arqueológico cuja importância é reconhecida internacionalmente. A Heineken chegou a receber duas multas aplicadas pelo ICMBio, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, no valor total de R$ 83 mil.


Na época, o ICMBio classificou a concessão da licença ambiental dada pelo governo mineiro para a cervejaria como "uma grave falha". De acordo com o órgão de proteção ambiental, a caverna Lapa Vermelha 4, localizado na região de Lagoa Santa, onde foi encontrado o crânio de Luzia, poderia vir a ser totalmente afetada com a construção da fábrica. Esse local é tido como chave para explicar a história das Américas. O uso da água subterrânea da região teria sido o principal atrativo para a empresa ir para o local.

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