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  • Sônia Apolinário

Uma resenha de dois rótulos clássicos de cerveja de trigo alemã

Refrescante, “macia” e praticamente sem amargor, a cerveja de trigo costuma ser uma porta de entrada segura para o mundo das cervejas artesanais. Sua característica mais marcante é a larga e cremosa espuma que forma no serviço.


Nos primórdios da produção de cerveja, na Alemanha, todas eram feitas de trigo, tanto que a bebida tinha como apelido “pão líquido”. Questões econômicas e de disputa de poder acabaram por substituir o trigo por cevada com a desculpa de “preservar” o trigo para a produção de alimentos. Eis que temos a Lei da Pureza (1516), que teve algumas “atualizações” até que passou a aceitar o trigo de volta à receita da cerveja. Atualmente, uma Weissbier precisa ser feita, pelo menos, com 50% de malte de trigo.


Particularmente, não tenho muito o hábito de beber cerveja de trigo. Então, para “relembrar” essa experiência, degustei dois rótulos que são referências no estilo.


Weihenstephaner

Como consta na garrafa, é “since 1040”. É considerada a cervejaria mais antiga do mundo, fundada por monges beneditinos que teriam começado a fabricar a cerveja nos anos 800. Está localizada em Freising, cidade bávara que fica a 30 km de Munique. Em 1921, a cervejaria passou a pertencer ao estado bávaro (é uma Staatbrauerei). Nas suas instalações, abriga um dos campi da Universidade Técnica de Munique, instituição fundada em 1868 pelo rei bávaro de então.


Da Hefe Weissbier da marca (5,4% ABV) se espera aroma e sabor de especiarias, principalmente cravo. Eu percebi condimentos, mas não consegui identificar especificamente o cravo. Senti muito ao longe um aroma de banana. Na boca, o amargor é muito leve, ao fundo. De cor amarelo ouro brilhante, mas turva; espuma branca cremosa e abundante; média carbonatação e corpo médio. Produzida com maltes de trigo e cevada.


Benediktiner

A marca é resultado da união entre as cervejarias Bitburger e a Ettal Monastery, esta fundada por monges beneditinos que produzem cerveja desde 1330.


A Bitburger foi fundada em 1817. Com a aquisição de novas cervejarias, a partir de 2002, foi criado o Grupo Cervejeiro Bitburger, do qual fazem parte as marcas Bitburger, König, Köstritzer, Licher e Wernesgrüner, distribuídas em 90 países. A cervejaria se tornou a terceira maior marca de cerveja Alemã.


A Benediktiner afirma seguir, até hoje, a receita original dos monges na sua produção. Porém, só uma parte da cerveja da marca é produzida dentro do monastério de Ettal. Outra parte é feita na cidade de Lich.


A Benediktiner Weissbier (5,4% ABV) tem cor alaranjada, é turva, com espuma marfim cremosa e abundante, mas de formação irregular. No aroma, banana com um herbal ao fundo. No sabor, um leve caramelo (há uma expectativa para notas de cravo que não percebi). Média carbonatação e corpo também médio. Produzida com maltes de trigo e cevada.




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