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  • Sônia Apolinário

Liniker interpreta uma independente mulher trans na série 'Manhãs de Setembro'

Em um passado deixado para trás, Clóvis teve um filho, mas nunca soube disso. No presente, quando a criança bate à sua porta, Clóvis não mais existe e, sim, Cassandra. E a linha do tempo embaralha. Esse é o conflito central de “Manhãs de Setembro”, série em cinco episódios da Amazon, protagonizada por Liniker.



Se o título lhe pareceu familiar, não estranhe. “Manhãs de Setembro” é o nome de uma música composta por Vanusa e que se tornou o grande hit da cantora, um dos símbolos da Jovem Guarda, que morreu em novembro passado, aos 73 anos, na casa de repouso onde morava.


Na trama, Cassandra é cover de Vanusa e canta essa música. Cassandra é também motogirl e circular pelo centro de São Paulo faz parte da sua rotina.


Gersinho (Gustavo Coelho) aparece na melhor fase da vida de Cassandra. Pela primeira vez, essa mulher trans conseguiu alugar um apartamento e tem um lugar todo dela para viver. Ela também está muito feliz com o namorado Ivaldo (Thomás Aquino). Cassandra se sente livre e independente. E teme que a criança, que surge de repente, desmonte sua vida.


No elenco da série também estão Karine Teles, Paulo Miklos, Isa Ordoñez, Clodd Dias e Gero Camilo. A cantora Linn da Quebrada faz uma participação especial como atriz convidada.


Dirigida por Luis Pinheiro e Dainara Toffoli, “Manhãs de Setembro” tem roteiro de Josefina Trotta, Alice Marcone e Marcelo Montenegro. A Amazon lançou em 200 países essa produção brasileira assinada por Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, da O2 Filmes.


“Estou feliz por poder compartilhar a história de uma personagem tão intensa e necessária não só para as telas, mas também para tudo o que temos reivindicado hoje. Agradeço imensamente à direção, equipe técnica, à mesa de roteiro. Obrigada por darem espaço para que essa história nascesse. Acompanhada de um elenco generoso e muito apaixonante, convido a todes para assistirem e acompanharem a trajetória dessa história da vida”, postou Linkier, na sua conta do Instagram.



Em uma coletiva de imprensa, ela contou que o que mais a atraiu no roteiro foi a “possibilidade de criar um imaginário real sobre uma pessoa trans, tendo em vista as múltiplas formas de violência às quais pessoas trans e pretas são submetidas no país em que vivemos”.


Segundo ela, as redes de afeto que envolvem a personagem subvertem o cenário violento geralmente associado a pessoas trans. Liniker também observou que Cassandra não está à margem da sociedade e, nesse sentido entende que a a Amazon trouxe “um grande diferencial”:


“Narrativas como essa, que humanizam essas personagens, são essenciais e uma grande responsabilidade dos criadores", afirmou. “A série deixa claro que somos nós que nos acolhemos. Penso que isso pode ressignificar a aceitação, mesmo no interior dos núcleos familiares, que embora esteja muito presente no meu, não é a realidade de muitas pessoas”.


Em relação à Vanusa, Liniker avalia que a cantora representa um norte para Cassandra, que a vê como o destaque de uma época, "um símbolo de uma artista que sempre inovou e levou novidades para o cenário musical brasileiro".


“Vanusa dá colo para Cassandra. Eu passei a apreciá-la ainda mais. Acho que a série resgata esse potencial, na contemporaneidade, dos símbolos que a Vanusa tanto exerceu no passado e guarda, com seu legado, até hoje”.



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