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  • Sônia Apolinário

E-book gratuito permite 'passear' pelo Sítio onde morou o paisagista Burle Marx

Um e-book sobre o Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx (SRBM) pode ser obtido gratuitamente, pelo site da instituição. O material, colocado à disposição, hoje (8 de abril), reproduz, na íntegra, um livro impresso de 309 páginas sobre o local, com direito a todas as ilustrações. Nessa foto de Oscar Liberal, a casa onde o paisagista morou.



Com imagens dos ambientes, o livro possibilita ao leitor percorrer cada cômodo e conferir a ampla diversidade do acervo da instituição, que inclui arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira. Faz parte da obra também uma cronologia dos principais projetos paisagísticos de autoria de Burle Marx.


Localizado em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), o sítio serviu de moradia para o paisagista entre 1973 e 1994. Atualmente, é uma Unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Lá, mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais, organizadas em viveiros e jardins, convivem em harmonia com a vegetação nativa, numa área de 405 mil metros quadrados, que inclui várias edificações, lagos, jardins, coleções de arte e uma vasta biblioteca.


Além de um acervo botânico, o sítio dispõe de diversas obras de arte do próprio Burle Marx e outros artistas. Pinturas, gravuras, cerâmicas, tapeçarias, murais, painéis de azulejos e mobiliário compõem a coleção que pode ser visitada pelo público, de acordo com as normas vigentes de cada momento, relacionadas ao controle da pandemia do Coronavírus.

O livro apresenta, também, artigos de especialistas em arquitetura, paisagismo e artes visuais. Os textos analisam aspectos da biografia de Burle Marx, bem como de sua produção como artista e paisagista. A obra ainda reconta a história do processo de tombamento do Sítio.


O SRBM foi doado pelo próprio paisagista ao Iphan, em 1985. Tombado como Patrimônio Cultural nas esferas municipal, estadual e federal, o Sítio é candidato ao título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A reunião para definir a chancela seria em 2020, mas foi adiada para 2021 devido à pandemia de Covid-19. A 44ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial que avaliará o pleito será realizada online entre os dias 16 a 31de julho.


Nessa foto, reflexo da vegetação em um dos lagos do sítio (reprodução do instagram @sitiorobertoburlemarx)



A produção do livro integra o projeto de requalificação do SRBM, executado pelo Intermuseus em parceria com o Iphan e com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O livro já foi distribuído gratuitamente a bibliotecas, museus e universidades. Agora, sua versão digital pode ser baixada gratuitamente. Para obter a obra impressa é preciso mandar um e-mail com a solicitação para: visitas.srbm@iphan.gov.br

História


O atual Sítio Roberto Burle Marx chamava-se, originalmente, Fazenda ou Engenho da Bica, pois as fontes de água existentes na parte mais alta do terreno eram canalizadas e serviam a população local por meio de uma bica próxima à estrada. A partir de 1681, com a construção da capela dedicada a Santo Antônio, passou a ser conhecido como Engenho Santo Antônio da Bica e, posteriormente, Sítio Santo Antônio da Bica.


Em 1949, Roberto e seu irmão Guilherme Siegfried Burle Marx compraram o primeiro terreno que hoje integra o Sítio Roberto Burle Marx, após uma longa busca por espaços que unissem boa diversidade de solos adequados, com rochas expostas, água abundante, e cujo entorno ficasse a salvo da especulação imobiliária. O local chama a atenção por sua vegetação nativa, formada especialmente por manguezal, restinga e Mata Atlântica, preservada pelo Parque Estadual da Pedra Branca.


Em 1952 e 1960 os irmãos compraram e anexaram à propriedade inicial sucessivos terrenos vizinhos. Ao mesmo tempo, foram realizando as intervenções necessárias para transformá-la no laboratório pretendido por Roberto, com a instalação de infraestrutura, edificações, viveiros de plantas e áreas ajardinadas.


No Sítio, além da capela, havia uma antiga casa de fazenda. Burle Marx restaurou a capela, recuperou e ampliou a casa e se transferiu para o local. Em 1973, o paisagista mudou-se definitivamente para Guaratiba, onde viveu até falecer, em 1994.

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