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  • Sônia Apolinário

Destaque na prática da canoa havaiana, Niterói sedia primeiro simpósio do esporte

Com 31 clubes e dois mil adeptos, Niterói é um polo de destaque no cenário nacional da Va’a, como é conhecida a canoa havaiana ou canoa polinésia. Tanto que a cidade vai sediar o 1º Simpósio da modalidade, nos dias 29 e 30 de junho. O evento foi organizado pela Associação Niteroiense de Va’a (ANVA’A), presidida por Luiza Perin.


Ela informa que o esporte chegou no Brasil no ano 2000, mas só em 2012 a canoa começou a chamar a atenção das pessoas. Praticante desde 2005, ela acredita que foi a então novidade do stand up paddle que “empurrou” as pessoas para a Va’a.

“Havia um desejo contido das pessoas de ir para o mar, mas faltava coragem. O stand up paddle foi que mostrou que era possível atividades de lazer além da arrebentação e a canoa, sendo uma atividade coletiva, praticada com um instrutor, transmitiu segurança e as pessoas foram para o mar experimentar essa liberdade”, comenta Luiza.

Uma canoa pesa entre 180 e 200 quilos, mede 14 metros e custa cerca de R$ 30 mil. Assim, ter uma e transportá-la para lá e para cá era algo que passava ao largo da solução individual. Daí a criação dos clubes, onde o interessado se associa, paga uma mensalidade e pratica. O que cada “canoeiro” precisa ter é o próprio remo que custa de R$ 800 a R$ 3 mil.

Luiza acredita que o fato de Niterói ter uma orla de baía pode ter ajudado na popularização do esporte. Porém, há clubes também na Região Oceânica e, sim, as canoas encaram o mar aberto. Inclusive, há expedições que são organizadas com regularidade.

Segundo Luiza, qualquer pessoa, de qualquer idade, pode entrar na canoa. O pré requisito é saber nadar. Mesmo assim, o uso de colete salva-vidas é obrigatório, no mar. E como acontece em academias de ginástica, é pedido um atestado médico na hora da inscrição em algum clube. Em Niterói, o número de mulheres praticantes de Va’a equivale ao dos homens.


A Associação presidida por Luiza foi criada em 2019. O objetivo da instituição, segundo ela, é que o esporte tenha voz perante o poder público. Regularizar a utilização da areia da praia, onde outras modalidades esportivas já marcam presença é uma das reivindicações. Atualmente, Va’a não é esporte olímpico, mas já é modalidade da paraolimpíada.

Bióloga marinha com especialização em educação ambiental, Luiza, de 40 anos, há 16 anos, fazia travessias a nado, no mar. Em uma dessas travessias, no Hawai, foi perseguida por um tubarão tigre de 4,5 metros de comprimento. Antes de chegar na canoa, praticou stand up. Essas e outras peripécias, no mar, ela contou no livro “Vou de Canoa”, que lançou ano passado.

Quem se lembra de um vídeo que viralizou de uma canoa, no mar do Rio de Janeiro, que se deparou com uma baleia?

“Tudo o que tem no mar, a gente pode ver e encontrar, quando está na canoa. Na baía, o mais comum é encontrar golfinhos, mas é possível, sim, uma baleia ou outra aparecer”, comenta Luiza,.

Segundo ela, o maior desafio para quem quer experimentar se exercitar na canoa é, justamente, a decisão de ir para o mar. Isso porque as atividades, em sua grande maioria, são feitas pela manhã, a partir das 5h45 e duram cerca de 1h30.

“Virar a chave é o primeiro passo. É preciso decidir que vai acordar cedo e colocar a canoa na sua rotina. Muitos chegam com medo do mar, mas depois da primeira saída, entendem que é seguro e voltam. Há muitas histórias de superações entre os praticantes. Pessoas que, com a ajuda da canoa, superaram obesidade, tristeza, depressão”, diz ela.

A dica que Luiza considera mais importante para quem quer se aventurar em uma canoa havaiana: escolha bem o clube do qual vai fazer parte:

“A pessoa vai remar com um grupo. É preciso se identificar com essas pessoas, se sentir acolhida, ter objetivos semelhantes. A canoa cria uma irmandade portanto, é preciso haver afinidade entre seus integrantes”

Simpósio

Segurança náutica é um dos principais assuntos a serem debatidos no simpósio. O evento vai acontecer de forma 90% virtual. Na casa Vila H, em São Francisco, só será permitida a entrada dos palestrantes e equipe de produção. O público poderá acompanhar as transmissões, ao vivo, pelas seguintes redes sociais:

Canal do Aloha Spirit Mídia, no Youtube;

Página do Facebook da Secretaria de Esporte e Lazer de Niterói

Instagram @anvaa_niteroi.

Confira a programação, aqui

Fotos: Aldo Barranco, também praticante de Va’a


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