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  • Sônia Apolinário

Livro narra 'causos' do prazer de cozinhar e comer

Logo no início, o autor avisa que não se trata de um livro de receitas. Porém, “Na Boca do Estômago” (Autografia Editora) tem, sim, algumas. Tem mais ainda “causos” e lembranças de viagens e “comilanças” do jornalista e escritor Chico Jr que deu a dica principal a respeito da sua obra no subtítulo: “Uma viagem ao prazer de cozinhar e comer”.

O embarque nessa jornada se dá ainda na infância do escritor. Cercado pela avó e mãe, cozinheiras de mãos cheias, além da tia doceira, o jovem Chico começou a “pilotar” panelas aos 13 anos. Não por acaso, se tornou o cozinheiro oficial dos acampamentos que fazia com o grupo de escoteiros.

Nesse “livro despretensioso”, como diz o autor, o que há, de verdade, é quase que um apelo para que as pessoas retomem o velho e bom hábito de preparar a própria comida (ou da família) e voltem a transformar a hora da refeição em um momento amoroso de convivência.

“As pessoas estão dedicando cada vez menos tempo para as suas vidas e chegam ao ponto de ficar sem tempo para comer”, observa Chico que tem cinco livros publicados, dentre eles, dois sobre gastronomia: “Roteiros do Sabor Brasileiro” (2005) e “Roteiros do Sabor do Estado do Rio de Janeiro” (2007).

Ele cita uma pesquisa norte-americano que informa que as pessoas “gastam”, atualmente, no máximo, 27 minutos com o preparo da sua alimentação. E se você pensou que Chico é contra a comida congelada, está enganado. A questão é que há congelados e congelados. No livro, ele ensina, inclusive, como fazer um “congelado bom” – e avisa: dá trabalho.

Para ajudar a dar mais sabor à comida dos leitores, ele faz uma lista de temperos e explica a melhor forma de usá-los. Assim, ele espera “libertar” os cozinheiros amadores ou não da imbatível dupla formada pela salsa e a cebolinha – o tempero preferido dos brasileiros. Uma dupla que, aliás, Chico também gosta. Apenas não se restringe a ela. Por exemplo, uma das “novidades” que ele apresenta no livro é o uso da cenoura como tempero. Pessoalmente, ele vive um momento de “paixão” pelo aipo.

Outra coisa que Chico ensina é como fazer para o macarrão não grudar. E nem pense em colocar óleo na água do cozimento e, muito menos, lavar a massa depois. Ele também dá uma “aula” sobre vinagre balsâmico que, na sua opinião, é uma “joia rara da culinária”.

Ao longo das 186 páginas, Chico apresenta alguns personagens que conheceu pelas suas viagens. Como Dona Adalva que, aos 79 anos, em Natal (RN), continua fazendo paçoca de forma tradicional, ou seja, no pilão.

“De um tempo para cá, virou moda falar em gastronomia. E usam a palavra para dar um certo plus ao ato de cozinhar. Mas gastronomia nada mais é do que tudo o que o homem prepara e come. É totalmente pé no chão”, afirma Chico.

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