Trilha sonora de 'O Agente Secreto' resgata 'Paêbirú', obra-prima da psicodelia brasileira
- Sônia Apolinário

- há 2 horas
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Quatro músicas da trilha sonora do filme “O Agente Secreto” - que estreia em cinemas de todo o país nesta quinta-feira (6) - fazem parte do disco “Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol” (gravadora Rozenblit) que, este ano, completou 50 anos do seu lançamento.
Considerado uma obra-prima da psicodelia brasileira, foi criado pelos artistas Zé Ramalho e Lula Côrtes. Mistura rock progressivo, ritmos nordestinos, poesia e muito misticismo.
O misticismo fica por conta das histórias que giram em torno da criação do álbum. Reza a lenda que as músicas foram inspiradas durante uma viagem de cogumelo em um sítio arqueológico, no interior da Paraíba. Esse sítio está na origem do nome do álbum.
O disco se tornou raro – o que aumentou sua mística – porque teve quase toda tiragem perdida na enchente histórica de Recife (PE), em 1975. Estima-se que menos de mil unidades tenham sobrevivido, o que fez do álbum um item de desejo de colecionadores. Uma cópia em bom estado pode valer até R$ 10 mil.
Paêbirú significa algo como “caminho do sol” ou “caminho das pedras”. A ideia central do disco gira em torno do sítio arqueológico Pedra do Ingá, localizado no município de Ingá, na Paraíba, coberto por inscrições rupestres até hoje não totalmente decifradas.
Inspirados por essas inscrições e por mitos indígenas sobre um caminho sagrado que ligaria a América do Sul ao resto do mundo, os artistas criaram o álbum duplo dividido em quatro fases — Terra, Ar, Fogo e Água.
No lado "Terra", os resultados foram conseguidos através de instrumentos como tambores, flautas, congas e sax alto
Em "Ar", foram introduzidas conversas, risadas e suspiros, além de harpas e violas.
"Fogo" é o lado mais pesado do disco, onde o rock e a psicodelia estão em evidência. São usados sons de guitarra elétrica distorcida, órgão e um som menos acústico.
Em "Água" são colocados fundos sonoros de água corrente e letras em louvação a entidades que representam o elemento, além da incorporação de gêneros dançantes como o baião.

Masterização
De acordo com a Rozenblit, em 1976, a fita matriz do disco foi enviada para o Rio de Janeiro para a realização de uma masterização. Com isso, foram adicionados diversos efeitos sonoros que não havia nos estúdios de Recife.
Dessa forma, foi criada uma segunda versão do disco.
Ouça Paêbirú, aqui
As músicas que fazem parte da trilha do filme são:
Harpas dos Ares - Ar;
Trilha de Sumé - Culto à Terra - Bailado das Muscarias - Terra
A trilha sonora de "O Agente Secreto" (ao lado) está disponível no Spotify
Com informações do site Território Cultura








































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