Parque Orla Piratininga: caminhando pela trilha da Ilha do Pontal em Niterói

Uma caminhada leve de cerca de 600 m, na maior parte do tempo, no plano, com direito a três mirantes. Assim é a trilha da Ilha do Pontal, na Região Oceânica de Niterói. Parte do Setor Costeiro / Lagunar do Parque Natural Municipal de Niterói (PARNIT), a ilha – na verdade, uma espécie de península na Lagoa de Piratininga, acabou se tornando uma atração do Parque Orla Piratininga uma vez que passou a circundar  a lagoa.

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O acesso à trilha é por uma pequena ponte de madeira, na altura do número 344 da Rua  Dr. Mario Souto, no Cafubá. Estive lá na última quarta-feira (16). Essa entrada foi fácil de achar por conta dos vários funcionários da prefeitura que estavam fazendo reparos no local, inclusive, na ponte.

A presença deles também me encorajou a seguir. Afinal, eles sabiam que duas mulheres tinham entrado na trilha – as únicas pessoas naquela manhã a caminhar pelo local.

Entre trechos bem abertos e outros com vegetação um pouco mais fechada  em uma caminhada de cerca de dez minutos, chega-se ao primeiro mirante, uma parte rochosa batizada “dos frangos d’agua” (vídeo). Não há placa que explique o nome desse mirante e, na verdade, nenhuma outra que sinalize o restante do percurso.

Ao ler sobre o local antes de fazer a trilha, soube que aquela rocha tem resquícios de sambaquis (depósito construído pelo homem, formado por materiais orgânicos e calcários, que se fossilizou ao longo do tempo). Parece que já se tentou passar essas informações para o visitante, mas, atualmente, o que se vê no local  são fragmentos de cordas de isolamento e uma velha placa caída.

Do mirante dos frangos d’agua, entre cactos, se avista um novo ângulo da Lagoa de Piratininga. O som é de pássaros, mas até ali deu para ouvir o carro do ferro velho passando por alguma rua próxima.

Um mico saiu da vegetação, encarou as visitas e saiu correndo. Alguns pequenos lagartos também passaram apressados.

Ver a sinalização para seguir, pelo alto da rocha, para o próximo trecho da trilha, é questão de sorte porque a seta pintada no chão não é muito visível.

Será preciso entrar à esquerda para acessar o bosque vermelho (foto abaixo) e, uma vez lá dentro, você vai descobrir que está no lugar certo ao avistar uma placa.

O bosque vermelho tem esse nome por conta dos caules das árvores, da família Myrtaceae.  A Wikipédia me informou que essa família está representada nas Américas principalmente por plantas frutíferas, entre as quais o jambo, a pitanga, a uvalha, a goiabeira, o araçá, a jabuticaba e o cambuí, sendo um dos gêneros mais conhecidas desta família os eucaliptos.

Nesse trecho, a vegetação é um pouquinho mais fechada.  Depois de uma breve caminhada, chega-se a outro mirante, em outra rocha. E um novo quadro da Lagoa de Piratininga se descortina, sempre ao som de pássaros.

Se temos a ideia que mirantes são locais mais ao alto que ajudam  a apreciar a paisagem, isso não se aplica no terceiro e último da trilha da Ilha do Pontal. Para chegar nele, é preciso descer, no caso, dois trechos de pedras.  Para mim, essa foi a pior parte. O ponto final da trilha dá (em tese) na beira da lagoa. Porém, a vegetação na área estava muito alta, o que me desanimou a ir até lá.

Ficar na parte mais alta do trecho, apreciando a paisagem ouvindo apenas sons de pássaros estava de muito bom tamanho.  

Era chegada a hora de beber um  bom gole de água para pegar o caminho de volta.

Fica como sugestão começar (ou terminar) esse passeio pelo mirante de madeira ao lado do vertedouro dos jardins filtrantes. É nesse vertedouro que costumam ficar, na maior boa vida, jacarés que habitam o local. Naquela quarta-feira, tinham cinco.

Entre o mirante e o caminho (na verdade, a ciclovia) para a entrada da trilha, é possível andar por um jardim ainda em fase de implantação. Segundo a prefeitura de Niterói, o local será um futuro pomar.

Fotos: início da trilha; mirante dos frangos d’agua e vista do alto do mirante de madeira