Movimento de solidariedade à Palestina em Niterói cria Clube do Livro
- Sônia Apolinário

- 2 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de ago.

Além das caminhadas semanais na praia de Icaraí, o movimento de solidariedade à Palestina, em Niterói, passará a ter um Clube do Livro.
A novidade estreia na quinta-feira (7), às 19h, na Casa 264, em São Domingos. O livro a ser debatido será o "Brevíssima história do conflito Israel-Palestina" do historiador israelense Ilan Pappe, lançado há quatro meses.
A iniciativa é do Comitê Niterói de Solidariedade aos Palestinos. A mediação do Clube do Livro ficará a cargo do historiador e fotógrafo Vitor Vogel.
- O livro é sintético e didático. Ideal para quem se interessa pelo assunto a iniciar leituras sobre o tema – afirmou Vogel.
Nascido em Haifa, norte de Israel, em 1954, Ilan Pappe é diretor do Centro Europeu de Estudos Palestinos e professor da Universidade de Exeter, na Inglaterra, onde mora desde 2008. Sua principal obra é o livro “A Limpeza Étnica da Palestina”.
Pappe é um dos mais importantes e prolíficos autores sobre a Questão Palestina. Suas principais contribuições para a historiografia israelense são a introdução do conceito de limpeza étnica para caracterizar a Nakba e o uso do conceito de colônia de assentamento para compreender o projeto sionista, a sociedade e o Estado de Israel. É um defensor do uso de entrevistas de história oral com palestinos como fonte para a pesquisa histórica.
Mantendo a “tradição” do autor, nesta primeira edição do Clube do Livro será exibido um filme-depoimento de um palestino que mora em Jaffa. Trata-se de um das mais antigas cidades portuárias e importantes do mundo antigo. Em 1950, Jaffa foi incorporada à cidade de Tel Aviv e hoje é uma espécie de Riviera da capital econômica de Israel, sendo conhecida como Tel Aviv-Jaffa.
- Ilan Pappe é nascido em Israel e vai rompendo com o sionismo ao longo do tempo. No evento, o filme tem a função de dar voz a um palestino para que a gente conheça melhor a História deles. O homem resgata memórias do seu avô sobre Jaffa, antes de ser anexada – explicou.
Segundo Vogel, a criação do Clube do Livro tem como objetivo “ampliar o diálogo com as pessoas sobre o que acontece na Palestina”. Nessa linha, há planos, também, para a criação de um cineclube.
O Comitê Niterói de Solidariedade aos Palestinos foi lançado no último dia 12 de julho, com a realização de um debate na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. A iniciativa envolve um grupo de pessoas e tem caráter suprapartidário.
Até agora, a principal atividade do Comitê tem sido a organização de caminhadas semanais, aos domingos, na praia de Icaraí, sempre com concentração às 9h30, próximo à igreja São Judas Tadeu.
- A primeira caminhada teve cerca de 30 pessoas. Na última, na semana passada, já foram umas 70. O mais interessante é que tem sempre alguém participando pela primeira vez. Recebemos apoios ao longo do trajeto: pessoas buzinam dos carros ou aplaudem no calçadão. Tem sempre um ou outro que torce o nariz, mas até agora, sem demonstrações de hostilidade. O mais importante é fazer com que as pessoas não sejam indiferentes. O genocídio do povo palestino está sendo transmitido em tempo real, por diversas mídias. É uma situação que é difícil ser indiferente – afirmou Vogel.
Neste domingo (3), a caminhada está confirmada.
A participação no Clube do Livro é gratuita, mediante inscrição prévia. A Casa 264 fica na Rua General Andrade Neves, 264.
A Livraria da Ponte terá um estande na Casa 264 no dia do evento.
































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