Linha 3 do Metrô: dois estudos simultâneos para 'desembarque' nas eleições de 2026
- Sônia Apolinário
- 10 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

De um lado, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), de São Paulo. De outro, a Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No meio, estudos técnicos para a viabilização da linha 3 do Metrô que ligará o Rio de Janeiro a Niterói, chegando a São Gonçalo. Pelo caminho, a disputa do governo do estado do Rio de Janeiro em 2026.
Idealizado desde a época do império, o Metrô ligando o Rio a Niterói se tornou uma espécie de lenda urbana que se “materializa” como promessa política, a cada eleição para o governo do estado.
Já teve licitação de estudo anunciada e, depois, anulada. Agora, dois estudos de viabilidade técnica para a criação da linha foram formalmente anunciados, praticamente, ao mesmo tempo.
Coppe
No último dia 3, a Coppe/UFRJ anunciou ter dado a largada nos estudos técnicos que darão suporte à implantação da Linha 3 do Metrô do Rio de Janeiro. Em evento realizado na sua sede, na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, os planos da instituição foram apresentados pelo professor do Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe, Rômulo Orrico, coordenador dos estudos que receberam o nome de Projeto de Integração, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Mobilidade no Rio de Janeiro.
Esse estudo é fruto de um acordo do Governo Federal celebrado com a UFRJ, após parlamentares destinarem R$ 26 milhões para sua realização, via emendas. A iniciativa envolve os senadores Flavio Bolsonaro e Carlos Portinho (ambos do PL) e os deputados Hélio Lopes, Eduardo Pazuello e Alexandre Ramagem (todos do PL), além de Gutemberg Reis (MDB).
Bolsonaro, Lopes e Pazuello participaram da apresentação do Plano, bem como os prefeitos de São Gonçalo e Itaboraí, respectivamente, Capitão Nelson e Marcelo Delaroli, ambos do PL. Na plateia também esteve o secretário estadual de Transportes do Rio, Washington Reis (MDB). A subsecretária de Mobilidade de Niterói, Ivanice Schutz, participou do evento como representante do prefeito Rodrigo Neves. Também presente o vereador de Niterói Daniel Marques (PL).
O professor Orrico informou que o tempo de execução do projeto é de 30 meses. A partir daí, caberá ao poder público tomar as próximas decisões. Os estudos começaram a ser feitos em abril, tendo a Coppe recebido a primeira parcela do pagamento: R$ 11.772.022,00.
Fipe
Seis dias depois, na última segunda-feira (9), foi a vez do governo do estado, de Claudio Castro (PL), apresentar seus planos para a Linha 3 do Metrô – parte de um projeto de expansão da malha metroviária da cidade do Rio de Janeiro.
Representantes da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) apresentaram um vídeo ilustrativo sobre a expansão, com a proposta dos estudos que serão desenvolvidos referentes aos trechos.
Na ocasião, foi informado que o contrato para a elaboração dos estudos de viabilidade “está sendo finalizado”. Será o governo do estado que vai contratar a Fipe, por meio da Secretaria de Transportes.
“A FIPE teve importante participação na elaboração do novo contrato da Setram com o MetrôRio, incluindo a definição do fluxo de caixa que guiará a relação contratual entre o Estado e a concessionária pelos próximos 25 anos”, informou o governo do estado por intermédio de nota.
Os estudos da Fipe envolvem a ligação Estácio - Praça XV, a criação da Linha 3 (Praça XV - Niterói - Guaxindiba) e a extensão da Linha 4 (Barra da Tijuca) até o Recreio dos Bandeirantes,
A FIPE estima que a construção dos trechos em questão custará R$ 28 bilhões. A ideia é viabilizar a obra via Parceria Público-Privada (PPP),
Presente ao evento, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, informou que o governo federal vai investir R$ 20 milhões nos estudos para a expansão metroviária do Rio de Janeiro. Já o Governo do Estado vai aportar cerca de R$ 12 milhões.
Sobre a Linha 3, o projeto prevê que o primeiro trecho, interligando as estações Praça XV (Rio) e Arariboia (Niterói), seria executado através de um túnel subaquático escavado sob a Baía de Guanabara. A partir da estação Arariboia (prevista para funcionar na Cantareira), a linha passa a operar em nível elevado. Já a estação Guaxindiba deve ser construída perto da BR - 101, uma das principais rodovias federais do Brasil.
Ao todo, o percurso terá 21,7 km ( sendo 3 km debaixo da Baía de Guanabara), com 15 estações, podendo se estender, futuramente, até Itaboraí. O investimento previsto para essa linha é de R$ 14,6 bilhões.
No evento, foi informado que os estudos permitirão "a contratação de obra no primeiro semestre de 2026". A previsão é que até o final de 2031, os primeiros trechos estejam em operação (mas não foram especificados quais seriam), sendo os demais, concluídos em 2032.
Dessa apresentação participou, entre outras autoridades, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, foi representado por Renato Barandier secretário municipal de Mobilidade, Transporte e Infraestrutura.
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