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  • Sônia Apolinário

Associação quer atuar na qualificação de cervejarias de Santa Catarina

Qualificar processos de produção, serviços e gestão. Nesses elos que formam grande parte da cadeia produtiva da cerveja que a nova diretoria da Associação Vale da Cerveja pretende atuar. A entidade reúne dez cervejarias de cinco municípios de Santa Catarina. Valmir Zanetti, diretor executivo da Cerveja Blumenau, foi recém-eleito presidente da Associação. Sua própria empresa servirá de “case” para um dos pontos a ser trabalhado junto às marcas e que gira em torno da pergunta: vale a pena crescer muito? “Às vezes, sonhar pequeno é ser grande”, comentou Zanetti, em entrevista para Lupulinário.


Alles Blau, Balbúrdia, Berghain, Blauer Berg, Container, Das Bier, Hersing, Schornstein e Wunder Bier são as outras cervejarias associadas, localizadas, em grande parte, em Blumenau, mas também em municípios como Pomerode, Timbó, Gaspar e Indaial. Esse grupo representa metade de todas as cervejarias da região.


A Associação foi criada em 2019. Zanetti substitui Daniel Reginatto (Container) na presidência, com mandato até 2023. A pandemia do Coronavírus atrapalhou os planos de atuação do grupo, mas ainda deu tempo de criar uma cerveja colaborativa. Uma segunda está prevista para ser produzida no final do ano.


“Nosso papel é ajudar a cervejaria a se qualificar. Também queremos ser ferramenta para o trading turístico. É preciso valorizar nossas marcas e disseminar a cultura cervejeira da região”, afirma Zanetti.


Segundo ele, a valorização da cerveja local passa pela qualificação do processo de produção das marcas para garantir uma melhor padronização de resultado e, consequentemente, qualidade.


Na sua opinião, ainda dentro da busca por melhor qualidade, as cervejarias deverão investir no treinamento junto aos pontos de venda - do armazenamento adequado para a bebida, à limpeza correta dos copos passando por um melhor atendimento do público.


“Esse ponto é onde se peca muito e compromete um bom produto”, observa.


Para Zanetti, porém, um ponto é ainda mais fundamental no trabalho junto às marcas: gestão. E isso implica fazer cada um entender “o tamanho do seu sonho”:


“Às vezes, sonhar pequeno é ser grande. Na Europa e Estados Unidos existem pequenas cervejarias que entregam grandes produtos. Uma empresa, na ânsia de crescer, pode perder essência, foco e objetivo. E o sonho vira pesadelo”.


Zanetti fala por experiência própria e admite que a cervejaria Blumenau está revendo seu modelo de negócios, o que inclui tirar o pé do acelerador. Ele sabe que, depois que uma empresa cresce, é difícil voltar a ser pequena. Ou como diz: “água de lago que foi para o rio não volta para a lagoa”.


Segundo ele, primeiro, a marca ganhou visibilidade nas Oktoberfests realizadas em Blumenau; depois vieram medalhas em concurso. O resultado foi um crescimento de demanda e necessidade de atender pedidos vindos de vários cantos do país.


“Embarcamos e fomos embora. Não deveríamos ter passado a quarta marcha e sim segurado a velocidade. Agora, precisamos resgatar a percepção de valor e qualidade da marca. Crescer é bom, sim. Porém, não se pode perder o padrão de qualidade e o propósito”, afirma. “Em 2019, nos vimos discutindo produtos que não daríamos conta de entregar. Estávamos vivendo em função da demanda”.


Atualmente, a Blumenau produz 150 mil litros por mês. Para fomentar novos projetos, com "pegada" de inovação, a marca construiu uma nanocervejaria, com capacidade para 15 mil litros por mês, dentro da própria fábrica. Sua função será atuar como uma incubadora de novos projetos. De lá, sairão lotes de até 1 mil litros. Sendo que a estrutura também poderá ser usada por outras marcas. A cervejaria conta como parceira a Escola Superior de Cerveja e Malte cuja sede também é em Blumenau.


Zanetti informa que, em breve, os primeiros produtos da nanocervejaria serão lançados.


“Será que a gente tem que ser o querem da gente ou o que nós queremos? Paramos para nos perguntar: o que queremos ser quando, em 2025, completarmos dez anos no mercado? Estamos trabalhando para responder essa pergunta”.



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