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  • Sônia Apolinário

Candidato ao Oscar, 'A Vida Invisível' será exibido na abertura do Cine Ceará

Um dos candidatos a representar o Brasil no Oscar de 2020, o longa-metragem “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz (“O Céu de Suely”), será exibido pela primeira vez no país, na próxima sexta-feira (30), na abertura do Cine Ceará 2019. A estreia nos cinemas está marcada para o dia 19 de setembro. Definido pelo diretor como um “melodrama tropical”, o filme já recebeu vários prêmios em festivais internacionais.

Baseado no best-seller "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" (Companhia das Letras), de Martha Batalha, o filme é ambientado no Rio de Janeiro de 1950. Conta a história de duas inseparáveis irmãs - Eurídice (Carol Duarte), de 18 anos, e Guida (Julia Stockler), de 20, que moram com os pais em um lar conservador. Eurídice tem planos de se tornar uma pianista profissional, enquanto Guida sonha viver uma grande história de amor. Ela foge de casa com o namorado. Seis meses depois, ao retornar grávida e sozinha, é expulsa de casa. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar. No elenco também estão Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e Fernanda Montenegro, em participação especial.

O longa foi lançado em maio passado, na mostra "Um Certo Olhar", do Festival de Cannes, quando venceu o prêmio de Melhor Filme. Na ocasião, o diretor fez uma homenagem à mãe já falecida, Iracema Lima Aïnouz. Ela, na década de 50, entrou para uma universidade, tornou-se pesquisadora bioquímica, rodou o mundo a trabalho e criou o filho Karim sozinha.

“Eu fiquei profundamente tocado quando li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam ido embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo. O que me levou a adaptar o livro para o cinema foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as de mulheres da geração da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, afirma o diretor que nasceu em Fortaleza, a capital do Ceará, há 53 anos.

Segundo ele, o filme é um “melodrama tropical” porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, “mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira”:

“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início”, comenta o diretor que também assina o roteiro junto com Murilo Hauser e Inés Bortagaray.

Sétimo longa-metragem de Karim, “A Vida Invisível” vem colecionando prêmios nos eventos internacionais por onde tem passado como Festival de Cinema de Lima e de Munique, além de Cannes. O filme foi selecionado para participar do Festival de Toronto, a ser realizado de 5 a 15 de setembro. Trata-se do principal “termômetro” para o Oscar. Ao todo, 12 títulos brasileiros participam da mostra canadense.

No dia 19 de setembro, o longa estreia nos cinemas do nordeste do Brasil. Nas outras regiões, poderá ser visto a partir do dia 31 de outubro.

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Cine Ceará

A 29 ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema acontece de 30 de agosto a 6 de setembro, em Fortaleza. Serão exibidos cinco filmes de ficção e dois documentários. Desses sete, quatro têm diretoras mulheres. Faz parte do evento uma mostra competitiva de curta-metragem. O festival é uma promoção da Universidade Federal do Ceará.

O documentário “Vozes da Floresta”, da carioca Betse de Paula, e o longa “Notícias do fim do mundo”, do cearense Rosemberg Cariry, farão sua estreia no evento. Do Brasil, também estão na Mostra as produções “Greta”, primeiro longa-metragem do cearense Armando Praça; e o documentário “Ressaca”, com direção de Patrizia Landi e Vincent Rimbaux.

Conheça a programação completa

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