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  • Sônia Apolinário

Congresso internacional apresentará experiências de sustentabilidade para pequenos negócios em Cuia

Para uma empresa, adotar práticas sustentáveis não significa aumento de custos, muito pelo contrário. Sustentabilidade gera toda uma economia própria e pode significar oportunidades até para empreender e desenvolver um negócio já existente. É esse o recado que quer passar o 3º Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (CICLOS), que será realizado quinta (23) e sexta-feira (24), das 13h às 22h, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT). O congresso é promovido pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade, com apoio da ONU Meio Ambiente e Águas Cuiabá.

Para inspirar os empresários nacionais, serão apresentados, por exemplo, cases da Finlândia, e Butão. Portugal, Itália e Israel contarão suas experiências relacionadas a cidades inteligentes. O Campus Party Brasil e o Instituto Peabiru, que atua com foco em agricultura familiar na Amazônia, são algumas das ações brasileiras que estarão em discussão.

“Inovação e empreendedorismo com sustentabilidade é de grande valor para o mercado.

Quando se fala em sustentabilidade, está se falando em eficiência energética, diminuição de desperdício e, consequentemente, de custos. Tudo isso torna uma empresa mais competitiva e, dentro da Nova Economia, com mais oportunidades”, observa Suênia Sousa, gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade, em entrevista para o Comunic.

Cerca de 500 empresários participarão do evento, realizado a cada dois anos pelo Sistema Sebrae. Nesta terceira edição, a programação será formada por seis palestras e 10 painéis que contarão com a participação de sete mediadores.

Dentre os palestrantes estão Sangay Dorji, presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Butão (esquerda) que vai falar sobre o indicador Felicidade Interna Bruta, adotado pelo país asiático; e Kari Mattila, conselheiro da Agência Nacional de Educação da Finlândia, que mostrará como funciona o sistema educacional do país nórdico, elogiado em todo o mundo.

Nos painéis, temas como “negócios inovadores”, “Empreendedorismo com Propósito” e “Liderança Feminina” serão alguns dos temas que estarão em foco.

O Butão é um país pequeno e o Brasil tem dimensões continentais. É possível adotar aqui um indicador como o de Felicidade Interna Bruta ?

SS: Não se trata de adotar aqui o mesmo que existe em outros lugares, mas trazer experiências exitosas para nos inspirarmos. Por exemplo, o Canadá adaptou o índice de Felicidade Interna Bruta do Butão e criou o Índice de Prosperidade Genuína. O case da Finlândia fala, no final das contas, sobre melhoria de qualidade de vida. É esse tipo de reflexão que pretendemos estimular.

Sobre cidade inteligente, Suênia explica que o projeto que está sendo executado em São Gonçalo do Amarante (CE) propicia discussões sobre a necessidade de se criar políticas públicas que facilite, por exemplo, ambientes regulatórios para que seja possível para a população usufruir melhor dos espaços públicos. Segundo ela, é mais uma vez uma discussão que relaciona negócios mais promissores com melhor qualidade de vida.

Pequenos negócios e sustentabilidade

Como estudo preparatório para o evento, o Centro Sebrae de Sustentabilidade realizou uma pesquisa, ano passado, junto a 1.887 empresários de micro e pequenas empresas dos 27 estados do país. A conclusão é que eles estão aderindo, cada vez mais, às práticas sustentáveis.

De acordo com Suênia, ações que resultam em redução do consumo de energia e água; preocupação com a separação e destinação correta dos resíduos sólidos; contratação de mão de obra e fornecedores locais; e apoio às comunidades no entorno da empresa são algumas das práticas que os pequenos negócios estão adotando, “em silêncio, em todo o país”.

De acordo com o Sebrae, 98,5% dos empreendimentos brasileiros são Microempresas (com faturamento até R$ 360 mil/ano); Empresas de Pequeno Porte (EPP, com faturamento acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões/ano) e Microempreendedores Individuais (MEI, com faturamento de R$ 81 mil/ano). Juntos, geram 55% dos empregos formais e 45% da massa salarial, além de serem responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Os resultados para cada questão da pesquisa também foram analisados para que apontassem com qual dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) os pequenos negócios brasileiros estão contribuindo para seu cumprimento no Brasil. Os ODS compõem a Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU), assumida por 193 países-membros, em 2015, em Nova Iorque. O Brasil é signatário da Agenda 2030. Os 17 ODS são divididos em 169 metas.

A pesquisa detectou que os pequenos negócios brasileiros estão contribuindo principalmente com os ODS: 8 (Trabalho decente e crescimento econômico); 10 (Redução das desigualdades); e 12 (Consumo e produção responsáveis).

Várias práticas também dialogam com outros ODS, sendo eles: 1 (Erradicação da pobreza); 3 (Saúde e Bem-estar); 6 (Água e Saneamento); 7 (Energia limpa); 9 (Indústria e Renovação); 11 (Cidades e comunidades sustentáveis); 14 (Vida sob a água); 15 (Vida sobre a terra); e 17 (Parcerias pelas metas).

“Com esta pesquisa mostramos que o movimento em busca da sustentabilidade também está presente neste segmento pouco visível e silencioso, apesar de numeroso, composto pelos pequenos negócios. Eles também protagonizam o processo de transição da economia, movidos por novos valores e atitudes sustentáveis”, afirma Suênia “Os resultados também comprovam a capacidade de adaptação deste segmento tão importante. Outra conclusão a que podemos chegar é que os pequenos negócios reduzem a desigualdade social ao apoiar a comunidade local”.

Centro Sebrae de Sustentabilidade

Seu projeto arquitetônico é de autoria de José Afonso Botura Portocarrero, arquiteto, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Doutor em habitações indígenas brasileiras. Em formato ogival, o edifício foi fundamentado na cultura e casas indígenas dos povos do Xingu (especificamente do povo Yawalapiti), consideradas exemplares em termos de arquitetura bioclimática. O processo de construção incluiu a participação de mulheres, reaproveitamento de resíduos (madeiras, pedras, etc) e o projeto se adaptou ao terreno em declive, evitando a terraplanagem e preservando a vegetação nativa. No terreno do foram implantadas duas microusinas de geração solar fotovoltaica (45 kW e 75 kW), que reduz o consumo energético do Centro e da sede do Sebrae MT.

Conheça a íntegra da programação do CICLOS

Para se inscrever

Saiba de todos os detalhes sobre a pesquisa Pequenos Negócios e Sustentabilidade

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Centro de Eventos do Pantanal

Avenida Bernardo Antônio de Oliveira Neto, s/n

Jardim Santa Marta - Cuiabá, MT

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