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  • Sônia Apolinário

'Projeta Rocinha' usará o Morro Dois Irmãos como tela para exibição de filmes

Durante três dias, o Morro Dois Irmãos, na zona sul do Rio de Janeiro, vai se transformar em uma gigantesca tela de cinema. Filmes de longa e curta metragens, clipes, mensagens e intervenções poéticas serão exibidas no paredão natural, de sexta-feira (22) a domingo (24), a partir das 19h. Trata-se do “Projeta Rocinha” cuja expectativa é alcançar um público de 100 mil pessoas, sem que nenhuma delas precise sair de suas casas.



Abre a programação principal o filme “Minha Mãe é uma Peça 3”, protagonizado por Paulo Gustavo, que levou nove milhões de pessoas ao cinema, em 2019. A cada dia serão exibidos um curta e clipes antes do longa metragem. As projeções serão feitas pelo estúdio Visual Farm, de dentro da própria Rocinha, a 600 metros da pedra. Os moradores da região terão acesso ao som via streaming e com apoio da rádio comunitária local.


Formação rochosa encravada no bairro do Vidigal, vizinho à Rocinha, o Dois Irmãos tem seu topo a 533 metros de altitude acima do nível do mar. É mais alto que o Pão de Açúcar (395 m), porém inferior ao Corcovado (704 m). Ao receber a projeção, o morro vai se transformar em uma tela de 50 metros de altura por 90 de largura. Atualmente, a maior tela de cinema do mundo, da rede Imax, na Alemanha, tem 38 metros de largura e é maior que um Boeing 737.


O projeto do evento foi desenvolvido pela produtora Dona Rosa Filmes e Casa de Cultura da Rocinha. A realização contou com apoio de várias instituições, inclusive dos governos estadual e municipal do Rio de Janeiro. O patrocinador é a Cerveja Antarctica.


"O evento tem o caráter divertido de um festival, mas ao mesmo tempo é empoderador, dando força à cultura, às minorias, à geografia do local, às ações e aos movimentos culturais já existentes na favela. Os 100 mil moradores da Rocinha viverão a experiência de presenciar a projeção na maior tela de cinema já realizada, assistindo a conteúdos afirmativos que surgiram do vulcão de criatividade e atitude da própria favela”, comenta Mariana Marinho (Dona Rosa Filmes), diretora e coordenadora-geral do evento.


De acordo com Maurício Soca, correalizador através da Casa de Cultura da Rocinha, a ideia de uma projeção nesses moldes surgiu há cerca de seis anos, “mas estava adormecida pois precisava de parcerias que entendessem a grandiosidade do projeto”:


“Nesse momento de reclusão, o ‘Projeta Rocinha’ chegou na hora certa para levar ao morador cultura, arte, conhecimento, saúde, nostalgia e diversão para a nossa vida cotidiana. O projeto transcende as barreiras que envolvem o planeta neste momento de transição e evolução. Afinal, o homem perece, mas a arte permanece e cura”.


Programação


Os três longas-metragens a serem exibidos foram escolhidos por serem produções nacionais de grande sucesso de público. Juntos, tiveram 14 milhões de espectadores:

“Minha Mãe é uma Peça 3”, de Susana Garcia (clique na foto e veja o trailer);

“Fala sério, Mãe!”, de Pedro Vasconcelos, com as atrizes Ingrid Guimarães e Larissa Manoela, baseado no livro da escritora Thalita Rebouças;

“Gonzaga: De pai para filho”, de Breno Silveira, ganhador do prêmio de melhor filme no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, e escolhido por representantes e artistas da comunidade da Rocinha.





Curta-metragem:

“Janelas Daqui”, de Luciano Vidigal, realizado durante a pandemia, abordando os impactos da Covid;

“Lá do Alto”, também de Luciano Vidigal, filmado no Dois Irmãos;

“A fábula da Vó Ita” (foto), de Joyce Prado e Thalita Oshiro, que aborda a importância do cabelo crespo;

“Alma Crespa”, de Paulo China e Rebecca Joviano, sobre o feminismo negro;

“O Pião”, de Karina Mello, uma fábula sobre a perda, a saudade e o sentimento de amor;

“Rã”, de Ana Flávia Cavalcanti e Julia Zakia, que fala sobre união, afeto e coletividade;

“Lé com Cré”, de Cassandra Reis, sobre coisas de menino & menina contados por crianças; “Como Ser Racista em 10 Passos”, de Isabela Ferreira, que traz à tona e confronta o racismo estrutural velado;

“Penso logo falo”, de Bia Oliveira; um registro emocional do desejo de liberdade e igualdade;

“Flor da Pele, também de Bia Oliveira, com o desabafo de uma jovem sobre o preconceito.


Clipes musicais:

“Pra dizer adeus”, “Sonífera ilha” e “Enquanto houver sol”, dos Titãs;

“De ontem”, Liniker e os Caramelows;

“Fica em casa”, de Marília Coelho;

“Who’s that boy?” e “Te ligo e vc não atende”, de Luthuly.

Náufrago”, de Majur; (na Rádio ComuniC, role até #osomdopost e ouça)

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