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  • Sônia Apolinário

Itens da peça 'Gilgamesh', encenada por Antunes Filho, estarão no acervo digital do Sesc

A peça “Gilgamesh”, de Antunes Filho, encenada em 1995, no Centro de Pesquisa Teatral (CTP), passa a integrar o acervo digital do Sesc, a partir do dia 7 de junho. Será a sétima peça a fazer parte das Coleções de Acervos Históricos da instituição.



As Coleções reúnem figurinos, cenário, peças gráficas e outros itens que recontam a história dos espetáculos encenados pelo CPT.


“Gilgamesh” é considerada a primeira das grandes epopeias literárias da humanidade, escrita quase dois milênios antes de Homero. A história narra os feitos do mito sumério Gilgamesh, rei de Uruk (cidade da antiga Mesopotâmia), que era dois terços divino e um terço humano e passou a vida em busca da imortalidade. Em torno de Gilgamesh foi criado um conjunto de poemas míticos, estruturados em doze tábuas de argila, onde são questionadas as grandes inquietações que sempre perseguiram o homem: o significado da vida, o problema da morte, a busca da imortalidade e a resignação diante do destino.


A encenação integrava a investigação cênica empreendida por Antunes Filho (1929-2019) sobre o mito da imortalidade. O diretor considerava a morte o maior drama humano. Isso foi o que despertou seu interesse em trazer para os palcos a interpretação do tema, expondo os conflitos e o medo dos homens perante sua condição mortal.


Por não ter encontrado uma versão que atendesse suas expectativas, o encenador escreveu uma, que foi montada em 1995 e publicada em 1999.


"Gilgamesh" foi um trabalho de pesquisa e vivência para os atores. O diretor criou um verdadeiro ritual para a sua encenação. A cenografia, em três planos, apresentou um jogo entre a forma estética e a realidade de onde ela procede, que incluiu carros-vitrinas e elementos que surgem e desaparecem durante a cena. O ator Luís Melo interpretou Gilgamesh e Luiz Furlanetto, Anu, a personificação divina do Céu. Participaram também do elenco, Raquel Anastásia, Roberto Audio, Rosane Bonaparte, Sandra Babeto, Adriano Costa, Alfredo Penteado, Bruno Costa, Edson Montenegro, Geraldo Mário e Lianna Mateus



O Centro de Pesquisa Teatral (CPT) foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo das décadas, ganhou reconhecimento da crítica, no Brasil e no exterior e se tornou uma referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.


Na plataforma digital do Sesc, a coleção “Gilgamesh” se junta a “Antígona” (2005), “Medéia” (2001) e “Medéia 2” (2002), “Fragmentos Troianos” (1999), “Xica da Silva” (1988), “A Hora e vez de Augusto Matraga” (1986) e “A Pedra do Reino” (2006), que podem ser visitadas online gratuitamente.


As Coleções fazem parte do Sesc Memórias, programa criado em 2006, para preservar os registros produzidos desde a criação da instituição, em 1946.


Visite as coleções, no Sesc Digital



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