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  • Sônia Apolinário

Dia Mundial de Doação de Leite Humano é celebrado em 19 de maio

Em 19 de Maio é celebrado o Dia Mundial de Doação de Leite Humano. O Brasil possui uma rede de 224 bancos de leite, distribuídos em todos os estados, com 214 postos de coleta. A tecnologia nacional desenvolvida sobre esse sistema é exportada para 32 países. Para celebrar a data e esclarecer dúvidas relacionadas com o tema, ComuniC conversou com Danielle Aparecida da Silva, responsável pelo Centro de Referência Nacional para Bancos de Leite Humano.

Segundo ela, ano passado, no Brasil, 180.763 bebês prematuros em unidades de UTI neonatal receberam leite doado por 156.373 mulheres. No total, foram coletados 191.373 ml de leite.


“Não há preconceito para receber leite doado porque ele está salvando vidas”, comenta Danielle.


Quando se trata de doar, ela explica que, quando uma mulher está amamentando, quanto mais leite ela tira, mais produzirá:



“É possível doar o leite excedente, tirado no intervalo entre as mamadas. Retirar o leite pode ser até terapêutico para a mulher porque evita a mastite e a formação de pedras. Esse período não tem que ser doloroso”, afirma. “A gestante se preocupa com muitas coisas, ao longo da gravidez, e acha que amamentação é algo automático, que é só colocar o bebê no peito que a magia acontece”.


Orientar e apoiar as mulheres em qualquer aspecto relacionado com amamentação também é tarefa da equipe dos bancos de leite. Muitos oferecem o serviço de coleta domiciliar. Basta ligar (no Rio de Janeiro, 21.25541703) para informar que deseja ser doadora que o endereço será incluído nas rotas setorizadas para o recolhimento dos potes. Antes disso, a futura doadora receberá o frasco, além de todas as orientações para a extração manual do leite.

Quando chega no Banco, o leite é analisado e pasteurizado. Detalhe: não se misturam os leites.


“Cada frasco é único, individualizado, com determinadas características. Existem diferentes características no leite, de acordo com a época de amamentação que a mulher se encontra. Todos ficam estocados e são direcionados de acordo com as necessidades nutricionais de cada bebê que receberá a doação”, explica Danielle.

Ela observa que não é necessário ter uma produção demasiada de leite para se tornar doadora e que também não existe quantidade mínima para a doação. Danielle informa que um litro de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos, por dia. A depender do peso do prematuro, um (1) ml já é o suficiente para nutri-lo, cada vez que for alimentado.

A coordenação da rBLH-BR está sediada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem suporte técnico de duas unidades no Rio de Janeiro: o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict).


Localize todos os bancos de leite do Brasil e postos de coleta, aqui

Década de 40


O primeiro banco de leite brasileiro foi criado em 1943, no Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, uma unidade que pertence à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Aliás, é no IFF que Danielle trabalha.


Levou mais de quarenta anos para que a criação de bancos de leite ganhasse força, no país. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) foi estabelecida em 1998, por iniciativa do Ministério da Saúde e Fiocruz.

Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a rBLH-BR como uma das ações que mais contribuíram para redução da mortalidade infantil no mundo, na década de 1990. Desde 2005, o Brasil exporta técnicas de baixo custo para implementar BLHs em países da América Latina, Caribe Hispânico, África e Península Ibérica. O Dia Mundial de Doação de Leite Humano foi instituído em 2015.


O trabalho feito no Brasil tem reconhecimento mundial, mas, segundo Danielle, ainda é pouco conhecido no próprio país.

Mitos e Verdades, segundo a rBLH-BR

Existe leite fraco?

Mito. “Até uma mãe com desnutrição leve ou moderada é capaz de produzir um bom leite. Todos têm a mesma constituição. O leite do início da mamada é mais “ralo”, pois contém mais água, menos gordura e grande quantidade de fatores de defesa, além de mais vitaminas e sais minerais. O leite do fim da mamada é mais grosso, visto que tem mais gordura e engorda o bebê. O bebê precisa do leite do começo e do fim da mamada”.

Criança que nasceu prematura (antes do tempo) ou com baixo peso (menos de 2 quilos e meio) não deve mamar no peito.

Mito.Estes bebês podem ter dificuldades de sugar no início, mas são os que mais precisam da proteção do leite materno. Conforme eles crescem, sugam com maior facilidade. Se o bebê tiver dificuldade de sugar, retire o leite, coloque-o em um recipiente limpo e ofereça com colher ou na xícara de café/copinho”.

A amamentação imediatamente após o parto é saudável.

Verdade. “Alimentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir consideravelmente os riscos de mortalidade neonatal, além de contribuir para a recuperação da mulher. Quanto mais cedo acontecer a primeira mamada, maiores as chances de uma amamentação bem-sucedida, além de estimular e fortalecer o vínculo mãe e bebê”.

A amamentação ajuda a mulher a emagrecer.

Verdade. “O aleitamento traz vários benefícios, além da perda de peso mais rápida após o parto, a amamentação ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, reduz o risco de hemorragia, anemia e câncer de mama e de ovário. Durante a gestação, a mulher acumula peso para formar uma reserva energética justamente para ser gasta no período da amamentação. Saiba que parte da gordura materna é transferida para o bebê pelo leite”.

Amamentar deixa os seios flácidos.

Mito. “Amamentar não deixa os seios flácidos, a não ser que não haja cuidados básicos. A indicação é usar um sutiã de alças largas e que sustente as mamas”.


Os bancos de leite necessitam de doações de potes de vidro de qualquer formato e tamanho, desde que tenham tampa de plástico. Basta entrar em contato e o material será retirado na residência. Depois, os potes serão devidamente tratados para receberem o leite doado.

Conheça o canal do YouTube da Rede de Bancos de Leite Humano, aqui


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