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  • Sônia Apolinário

No Dia Nacional da Consciência Negra, filme sobre luta contra Apartheid estreia no Brasil enquanto &

Hoje, 20 de novembro, data que celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, dois filmes são destaques. Um pela estreia em circuito nacional e outro pela não estreia. São eles, respectivamente, o sul-africano “Fogo contra Fogo” e o brasileiro “Marighella” - ambos baseados em histórias reais. O primeiro é sobre Solomon Kalushi Mahlangu, um jovem vendedor ambulante que luta contra o Apartheid no seu país; o segundo, uma adaptação da biografia “Marighella - O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo” do jornalista Mário Magalhães.

Fogo contra Fogo

Solomon Kalushi Mahlangu é um jovem vendedor ambulante que, atraído pelo o movimento de libertação, luta contra o opressivo governo do Apartheid sul-africano, em Pretória. Quando ele e seus companheiros são abordados pela polícia, durante uma missão, Solomon sofre duas acusações de homicídio e passa a ter que provar sua inocência e lutar por sua vida.

Thabo Rametsi interpreta Solomon. No último mês de abril, completou 40 anos da morte do

militante anti-apartheid. Ele foi condenado à forca, aos 22 anos, por ato terrorista. Solomon integrou o ANC (African National Congress), partido do qual também fazia parte Nelson Mandela. Obteve treinamento militar em Angola e Moçambique e tornou-se um soldado MK (Umkhonto we Sizwe). Foi preso ao voltar para a África do Sul.

O filme tem direção de Mandla Dube. É falado em três línguas: afrikâner, inglês e português de Moçambique e Angola.

Marighella

A data da estreia da produção no Brasil, 20 de novembro, foi divulgada por Wagner Moura, diretor, roteirista e um dos produtores da obra. O filme marca a estreia do ator como diretor de cinema.

O longa conta a história de Carlos Marighella, guerrilheiro que liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil, na década de 1960. Seu principal opositor é Lucio (Bruno Gagliasso), policial que o rotula como “inimigo público nº 1”.

Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Quando o cerco se fecha, Marighella é emboscado e morto a tiros por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), em uma ação coordenada por Sérgio Paranhos Fleury. Esse delegado niteroiense foi acusado pelo Ministério Público de prática de tortura e homicídio em várias pessoas. Protegido pelos militares, morreu sem ser julgado.

Wagner Moura criou um filme de ação, baseado nos últimos anos de vida do guerrilheiro baiano, morto em São Paulo, em 1969, aos 58 anos. No último dia 4 de novembro, completou 50 anos de sua morte.

Marighella foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional (ALN). Elegeu-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946. Antes disso, fora preso e torturado por mais de uma vez.

O filme já foi exibido em festivais, em 17 países. A estreia internacional foi em fevereiro passado, no Festival de Berlim. No festival de Bari (Itália), Seu Jorge levou o prêmio de melhor ator.

Além de Wagner Moura, são produtores do longa a O2 Filmes (cinco vezes indicada ao Oscar) e a Globo Filmes. Por conta dessa parceria, o contrato prevê que, após exibição no cinema, a obra será transformada em série de quatro capítulos para ser apresentada na televisão.

Marighella, até o momento, não tem data para ser lançado no cinema, no Brasil. A Agência Nacional do Cinema (Ancine) não liberou a verba, já aprovada em edital, para a distribuição, que está prevista para ser realizada pela Paris Filmes. Um trailer de dois minutos do filme chegou a ser exibido, em várias salas do país, durante mais de um mês, para anunciar a data de estreia.

A mais recente exibição do filme foi domingo passado (17), em Portugal, no Lisbon & Sintra Film Festival. Diante da plateia lotada, Wagner Moura afirmou que a censura no Brasil atual “é um fato” e acrescentou que não estava "preparado" para a não exibição do filme, uma vez que a data do lançamento brasileiro já estava definida. Em outubro, ele foi informado que a exibição tinha sido cancelada.

Outros produtores e a distribuidora alegaram problemas burocráticos para justificar o cancelamento da estreia.

Clique nas fotos para ver os tailers de "Fogo contra Fogo" e "Marighella"

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