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  • Sônia Apolinário

Complexo do Alemão amplia seus domínios com a Pilsen Fazendinha

Uma Pilsen puro malte em garrafa long neck é a aposta da cervejaria Complexo do Alemão para o verão carioca. Batizada como Fazendinha, é o terceiro rótulo da marca. O lançamento será comemorado no próximo dia 14 de dezembro, a partir das 17h, com um show do cantor Leoni, no Bistrô Estação R&R. O local é o QG da cervejaria, que fica em Nova Brasília, uma das comunidades do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Nova Brasília , uma Weiss, foi o segundo lançamento da cervejaria, ano passado. O primeiro

foi em 2014, a Lager Complexo do Alemão. Na verdade, a Pilsen data dessa mesma época, mas apenas em chope.

Sócio do bar e da cervejaria ao lado da esposa Gabriela Romualdo, Marcelo Ramos explica que na época em que lançou o primeiro rótulo, a situação econômica do país estava “mais favorável”. Agora, porém, como está “difícil pra geral”, ele engarrafou sua Pilsen para ter uma opção mais barata de cerveja artesanal para comercializar. A Fazendinha vai custar, no máximo R$ 10,00, metade do preço das outras da marca.

“A maioria da galera não tem grana para experimentar cerveja artesanal. Outra parte reclama que artesanal é muito amarga. A Pilsen é uma forma de incluir esse pessoal no mundo da cerveja artesanal”, afirma Marcelo que optou por comercializar a Fazendinha em garrafa long neck por achar mais prática e, portanto, mais fácil de comercializar.

A Complexo do Alemão é uma cigana feita na cervejaria Allegra, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Sua produção atual é de dois mil litros por mês. Somente o chope Pilsen vende 50 litros por mês no Bistrô original. O bar também se instalou nos shoppings Bangu (em Bangu) e Carioca (na Vila da Penha), subúrbios do Rio, que vendem, respectivamente, 80 e 120 litros do chope por mês.

É Marcelo quem idealiza as cervejas. Cabe ao mestre cervejeiro da Allegra criar a bebida de acordo com as orientações recebidas pelo cigano.

Com cerca de 200 mil moradores, o Complexo do Alemão é formado por 14 comunidades. Fazendinha tem cerca de 40 mil pessoas. Em todos os rótulos da cervejaria, a história do lugar é contada. No caso da Fazendinha, o funk carioca, os balões e o campo do seu Zé estão lá.

Em 2012, quando o bistrô foi inaugurado, a pacificação da região e a instalação de um teleférico levou um movimento de turistas e moradores do próprio Rio de Janeiro para o local, o que beneficiou a economia do Complexo. Foi nessa onda que Marcelo surfou, graças ao empurrão da esposa.

Para transformar o sonho de ter um bar na comunidade onde moram, Gabriela largou seu emprego como analista de RH em uma empresa de engenharia e arregaçou as mangas. Só restou a Marcelo segui-la. Na época, ele era funcionário de uma companhia telefônica e fazia reparos dos aparelhos nas ruas. No Centro do Rio, conheceu um bar especializado em cervejas artesanais. Entrou, experimentou e gamou.

“Nesse bar, conheci uma moça que estava fazendo curso de sommelier de cerveja. Ela me explicou muitas coisas e me passava as apostilas dela para eu estudar. Ela é a Bárbara Cunha, que se tornou a sommelier da cervejaria Terezópolis”, conta ele.

O bistrô foi montado onde, antes, era uma garagem. Desde o início, no cardápio de cervejas, apenas artesanais – nacionais e importadas. No cardápio cultural, shows de jazz, blues e MPB.

Sim, Marcelo ouviu muito que ele era maluco por abrir um bar com esse perfil em pleno Complexo do Alemão. Segundo ele, “as pessoas achavam que era impossível vender cerveja artesanal” na região. Aos poucos, porém, o público foi chegando. E para atrair mais os moradores, o local virou a sede informal de muitas ações culturais do Complexo.

“O que me levou a produzir cerveja é que nenhum empreendedor pode ter um único negócio. Meu plano A era o bistrô. O plano B era replicar o bar e o plano C foi ter a minha própria cerveja que eu coloco para vender nos bares”, comenta Marcelo.

Para 2018, “quem sabe”, vem mais um bar. E quem sabe, também, uma IPA que já tem até nome: Inclusão Social.

A Complexo do Alemão costuma frequentar os eventos cervejeiros da cidade. Por exemplo, estará presente na próxima edição da Carioquíssima, de 8 a 10 de dezembro, na Urca, na Zona Sul do Rio. Também pode ser encontrada em alguns locais em São Paulo e já começou a receber pedidos de Minas Gerais.

“Não é fácil empreender no Rio de Janeiro. Mas nós não temos tempo para ficar de mi mi mi. Se 1% dos moradores da comunidade experimentar a cerveja artesanal, vai ser muito bom. Não podemos gourmetizar as artesanais”, afirma.

Ele explica que o show de lançamento da Fazendinha com o cantor Leoni foi uma oportunidade que surgiu por intermédio de amigos. E avisa que sua comunidade, atualmente, “é mais tranquila do que se imagina”. O evento também vai arrecadar doações para uma instituição do Complexo do Alemão.

O Bistrô Estação R&R fica na Travessa Jalisco, 32, em Nova Brasília.

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