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  • Sônia Apolinário

Documentário sobre Chacrinha estreia nos cinemas

Considerado um dos principais comunicadores do país, Abelardo Barbosa ganha mais uma versão sobre a sua história. Chega aos cinemas na quinta-feira, 28 de janeiro, o documentário “Chacrinha - Eu Vim Para Confundir e Não Para Explicar”. A chacrete Rita Cadillac, o ex-todo poderoso da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e a cantora Wanderléa são algumas das personalidades que participam do longa, relembrando acontecimentos da vida do “Velho Guerreiro”.


Com direção de Claudio Manoel (“Casseta & Planeta”) e Micael Langer, o documentário intercala os depoimentos de personalidades que conviveram com Chacrinha com imagens raras de arquivos e entrevistas do próprio Abelardo Barbosa, nascido em Pernambuco.


O quadro que se monta dele é a de uma pessoa com personalidade difícil, polêmico e controverso, que vivia para o trabalho. Valia tudo para estar sempre em primeiro lugar na audiência. Ele não se deixava dirigir no ar e queria fazer o programa da forma como achava melhor.


O documentário passa por toda a carreira de Chacrinha – o início, na sua terra natal, como locutor de rádio, sua chegada ao Rio de Janeiro e à Rádio Tupi. Na TV, passou por quase todas as emissoras do país, consolidando uma carreira de sucesso entre as décadas de 1950 e 1980. Seu visual engraçado, os bordões, os concursos inusitados, as Chacretes e o show de calouros revolucionaram e popularizaram a TV, em um formato que continua sendo copiado pelos atuais programas de auditório.


“O filme não é uma apologia ao Chacrinha, a gente não tinha pré-disposição de idolatrá-lo", comenta Claudio Manoel.


Quem se interessa pela história da televisão brasileira terá a oportunidade de ver Boni contando sobre a estratégia de guerrilha que precisou usar quando, em 1972, Chacrinha decidiu, num ímpeto, trocar a Globo pela Tupi. O então executivo da emissora do Jardim Botânico ficou com um buraco na grade e recorreu a Roberto Carlos, que era contratado da emissora, para fazer um programa por mês.


A proposta feita foi que o cantor passaria a fazer um único programa por ano (o futuro especial de Natal) em troca de apresentar, de imediato, 11 programas "Globo de Ouro", no mesmo horário do Chacrinha, na Tupi.


Boni conta que o “Rei primeiro relutou, disse que não podia fazer o que lhe foi pedido porque tinha sido praticamente lançado pelo Chacrinha. Foi quando o executivo da emissora apelou:


“Roberto, coloca então aí a nossa amizade, sua história na Globo e também o fato de eu ter cancelado seus patrocinadores de bebida alcoólica como você me pediu”, disse Boni para Roberto Carlos, que fez os programas musicais.


Foi por causa do Chacrinha que a Globo criou o "Fantástico - O Show da Vida", como Boni conta no documentário:


“Chacrinha continuava ganhando audiência com o show de calouros. Achei que para competir com ele seria necessário um mosaico com o que a Globo tinha de melhor. As duas emissoras tinham na casa de 30 pontos. Mas o Fantástico acabou com o Chacrinha no domingo: a Globo ficou com 50-60 pontos e a Tupi com 10-12."


O Velho Guerreiro voltou para a Globo 10 anos depois, em 1982, e passou a bater recordes de audiência nas tardes de sábado, com até 52% de audiência. Ficou na emissora até morrer, em decorrência de um câncer de pulmão, em 1988, aos 70 anos. Vascaíno de coração e apaixonado pela Portela, ele foi enterrado com as duas bandeiras sob seu caixão.


No momento, Claudio Manoel também ao lado de Micael Langer, se dedica a documentar a vida de outro artista que marcou época na televisão brasileira: Bussunda, seu ex-parceiro de “Casseta & Planeta”.


"Meu Amigo Bussunda" é uma minissérie documental de quatro capítulos sobre o humorista que morreu aos 43 anos, devido a problemas no coração, na Alemanha, em plena Copa do Mundo de 2006.


Clique na foto de Abelardo Barbosa e veja o trailer do documentário



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