Com inauguração de nova fábrica, Heineken pretende aumentar presença no sudeste
- Sônia Apolinário
- há 8 minutos
- 3 min de leitura

Abastecer o mercado do sudeste com rótulos Heineken e Amstel. Essa é a “missão” da nova fábrica da holandesa Heineken, inaugurada na quinta-feira (6), em Passos (MG).
Dados sobre o empreendimento:
Investimento da empresa: R$ 2,5 bilhões
Investimento público municipal: isenção de IPTU por 15 anos (estimativa de valores não informada)
Investimento público estadual: benefícios fiscais cujo montante não foi informado.
Área: 1 milhão de metros quadrados com 200 mil metros quadrados de área construída,
Empregos (expectativa): 12 mil empregos diretos e indiretos
Empregos (realidade): 350 colaboradores efetivos, sendo 70% deles moradores de Passos ou municípios vizinhos.
Produção (expectativa): 500 milhões de litros de cerveja por ano, marca prevista para ser atingida no fim de 2026. Segundo a empresa, a fábrica foi projetada para triplicar de tamanho no futuro. Se isso ocorrer, a planta mineira poderá se tornar a maior do grupo em capacidade global.
Produção (realidade): 120 mil latas por hora e entre 45 e 60 mil garrafas retornáveis nos primeiros meses da operação (a empresa não traduziu esses números em litros)
- Escolhemos Passos por uma questão técnica de disponibilidade de água e também pela localização logística, que permite distribuir para nossos consumidores viajando menos - explicou o vice-presidente industrial da Heineken, Rodrigo Bressan, durante evento de inauguração.
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Pedro Leopoldo
Passos, porém, não foi a primeira opção da Heinekein quando decidiu que construiria uma fábrica, no país.
A primeira cidade escolhida pela empresa foi a também mineira Pedro Leopoldo, escolhida a dedo por conta da abundância de água na região.
O projeto, porém, foi barrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O motivo: a planta industrial estaria localizada próximo da caverna Lapa Vermelha IV, local que integra o sitio arqueológico da Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa, região onde foi encontrado o crânio da ancestral Luzia, um dos fósseis mais antigo do continente americano.
Essa área compreende ainda os lençóis freáticos de onde teria a água captada, podendo gerar impactos nos complexos de grutas e cavernas, que segundo o parecer do instituto, correria o risco de haver soterramento.
Em 2021, a Heineken Brasil desistiu de construir uma fábrica em Pedro Leopoldo.
Água
Em Passos nasce o ribeirão Bocaina que, com outros rios, compõem a Bacia Hidrográfica do médio Rio Grande, com mais de 143 mil Km2 de área de drenagem. Com população de nove milhões de habitantes, a Bacia é formada por 393 municípios, dos quais 325 têm área totalmente incluída na Bacia - Minas Gerais tem 60,2% da sua área de drenagem da bacia e São Paulo, 39,8% da sua área.
Outras fábricas
A Heineken calcula ter investido mais de R$ 6 bilhões na expansão da sua produção no Brasil. Em 2019, destinou R$ 1,5 bilhão à ampliação da unidade de Ponta Grossa (PR), que dobrou a produção de Heineken e Amstel. Em 2022, foram R$ 320 milhões aplicados em Jacareí (SP). No ano seguinte, mais R$ 320 milhões em Alagoinhas (BA); R$ 80 milhões em Jacareí e R$ 1,2 bilhão em Igarassu (PE).
Ao todo, a empresa opera 14 unidades produtivas no país — 12 cervejarias e duas microcervejarias. O portfólio é formado também pelas marcas Eisenbahn, Sol, Baden Baden, Blue Moon, Lagunitas, Devassa e Tiger.
Ambev
O esforço de expansão da Heineken é para ganhar terreno na briga por espaço no mercado que trava com a Ambev. A gigante brasileira, porém, abocanha cerca de 60% do mercado nacional.
A Heineken afirma ter a liderança do mercado quando se trata do segmento de puro malte, que seria de 66,5% de market share em 2025 contra 62% do ano anterior. É nesse segmento que transitam as marcas Heineken e Amstel.
Com dados do site Infomoney

























