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  • Sônia Apolinário

Clube de livros tem como foco títulos infantis com histórias de protagonismo feminino

Diz um provérbio popular: “de pequenino é que se torce o pepino”. O dito está relacionado com a educação que damos às crianças. Sendo assim, que tal empoderar as mulheres todos os dias e não apenas em uma única data, no caso, 8 de março? Com isso em mente, nasceu o clube de assinatura de livros Minha Pequena Feminista, que só trabalha com títulos infantis com histórias de protagonismo feminino. Mais recentemente, jogos com a mesma temática também passaram a ser comercializados.


Quando se fala em protagonismo feminino, fala-se também em temas como igualdade de gênero, antirracismo, empatia, diversidade e sororidade. O clube tem como foco crianças de zero a 13 anos - meninas e meninos.


Surgiu como uma oportunidade de negócio vislumbrada em plena pandemia por Mayara Reichert:


“Sou apaixonada por livros infantis e tenho alguma experiência em vendas online. Por conta da pandemia, as crianças ficaram sem poder ir à escola e ficaram mais dentro de casa. Pensei que era uma bom momento para mais livros entrarem em cena. Porém, na maior parte dessa literatura, os meninos é que são os heróis. Decidi ir em busca das meninas protagonistas”, conta Mayara, de 28 anos, formada em engenharia de bioprocessos e biotecnologia.


Ela criou quatro faixas etárias para a participação no clube: 0 – 4; 5 – 6; 7 – 8; 9 – 13. Mensalmente, um ou mais livros são enviados para os assinantes, de acordo com o plano adquirido.


Junto com cada livro segue uma carta com orientações para os adultos sobre os temas principais da história e maneiras para estimular debates, a partir da leitura. A psicóloga Lavínia Palma colabora na elaboração dessas cartas e atua como curadora do clube. Alguns autores também já escreveram cartas para os pais.


A primeira edição do clube foi em julho do ano passado. No início, quem ajudou na seleção dos títulos foi a mãe de Mayara, Rosa, que é pedagoga e trabalha com educação infantil.

Agora, o clube já reúne uma equipe de cinco mulheres, que moram em cidades diferentes. Mayara está em Curitiba (PR) onde também fica o espaço usado com depósito e ponto de partida para a distribuição dos livros. A curadora Lavínia mora em Brasília (DF); Taynara fica em Pomerode (SC), Cristiane, em Tibau do Sul (RN) e Bruna, em Salvador (BA). Cada uma delas tem uma função mais específica, mas todas estão de olho para não deixar escapar de vista um bom título ou autor.


De acordo com Mayara, a faixa etária com menos livros disponíveis no perfil do clube é a primeira (0 – 4). Até porque, como explica, são livros que priorizam mais o sensorial do que as histórias. Aqui, um exemplo de livro 0 - 4 (à esquerda) e 7 - 8 (direita)



“Quando começamos, a faixa etária inicial era 3 anos. Foram os pais que nos pediram livros para bebês. Então, fomos em busca. Cada idade tem sua forma para abordar um mesmo tema. Fazer esse garimpo é uma tarefa difícil. Existem muitos livros infantis, mas poucos contam histórias em que as meninas são as protagonistas, são as que resolvem os problemas. Percebemos, porém, que os lançamentos com esse foco estão aumentando. É muito prazeroso quando descobrimos um título ou mesmo um autor independente", comenta Mayara.


Sim, são as mães as principais interlocutoras do clube. Às vezes, aparece um pai ou um tio interessado nos livros.


Por enquanto, a busca por boas histórias tem ocupado bastante a equipe. Em breve, Mayara pretende ampliar a atuação do clube promovendo debates e conversas com os autores e profissionais ligados à educação infantil.


Jogos


Um novo produto, porém, cruzou o caminho dos livros e foi “adotado” pela Minha Pequena Feminista. São jogos que seguem a mesma filosofia do clube de empoderamento feminino.

No momento, quatro títulos estão disponíveis para venda no site do clube: "Jogo Triunfo – Heroínas na História"; "Jogo Dominó – Incríveis Inventoras e suas Grandes Invenções"; "Jogo Duelo" e "Afro-Históricos – Jogo de Personalidades Negras".


O primeiro é um jogo tipo super trunfo, com 32 cartas de mulheres que marcaram a história do Brasil, cada uma delas com diferentes “poderes” ou características. No dominó, a partir das dicas contidas nos textos das peças, os jogadores precisam descobrir a qual inventora pertence cada invenção e ir conectando as peças.



O Duelo mostra para as crianças que, para ter um talento, desenvolver uma habilidade ou fazer algo muito bem-feito, o gênero, a raça e o físico não são determinantes. O Afro-Históricos é um jogo de cartas que se propõe divulgar, de forma lúdica, as personalidades negras que contribuíram para a história do país e assim, fortalecer a representação positiva dos negros na sociedade brasileira. O projeto surgiu a partir de um trabalho de conclusão do curso de Design da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.



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