Hops Rio: ‘Pé sujo' de cerveja artesanal é sucesso no Centro da cidade
- Sônia Apolinário
- há 2 dias
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No Arco do Teles, perto da Praça XV, em um trecho do Centro do Rio de Janeiro que preserva traços da época colonial, um sobrado de quatro andares está se tornando referência dos apreciadores de cerveja artesanal.
É um público que não associa a bebida com “frescura”. Aceita de bom grado ser servido em copos de plástico enquanto se diverte ao som de rock, jazz ou forró.
O local em questão é o Hops Rio. A casa dispõe de 25 torneiras de chope onde os mais diferentes estilos são plugados. Em breve, serão 35 torneiras, quem sabe até um pouco mais.
No dia em que Lupulinário esteve por lá, as opções variavam de Bárbara (uma Barley Wine da Noi, de 12,8% de teor alcoólico) a uma Oatmeal Stout da Farra, passando por uma Dark Sour da Masterpiece.
Sim, é claro que tem Pilsen, IPA e Session IPA. Também tem torneiras para Gin (ION, da Noi) e o Matezinn da Criatura (uma mistura de mate, rum, guaraná e limão) – a marca também ocupa outros taps com suas cervejas.
Também estavam abastecendo as torneiras Búzios, Hocus Pocus, Mistura Clássica, Fractal, Three Monkeys, Backbone e Máfia. Chopes da Odin costumam frequentar a casa. Malteca fará sua estreia em breve.

- Somos o pé sujo da cerveja artesanal – brinca André Batista, um dos sócios da Hops Rio.
Apreciador de craft beer há pelo menos dez anos, ele já teve um “bar convencional” na mesma região. Que fechou as portas na época da pandemia do Coronavirus. O Hops Rio entrou em cena em setembro do ano passado. Começou “devagarinho”, com oito torneiras de chope.
- A ideia era abrir um bar que não fosse mais do mesmo. Sugeri para os meus sócios atrair um público cervejeiro, que não queria beber a mesma coisa todos os dias. É um público que costuma curtir rock. Colocar as torneiras foi mais fácil de convencer meus sócios do que criar a programação de rock. Isso porque, essa área do Centro do Rio é muito associada ao samba. Mas o samba ainda não funciona com cerveja artesanal. Enfim, usamos a dobradinha craft beer e rock para atrair um novo público para o local – contou André.
Da abertura da casa para cá, não apenas o número de torneiras aumentou como também o cardápio musical. Agora, por lá, segunda-feira é dia de forró; terças, quartas e sextas tem rock; quinta-feira, rola uma espécie de festival de jazz com, pelo menos, cinco bandas; e no sábado, o festival é com bandas de rock.
Ao mesmo tempo em que o número de torneiras de chope vai aumentar, o cardápio de comidas vai mudar. No próximo dia 4 de julho, as novidades preparadas pelo chef Betinho entram em cena, com pratos de frutos do mar e petiscos clássicos de boteco. Atualmente, o que sai da cozinha é batata frita, pastel e linguiça – que serão devidamente mantidos no cardápio.
A casa também mostrou que é possível contornar a barreira para o público provocado pelo preço mais caro da cerveja artesanal em relação às marcas industriais. No horário de abertura da casa, todas as torneiras ficam em promoção. Começa, por exemplo, com Pilsen a R$ 8 o copo de 500 ml. A cada hora, o preço vai aumentando. A partir das 22h, é cobrado o “preço normal” de cada chope.
Segundo André, no início, a casa atraia quem estava passando pela região. Agora, o público vem de diferentes bairros do Rio para curtir a “cerveja boa e a música boa”.
Em relação ao copo de plástico, isso não vai mudar.
- É uma questão de segurança. Colocamos muitas cadeiras na rua que é de paralelepípedo. Vidro quebrado ali é difícil de limpar, ainda mais na hora em que as pessoas estão dançando e isso poderia machucar alguém – explicou André.
Hops Rio: Travessa do Comércio n° 20 - Praça XV. Das 16h à 1h todos os dias, exceto domingo que não abre.
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