top of page

Exclusivo: o velejador Lars Grael fala sobre sua cinebiografia que está sendo filmada em Niterói

  • Foto do escritor: Sônia Apolinário
    Sônia Apolinário
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal


Medalhista olímpico, decacampeão brasileiro e pentacampeão sul-americano da classe Tornado, o paulista Lars Grael fez história no país como velejador. Seu nome era “íntimo” dos entusiastas que acompanhavam as competições de vela.

 

Em 1988, porém, ele passou a ser conhecido pelo chamado grande público. Lars participava de uma regata, em Vitória (ES), quando uma lancha invadiu a área de competição e bateu no seu barco. O velejador teve a perna direita mutilada pela hélice da lancha e por dias, meses, pessoas de todos os cantos do país acompanharam sua luta pela sobrevivência.

 

Agora, aos 61 anos, o atual Embaixador do comitê Brasileiro de Clubes (CBC) está prestes a enfrentar outro teste de popularidade, com sua vida sendo contada no cinema. Em “Viver de Vento”, com estreia prevista para 2026, ele é interpretado por Daniel de Oliveira.

 

O filme conta uma história com spoiler. Afinal, termina após Lars se sagrar campeão mundial da classe Star, em 2015. Uma conquista que emocionou entusiastas da vela e público em geral.

 

Preparado para ver a cena do acidente no filme?

 

- Página virada – respondeu ele em entrevista exclusiva para o ComuniC.

 

O que preocupa o velejador, em relação à produção, na verdade, não diz respeito a ele. Mas às pessoas que fizeram parte de algum momento de sua trajetória de vida e que, eventualmente, não apareça “em cena”.

 

 - Espero que o filme não desagrade alguns. Fico preocupado com isso – afirmou Lars, que mora em Niterói onde o filme está sendo rodado.

 

Confira a entrevista 

 

Como surgiu o projeto do filme? 

Lars Grael: O diretor Marcos Guttmann que idealizou o projeto. Algumas vezes, nos últimos anos, pessoas demonstrarem interesse em fazer um filme sobre a minha vida. Eu não era muito simpático a fazer um filme sobre a minha vida, se a vida continuava. Inclusive, nas raias de regata. Mas quando o Marcos Guttmann veio com o projeto já avançado, com roteiro, com uma equipe de captação de recursos, vi que estava se tornando realidade. A ideia começou antes da pandemia, ficou estagnada durante a pandemia e voltou depois. Acho que, de 2024 para cá, o projeto foi mais assertivo e já estão filmando.

 

Como o senhor contribuiu para a elaboração do roteiro?

LG: O roteiro é deles. Deixando claro que o filme é uma história romanceada, é uma ficção baseada em uma história real. O roteiro começa com um sonho de infância e terminando com o título mundial em 2015, após o acidente. Só vi o roteiro mais recentemente. Propus alguns ajustes, mas entendendo que é uma adaptação. Não é fácil colocar em um filme uma regata de barco a vela, com categorias de velas que nem existem mais. Eles souberam fazer uma adaptação para a realidade de uma produção que não é milionária, então, acho que vai ficar bom. 



Daniel de Oliveira como Lars Grael durante filmagem em Niterói
Daniel de Oliveira como Lars Grael durante filmagem em Niterói

O que achou da escolha de Daniel de Oliveira para interpretá-lo?

LG: Conhecia o Daniel como mero espectador do seu desempenho na TV, cinema, teatro. É um profissional respeitadíssimo. É uma simpatia de pessoa. Conhecê-lo pessoalmente foi muito agradável, como a Carol Abras (que interpreta Renata, esposa de Lars) também. Vou tentar interagir mais com ele. Carol e Daniel velejaram conosco duas vezes, pude recebe-los aqui em casa.  Tenho certeza que ele vai tirar de letra.

 

O senhor contribuiu com o ator para a realização do trabalho? De que forma?

LG: Conversando com ele, explicando uma série de fatos, navegando com ele, trazendo aqui em casa, mostrando nossa forma de ser. É isso. 

 

Apesar de ser um atleta internacionalmente conhecido e ter ocupado cargos públicos, o senhor tem uma vida reservada. Está preparado para ter sua vida “divulgada” no cinema?

LG: Pois é. Toda história tem uma certa polêmica, versões, pode gerar contestação. Acho que estou preparado, sim. Não sei se  preparado, estou mais acostumado com a ideia. Eu já tinha uma vida reservada até o acidente, por exemplo. Quando sofri o acidente, a situação do meu drama pessoal foi escancarado publicamente – e eu não tinha como me proteger ou fugir disso – era encarar a exposição de imagem da forma que surgiu. Então, de lá para cá, passei a lidar mais com o público. São 25 anos fazendo palestras, média de três por semana. Mas a minha vida continua de forma reservada. Não frequento ambientes sociais, festas, raramente saio à noite, sempre pensando na próxima velejada, né? Mas acho que o filme vai dar uma divulgação, talvez, uma notoriedade, para um público que não me conheça das palestras ou das regatas.

 

O senhor pretende acompanhar as filmagens?

LG: Uma ou outra porque não posso nem querer atrapalhar. Eles mandam fotos, algumas imagens. Na preparação logística dos meus barcos eu tenho que ajudar, então, nos próximos dias, devo fazer uma visita no set de filmagens.

 

Na sua opinião, qual será o principal desafio da equipe para a realização do filme?

LG: Captação de recursos é sempre uma dificuldade muito grande. Além disso, a necessidade de gerar imagens a partir de barcos navegando, barcos que se assemelhem com os barcos que velejamos nos momentos que eles querem retratar. Acho que essa logística náutica é mais complicada porque eles não estão acostumados. E tem os atores para me interpretar, interpretar meu irmão Torben, minha esposa Renata e outras pessoas que vão ser citados no filme.

 

Na sua opinião, qual será o seu principal desafio na hora de ver o filme no cinema?

LG: Ver o quanto semelhante ou fiel o filme é da minha realidade. Não tem como retratar todas as pessoas que participaram da construção do meu rumo de vida. Juntando pessoas com quem competi, adversários, tripulantes, proeiros, amigos, não tem como o filme mostrar tudo, seria um filme de horas e horas, o que não é o caso. É um resumo. Espero que o filme não desagrade alguns. Fico preocupado com isso. Que os filhos tenham a devida divulgação. Eu sou otimista. Acho que a equipe que o montou é muito boa.

 

A cena do acidente tende a ser impactante para o público e para o senhor. Preparado para ver?

LG: Página virada



Comentários


Destaques
Últimas

© Todos os direitos reservados Comunic Sônia Apolinário 

bottom of page