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  • Sônia Apolinário

Documentário contra a história do desmoronamento do edifício Palace II

Na madrugada de 22 de fevereiro de 1998, parte do prédio Palace II, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, desabou deixando oito mortos e mais de 170 famílias desabrigadas. O prédio foi planejado pela construtora brasileira Sersan, do então deputado federal Sérgio Naya. Passados 21 anos, a maior parte dos ex-moradores não recebeu a indenização. O documentário ‘Palace II – 3 quartos com vista para o mar’, conta essa história e poderá ser visto a partir de amanhã (quinta-feira, 18), em cinemas do Rio de Janeiro.

Com direção de Rafael Machado, o filme retrata desde o momento em que os moradores percebem que o prédio está desabando, e segue a trajetória das vítimas ao longo desses 21 anos, por meio de depoimentos atuais e materiais de acervo de emissoras de televisão.

Aborda também as denúncias sobre os graves problemas de engenharia ocorridos durante a construção do prédio que vão desde a má qualidade do material utilizado a erros de cálculo. Segundo o diretor, questões política e de poder impedem a definição da sentença judicial e o pagamento integral das indenizações. Sérgio Naya não foi condenado e faleceu em 2009, deixando milhões em dívidas e o maior processo civil da América Latina.

“Esta é uma das maiores tragédias na história da engenharia civil brasileira e um marco histórico da impunidade no país”, comenta o diretor. “Famílias de classe média investiram tudo o que tinham para a realização do sonho de morar num apartamento próprio, perto de uma das mais belas praias do Rio de Janeiro. Da noite para o dia, literalmente, se viram sem nada, só com a roupa do corpo. Além de terem que conviver com a dor das perdas e os traumas, tiveram que travar uma disputa judicial perversa contra a construtora Sersan. Sérgio Naya nunca assumiu a responsabilidade pelo desastre e muito menos se sensibilizou com o sofrimento das famílias”.

Rafael conta que o filme revela fatos ainda não expostos à opinião pública e mostra como ameaças de morte, juízes vilões e chantagens ajudaram a construir essa trama. De acordo com o diretor, o documentário, que foi exibido ano passado, Festival do Rio, busca dar voz às vítimas “que seguem sem resposta”.

Veja o trailer

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