Tainá é primeira uva brasileira 100% nordestina
O Brasil já tem uma uva integralmente nordestina. Trata-se da BRS Tainá, apresentada ao mercado, na semana passada, pela Embrapa Simiárido (Petrolina, PE). Essa cultivar de uva de mesa exibe coloração branca, sabor neutro e agradável, além de ser uma variedade sem semente, uma das mais importantes características exigidas atualmente pelo mercado.
A Tainá foi desenvolvida no nordeste brasileiro para atender a produção do polo de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco. É proveniente do cruzamento realizado, em 2004, entre as cultivares internacionais Sugraone e Marroo Seedless, que fazem parte do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Semiárido.
A criação da uva nordestina tem como objetivo disponibilizar aos produtores do Vale uma cultivar branca sem os altos custos de licenciamento de plantio, os chamados royalties, que devem ser pagos quando se trabalha com variedades estrangeiras.
Coube à pesquisadora Patrícia Coelho de Souza Leão a condução dos trabalhos, integrantes do programa da Embrapa de melhoramento genético de uva na região, o “Uvas do Brasil’. A Tainá é a primeira variedade da fruta com todas as etapas de melhoramento genético, desde o cruzamento até a validação, realizadas nas condições ambientais tropicais semiáridas.
“As características da nova variedade fazem jus ao nome de batismo. ‘Tainá’, de raiz indígena Tupi-Guarani, é uma homenagem ao Brasil, um nome feminino, forte e que remete às origens do nosso país. Trata-se de uma planta vigorosa, com produtividade média estimada no Submédio do Vale do São Francisco de 25 toneladas por hectare, por ciclo de produção”, comenta Patrícia.
Segundo ela, o período desde a poda até a colheita está em torno de 110 dias, com pequenas variações ao longo do ano, em função das condições climáticas. Os cachos da BRS Tainá apresentam tamanho médio, com peso de 270 gramas, medindo cerca de 15 x 10 centímetros.
Patrícia observa que a nova cultivar se destaca ainda por apresentar características desejáveis em uvas para o consumo in natura, como crocância, bagas firmes, com boa aderência ao pedicelo e traços minúsculos e imperceptíveis de sementes.
“O sabor é neutro e agradável, com uma relação equilibrada entre açúcares e acidez. É uma opção promissora e com grande potencial para se destacar no mercado de uvas de mesa brancas sem sementes”, afirma a pesquisadora.
O plano de lançamento da BRS Tainá encontra-se em fase de seu licenciamento para viveiristas (cujo edital é possível acessar aqui) e, em breve, estará disponível para os produtores.
Assista a apresentação da Tainá pela Embrapa.
Fonte: assessoria de imprensa Embrapa; Foto: divulgação Embrapa
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