Documentário 'apresenta' as primeiras jogadoras da seleção feminina de futebol do Brasil

O que seis mulheres com idades em torno dos 60 anos, moradoras do subúrbio do Rio de Janeiro têm em comum com o futebol brasileiro? Acertou quem respondeu que elas são a base da primeira Seleção Feminina de Futebol do Brasil. E poderão ser (re)conhecidas nesta segunda-feira (23), quando será exibido, às 20h, o documentário “As Primeiras”, pelo Canal Brasil.

Participam do longa Elane dos Santos, Leda Maria, Maria Lucia da Silva, Marilza Martins, Marisa Pires, Roseli de Belo e Rosilane Camargo. Todas vestiram a camisa da primeira Seleção Brasileira Feminina de Futebol nos anos de 1980.

Em entrevistas à diretora Adriana Yañez, elas falam sobre a união e resiliência entre elas para enfrentar os desafios de gênero e outras barreiras impostas naquele momento, como dificuldades financeiras, reconstrução de vida, além da importância de trazer a notoriedade dessa trajetória.

Proibido por lei

No Brasil, em 1941, foi instituído um decreto-lei (número 3199) que proibia a participação das mulheres em esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”. Isso aconteceu depois de uma onda de popularização do futebol feminino.

O decreto-lei foi revogado em 1979. Porém, ainda levou dez anos para que as mulheres tivessem seus próprios campeonatos oficiais.

Brasil em campo

O carioca Esporte Clube Radar foi um dos pioneiros no desenvolvimento do futebol feminino, após a revogação do decreto. O clube teve o primeiro time feminino do país, criado em 1981.

Na primeira Copa do Mundo feminina, em 1991, na China, das 18 jogadoras do time do Brasil, 16 eram do Radar. O grupo não avançou para a segunda fase da competição. De lá para cá, o  Brasil participou de todas as edições da Copa do Mundo Feminina.

As 18 primeiras convocadas foram: Meg, Rosa Lima, Marisa, Elane, Marcia Silva, Fanta, Marilza, Solange, Adriana, Roseli, Cenira, Miriam, Márcia Tafarel, Nalvinha, Pretinha, Doralice, Rosangela Rocha e Maria Lúcia.