Marcus Majella em versão 'tiozão' conquista público infantil
Protagonizado por Marcus Majella ("Vai que Cola", "220 Volts" e "Ferdinando Show"), a comédia “Um Tio Quase Perfeito 2”, estreia hoje (7), nos cinemas . No elenco também estão Ana Lúcia Torre, Danton Mello e Eduardo Galvão em um dos últimos trabalhos do ator falecido em dezembro passado.
Três anos depois do lançamento do primeiro filme da série, Tony agora, é professor da escola dos sobrinhos Patricia (Julia Svacinna), João (João Barreto) e Valentina (Soffia Monteiro). Longe dos pequenos golpes que arquitetava com a mãe, Cecilia (Ana Lucia Torre), Tony vive em harmonia com a irmã, Ângela (Letícia Isnard). Tudo parece estar na mais perfeita paz, até que aparece Beto (Danton Mello), namorado de Ângela. Enlouquecido de ciúmes dos sobrinhos, Tony fará tudo para sabotar Beto e afastá-lo da irmã.
Nessa entrevista, o humorista Majella conta que se inspirou no próprio diretor do filme, Pedro Antonio, para compor o novo momento do personagem. Confira:
No primeiro filme, em 2017, o tio Tony conquistou o público infantil de todo o Brasil. Como foi essa experiência?
"Fazer “Um Tio Quase Perfeito” foi uma das melhores experiências da minha vida. Eu já era reconhecido pelos adultos e pelos adolescentes nas ruas por causa dos meus trabalhos anteriores, mas com o filme eu passei a ser reconhecido pelas crianças, que são super críticas e super sinceras. Eu passei a receber o carinho delas e dos pais delas, que se aproximam e sempre falam coisas como “meu filho te adora... será que podemos tirar uma foto com você?”. Ou “você pode gravar um vídeo para o meu filho?”. E eu gravo ou tiro a foto, pois eu adoro essa troca e o carinho das crianças. Ter conquistado esse público me fez um artista mais completo".
Como foi a construção desse personagem?
"Eu adoro essa parte de construção de personagem e de ensaio. Eu fiquei um mês em cada filme me preparando para que as pessoas acreditassem nesse tio e no que ele está vivendo e passando. Eu gosto muito de observar o meu redor, os meus amigos e as pessoas na rua e de trazer isso para os personagens. A energia do tio é muito baseada em um amigo meu, chamado Pedro Antônio, que é o diretor do filme. Eu me inspirei muito nele, porque ele tem esse jeito de chegar nos lugares e colocar o pé na mesa, sabe? Abre a geladeira e vê o que tem para comer. Às vezes não tem intimidade com a pessoa, mas já está abrindo a geladeira (risos). Ele tem esse tipo e eu pensei em usar essas características para o Tio Tony e me baseei no jeito dele. O Ferdinando (de Vai Que Cola), que também foi um trabalho de construção, não é o Marcus Majella, ele é completamente diferente e eu não tenho o jeito dele. Eu sou mais quieto e tímido e o Ferdinando não. Ele gosta de chamar a atenção onde quer que esteja. O Tio Tony também não é o Marcus. Eu sou completamente diferente. Eu não sou aquele cara que chega nos lugares e coloca o pé na mesa. Eu fico feliz porque as pessoas acreditam tanto nesses personagens que elas pensam que eu sou assim também. Eu fico feliz com o fato delas confundirem os personagens comigo, porque acho que com isso consegui chegar no nível de qualidade que eu tanto sonhava".
Como você descreve o Tio Tony?
"O Tio Tony é como se fosse uma pedra preciosa, de um valor inestimável, mas bruta. Com o tempo, você vai lapidando essa pedra e achando o caráter e outras qualidades. Ele é exatamente isso. Ele é um cara cheio de amor, mas que está aprendendo o tempo todo com tudo. Ele também tem defeitos, assim como todos nós. Ele tem ciúmes... Inclusive, o grande mote do segundo filme é o ciúme que ele tem do novo namorado da irmã dele. Ele tenta a todo momento boicotar o cunhado, mas vai aprendendo com os próprios erros e acaba se transformando em uma pessoa melhor. É muito clara a mensagem de ressignificação e de transformação do filme, que tem muito a ver até com o que vivemos em 2020. Tivemos que nos reinventar e o Tio Tony é isso. Ele se reinventa. Ele consegue passar pelos momentos difíceis e tirar daquilo uma coisa boa, se transformar e melhorar. Acho que a grande mensagem do filme é essa".
Nessa nova história, o que mudou para o personagem?
"O que muda é que ele começa em uma situação super confortável, pois agora é o queridão da família, toma conta dos sobrinhos, tem um emprego estável e está super feliz. Não faz mais os trambiques dele, aparentemente. Está leve, mas de repente aparece o Beto, que é o namorado da irmã dele e que vai se casar com ela. Essa situação o desestabiliza completamente e ele vai querer provar a todo custo que esse cara não é o homem perfeito para ela. Ele vai tentar contar com a ajuda dos sobrinhos e a história vira uma loucura! Tudo com muita brincadeira, risada e emoção".
Como tem sido a sua vida profissional desde o início da quarentena?
"Está sendo bem produtiva, pois consegui fazer uma temporada do “Vai que Cola”, de 40 episódios, no meio dessa loucura. Eu gravei de agosto até o início de dezembro e toda a equipe seguiu todos os protocolos de segurança. Estou aguardando ansiosamente pela vacina para a gente voltar a se abraçar, a se encontrar, porque isso faz muita falta. Nós então, que somos brasileiros, sentimos muita falta disso. Eu tive a sorte de fazer o “Vai que Cola”, mas muitos projetos foram adiados e nem todo mundo conseguiu trabalhar. Estou quietinho e muito esperançoso. Tenho muita fé de que isso vai passar logo e vamos voltar a sorrir como antes. Ainda bem que temos o entretenimento para ajudar nisso tudo. Ficamos em casa, mas temos ótimos filmes e ótimas séries para assistir. A arte nos ajudou bastante a passar por esse momento difícil e saber disso dá uma acalmada no coração e uma aquecida na alma. As pessoas valorizaram muito a arte nesse momento e acho que todo mundo percebeu o quanto é importante ter produtos de qualidade passando na TV, para se entreter e passar o tempo melhor. Muitas pessoas me escreveram dizendo que eu as ajudei a passar por esse momento. Quando você recebe uma mensagem dessas, o coração se enche de alegria e esperança, pois você está entrando na casa da pessoa e colocando um sorriso no rosto dela. Isso não tem preço e me dá o maior gás para continuar trabalhando e continuar sendo artista. Não é fácil, mas eu sinto que nasci para isso. Tenho essa missão de continuar levando alegria para as pessoas".
Confira a reação de Tony ao ser apresentado a Beto
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