Imersão cervejeira: em Minas Gerais, evento quer reunir aprendizado com diversão
- Sônia Apolinário
- há 6 minutos
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Uma imersão no mundo da cerveja. Essa é a proposta de um evento que será realizado no próximo dia 18, em um sítio, em Minas Gerais, perto da capital Belo Horizonte.
Beber cerveja faz parte, claro. Porém, é só um “detalhe” da programação que começa às 9h e vai até às 18h. Os “trabalhos” serão abertos com um café da manhã cervejeiro, em seguida entram em cena: uma rodada de análise sensorial de lúpulos; a gravação de um podcast; a degustação de petiscos típicos de boteco buscando harmonizar com rótulos das 25 cervejarias participantes; olimpíada cervejeira; workshop de produção de cerveja e um festival de pizza e hamburger a ser, outra vez, devidamente harmonizado com as bebidas do evento.
- A ideia é juntar aprendizado com diversão e oferecer uma experiência imersiva no mundo da cerveja – explicou Jefferson Brandão, sommelier, juiz de concursos e um dos diretores da Aprolupulo (Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo).
O sítio pertence ao próprio Jefferson. Fica em Matosinho, distante cerca de 60 Km de BH. Para participar dessa imersão cervejeira, o valor é R$ 370 – sendo R$ 70 apenas do transporte de ida e volta, a partir de Belo Horizonte. Poderão participar apenas 15 pessoas.
Em uma época em que grande evento como o Mondial de la Bière , que acontece no Rio, passa por chacoalhadas e o mercado amarga com o encerramento de operação de várias marcas (principalmente no Rio de Janeiro), eventos de pequeno porte é um caminho a ser seguido?
Na opinião de Jefferson, é um dos caminhos. Ele acredita que eventos um pouco maiores ainda têm espaços para ocupar. E cita como exemplo o Festival Internacional da Cerveja e Cultura, que ajuda a organizar, que reuniu um público de 5 mil pessoas, ano passado, em Belo Horizonte. A título de comparação, a organização do Mondial de la Bière divulgou que o público do evento, em 2024, foi de 60 mil visitantes.
Ele admite que esse formato de evento cervejeiro apoiado na dupla gastronomia e shows musicais não oferece propriamente uma experiência ou aprendizado cervejeiro.
- No FIC, ano passado, foram vendidos 8 mil litros de cerveja, sendo 5 mil de Pilsen. Eventos maiores atraem público mais leigo e, para ter retorno, é preciso vender cerveja de massa que é a Pilsen. Mas todas as pessoas que, de certa forma, entram em contato com a cerveja artesanal podem se tornar futuros consumidores – observou Jefferson.
No outra ponta, ainda em Belo Horizonte, acontece no próximo dia 31 de maio a 4ª edição do Festival ISO, Cervejas Extremas. O ingresso pode passar de R$ 800. Nesse festival, a proposta é escolher “a dedo” as cervejarias participantes, com o compromisso de apresentar novidades. O participante tem sete horas de open bar para se divertir, com comidas pagas à parte. Os três primeiros lotes de ingressos (de um total de seis) estão esgotados.
- O ISO tem força para trazer muitas pessoas de fora de Minas Gerais. Os eventos, de uma maneira geral, usam a música como forma de atrair o público e, é verdade, a cerveja é que deveria ter esse papel – afirmou.
Segundo Jefferson o mercado cervejeiro mineiro tem reclamado de vendas fracas. O motivo é a conjugação de preço alto com uma predileção cada vez maior do público por bebidas sem álcool.
O preço se explica pelo aumento generalizado dos insumos para produção de cerveja. Em relação aos eventos, ele acredita que um caminho a seguir é a união de cervejarias para a realização de seus próprios festivais ou festas.
- Eventos pequenos incentivam o público a conhecer, de fato, o que está bebendo. Esse é um formato que ajuda a difundir a educação cervejeira – afirmou.
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