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  • Sônia Apolinário

Filme chileno mistura ficção e realidade de uma avó especialista na produção de molotovs.

Uma mistura de documentário com ficção. Assim é o filme “Nona: Se me Molham, Eu os Queimo”, que estreia nos cinemas na próxima quinta-feira, 18. A trama gira em torno da avó da diretora, Josefina Ramirez, que fez parte da resistência anti-Pinochet e se tornou uma especialista na produção de molotovs.



No filme ela é Nona que, após uma vingança contra seu ex-amante, foge para sua casa de verão, em uma pequena cidade costeira no Chile. Lá, vive uma vida tranquila, até que uma série de incêndios em casas e florestas à sua volta destrói tudo, enquanto a casa dela se mantém intacta. O ator Eduardo Moscovis interpreta Pedro, uma figura misteriosa que ronda Nona.


A diretora Camila José Donoso também assina o roteiro deste que é seu terceiro longa-metragem. Ela busca criar um jogo de cena entre o real, o imaginário e a fantasia. Para isso, lança mão de recursos como imagens captadas em diferentes formatos e suportes, que remetem a filmagens amadoras.


“Eu queria que o espectador descobrisse Nona como eu a conhecia: uma avó, uma dona de casa extrovertida que, ocasionalmente, mentia. Uma mulher volúvel e tudo aquilo que estava longe da femme fatale piromaníaca que, mais tarde, descobri. Eu queria que o espectador pudesse viver na intimidade dela, sem julgamento. Porque a beleza de Nona reside na complexidade, na ambivalência de seu caráter”, explica a diretora, no material de divulgação do filme, que é uma co-produção entre Chile, Brasil, França e Coreia do Sul.


Com doses de suspense, o longa, segundo a diretora, faz um retrato “crítico e carinhoso” do Chile do presente, “no qual a aparente calmaria – tal qual a cidade onde a protagonista se instala – pode esconder a turbulência política que o país sempre enfrenta”.


Resenha


#ComuniC assistiu “Nona: Se me Molham, Eu os Queimo” em primeira mão, em exibição virtual.


Ao longo do filme, a diretora oferece para o público pedaços de um quebra-cabeças que ficará completo somente nos instantes finais da obra. Passado e presente se alternam na construção do perfil de Nona, mas nada indica que há momentos de ficção e outros de realidade. Embarca-se na história como uma ficção de suspense. O ritmo é lento e de dez a quinze minutos poderiam ser suprimidos sem prejuízo para o entendimento do filme. Atenção para uma "alfinetada" dada em "empresários brasileiros".



Veja o trailer


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