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  • Sônia Apolinário

Cemitério da Penitência promove visita guiada no Dia das Bruxas

31 de outubro, para alguns, é o Dia das Bruxas. Para outros, Dia do Saci. Seja como for, paira um ar sobrenatural sobre a data. O que acham de “comemorar” com uma visita a um cemitério, à noite? Quem se animar, é só chegar no Cemitério da Penitência, no Caju (RJ). Hoje, às 19h30, o historiador Milton Teixeira será o guia de um já tradicional passeio pelo local, com direito à encenação do grupo O Corsário Carioca. Mas não se espante. Ao invés de histórias sobre fantasmas, o que será contada é muito da história do Rio de Janeiro.

O cemitério da Ordem Terceira da Penitência é um dos mais antigos da cidade. Foi fundado em 1858, em frente à praia de São Cristóvão. No século 19, os Irmãos da Penitência eram enterrados na Igreja Conventual. No início do século seguinte, foram construídas catacumbas nos fundos do templo, mas logo chegaram à capacidade máxima. Em 1850, com a proibição de sepultamentos nas igrejas, os irmãos partiram para ter o próprio campo santo e solicitaram à Santa Casa de Misericórdia a cessão de um terreno de 65 braças. Com o novo cemitério, os sepultamentos nas catacumbas do morro de Santo Antônio foram encerrados e as sepulturas transferidas para lá.

Cerca de 11 mil pessoas já foram sepultadas no Penitência. No seu espaço, obras de arte que marcaram a história do Brasil formam um “museu ao ar livre”. As capelas dispostas lado a lado, no caminho de árvores, exibem estilos de Art Déco, Idade Média e Grego Clássico. Azulejos portugueses, obras do vitralista Gastão Formenti e esculturas de mármore de José Vicente de Souza também decoram os espaços.

Os túmulos do Barão de Vista Alegre, o Conde de Vilela, do Comendador Francisco Ferreira das Neves e do Visconde de Itaúna estão no roteiro de visitação. A única obra arquitetônica em Art Nouveau da cidade abriga o ossuário, datado de 1907, usado para o enterro de pobres e indigentes.

“É um dos lugares de maior valor histórico de um país e as pessoas ainda têm tabu para entrar nessas dependências. A proposta é valorizar o lado cultural, artístico e histórico patrimonial de um dos mais antigos cemitérios do Rio, onde estão sepultados barões, condes e viscondes, que vieram para o Brasil junto com a família imperial”, comenta o historiador. Milton Teixeira.

O passeio, que dura cerca de duas horas, conta com encenação teatral do ator Tiago Azevedo e do grupo de contadores da história O Corsário Carioca. A trupe trará de volta à vida personagens como, o navegador Vasco da Gama, o imperador D. Pedro II, o rei de Portugal D. João VI, o militar português Estácio de Sá, o cacique Arariboia e outros personagens que participaram da formação do Brasil e do Rio de Janeiro.

“Nossa intenção é desmistificar o medo de cemitério através do resgate histórico, como acontece em tantos outros países europeus", conta Marcelo Serra, diretor do O Corsário Carioca.

A visita é gratuita, basta chegar 15 minutos antes do início do passeio.

O cemitério fica na Rua Monsenhor Manuel Gomes, 307, no Caju.

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Com informações adicionais e fotos da RioTur

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