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  • Sônia Apolinário

Brut IPAs levam cervejas borbulhantes para as festas

Um estilo que deixa a cerveja com alma de espumante tem tudo para ser a modinha da vez, em 2019. A Brut IPA é leve, refrescante e cheia de borbulhas. Perfeita para comemorações de final de ano. O estilo surgiu nos Estados Unidos ano passado e os primeiros rótulos nacionais foram criados há menos de um ano.

E pensar que a novidade surgiu a partir de experiências de um cervejeiro que queria melhorar a receita das suas Stouts. Kim Sturdavant, da Social Kitchen & Brewery, de São Francisco (Califórnia, EUA) passou a adicionar enzimas na produção de Imperial Stouts em busca de um resultado menos doce e mais seco.

“Ele adicionava amilase para diminuir o corpo alto da Stout que fazia. A enzima degrada o

amido a ser consumido pelas leveduras”, explica o sommelier Gil Lebre, que está à frente da loja A Perua da Cerveja, no Centro do Rio de Janeiro, uma das referências, na cidade, quando se trata de cerveja artesanal.

Satisfeito com o resultado com as Stouts, Kim arriscou a repetir o processo em uma IPA de forma a obter uma bebida bastante seca. Conseguiu. A Brut IPA, como explica Gil, é uma cerveja com muita carbonatação, que usa lúpulos de aroma. Segundo ele, não há importação desse estilo, até o momento. Porém, há menos de um ano, cervejarias brasileiras já criaram rótulos desse novo estilo e o que não falta é criatividade.

A Bodebrown, de Curitiba (PR) foi uma das primeiras. E criou logo quatro versões da série batizada como “Sparkling Hop”, a partir da utilização de quatro lúpulos diferentes: o australiano Galaxy, os norte-americanos El Dorado e Mosaic e o japonês Sorachi Ace.

Dessas, Gil experimentou a Galaxy, segundo ele, uma bebida “muito aromática, leve, refrescante com aroma que lembra vinho branco”. Na descrição da própria cervejaria, a Galaxy tem um leve maltado; a El Dorado, notas de frutas amarelas tropicais além de damasco e pêssego; a Mosaic, remete também a frutas amarelas tropicais, mais puxada para manga, além de suave mirtilo e a Sorachi Ace apresenta notas de casca de limão e capim limão, alguma picância de coentro, além de chá verde e hortelã.

Algumas da série Sparkling Hop estiveram presentes no último Mondial de la Biére Rio. No

mesmo evento, a Wkattz lançou sua Brut IPA El Dorado. Gil gostou do rótulo da cervejaria carioca, porém, “faltou a bebida ser mais límpida para lembrar a elegância do espumante”. A cervejaria promete novas versões da sua Brut IPA. Também no Mondial, a Thirsty Hawks Farm Brewery (RJ) apresentou a Brut Belief com os lúpulos Nelson Sauvin, Monroe, Mosaic, Halertau Blanc e Hull Melon que cria um “coquetel”de aromas de vinho branco, frutas vermelhas, laranja e melão. Já a Oceânica (RJ) lançou a Bright Sparks.

A cearense Bold Brewing deu um passo além no estilo e lançou dois rótulos inspirados em

coquetéis feitos à base de champagne: Rossini, com morango, framboesa e amora; e Bellini, com pêssego. A Japas (SP) usou shiso, uma erva que lembra hortelã e erva-doce, muito comum na culinária japonesa, para fazer a sua Brut IPA que também tem levedura de champanhe na receita.

As cervejarias D’alaje (RJ), Suricato Ales + Treze (RS+SP) e Doktor Bräu + Tribal (MG+SP) são algumas cervejarias nacionais que também lançaram Brut IPAs.

“A Brut IPA é um estilo tão recente que ainda nem dá para falar se é moda. É tão novo que as pessoas ainda ficam com um pouco de preconceito, justamente por lembrar um espumante. A IPA está sempre se reinventando. Ainda é o estilo preferido do público. Acabamos de passar pela explosão das New England IPAs. Vamos ver como será com as Bruts”, comenta Gil.

As Bruts IPAs são novidade, mas as Biére Bruts não. Saiba a diferença na matéria

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