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  • Sônia Apolinário

Marcada para maio a criação da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo

Vem aí a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo. A assembleia que vai constituir a APROLUPULO será realizada dia 19 de maio, às 9h, no auditório da Universidade Estadual de Santa Catarina, em Lages, futura sede da entidade.

A iniciativa da criação da Associação partiu de um grupo de produtores do sul do país. Um deles, o técnico em agronegócio Alexander Creuz, tomou para si a tarefa de criar o estatuto. Ele explica:

“Desde o ano passado, debatemos a necessidade de organizar a atividade de produção de lúpulo no país. Em novembro, fizemos um encontro com produtores, em Gramado. Em dezembro, aconteceu outro em Porto Alegre, organizado pelo próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ali resolvemos tirar a ideia do papel e estabelecemos um contato próximo com o MAPA para nos auxiliar na parte jurídica e burocrática desse processo”.

Para que uma Associação exista legalmente, é necessário que tenha uma sede física. O endereço da APROLUPULO será Avenida Luís de Camões 2090, bairro de Conta Dinheiro, em Lages. Esse é o mesmo endereço de um dos centros da Universidade Estadual de Santa Catarina, onde já estão sendo feitos estudos sobre o cultivo do lúpulo no Brasil.

O papel da UDESC, de acordo com Alexander, pode ser ainda mais estratégico após a criação da Associação. A universidade poderá, por exemplo, importar legalmente plantas, para fins de pesquisa, como já fez no ano passado – as plantas ainda estão em quarentena. Essas plantas poderão vir a ser encaminhadas, também legalmente, para um futuro viveiro da Associação que poderá repassá-las para os produtores. A regularização da atividade será um dos focos da APROLUPULO.

A convocação para a reunião de constituição da Associação foi publicada no Diário Oficial da União, no último dia 6 de abril. A burocracia do processo não aceita representações, mas apenas presença física dos participantes na reunião onde será feita a leitura e aprovação do estatuto bem como eleição do presidente, seu vice e diretoria.

Os planos, segundo Alexander, inclui a possibilidade de se associar de forma online. Por lei, a APROLUPULO terá que realizar, pelo menos, uma reunião presencial, por ano. O que não impede que as demais sejam feitas por videoconferência.

“Temos que começar de alguma forma. A Associação vai nos ajudar a organizar as informações sobre a atividade. Os produtores estão dispersos por todo o país. Precisamos saber quem são eles e onde efetivamente estão. Quem planta por hobby e quem planta comercialmente. Precisamos montar a cadeia produtiva da atividade e organizar os estudos em andamento. Há muito a ser feito”, comenta Alexander.

Ele acredita que, em relação à Santa Catarina, em até dez anos, o lúpulo pode vir a substituir o cultivo do fumo nas pequenas propriedades, que constituem 95% do perfil rural do Estado. De acordo com dados disponibilizados pelo Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Associação dos Fumicultores do Brasil aponta um declínio de 37,7% na produção de fumo no região sul do Brasil, entre os anos de 2005 e 2016.

O técnico em agronegócio está tão convicto sobre o (bom) futuro do lúpulo brasileiro que mudou totalmente sua vida para se dedicar à atividade. Paulista, morava em Florianópolis onde fez curso de especialização em agronegócio e escolheu o lúpulo como tema de seu trabalho final, por conta das primeiras notícias a respeito do Mantiqueira, planta tida como a primeira variedade nacional. Isso foi há dois anos. Agora, se mudou para Lages onde iniciou a produção de lúpulo na sua propriedade de 12 hectares.

Alexander acredita que, por conta das características climáticas da região, que é muito fria, ele só deverá ter uma safra por ano. No momento, está organizando as mudas em uma estufa para, passado o inverno, iniciar a plantação.

Sobre a atuação da futura APROLUPULO, ele é da opinião que deve vir a se tornar parecida com as AcervAs, espalhadas pelo país:

“O Brasil é muito grande e cada região tem características diferentes. Isso afeta diretamente no lúpulo produzido. Acho que a tendência é surgir associações estaduais e até municipais. As ideias e necessidades para o trabalho da Associação vão chegar junto com os associados. A reunião que faremos em maio é um pequeno passo de uma grande jornada que está por vir”.

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