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  • Sônia Apolinário

Portinari e Matisse in Rio

Dois artistas plásticos geniais chegam esta semana ao Rio de Janeiro. O primeiro a desembarcar é o francês Henri Matisse. A partir de amanhã, dia 24, às 19h, ele passa a ocupar salas da Caixa Cultural, no Centro, com a exposição “Henri Matisse – Jazz”. O segundo é o brasileiro Cândido Portinari. Na quinta-feira, dia 26, ele poderá ser “encontrado” na Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Botafogo, em “Portinari – Arte e Meio Ambiente”.

“Henri Matisse – Jazz” chega ao Rio depois de passar por Salvador, Brasília, Recife e Fortaleza. A exposição reúne 20 pranchas impressas feitas especialmente para o álbum Jazz, publicado em Paris, em 1947. Na abertura da mostra, a curadora Ana Paola Baptista fará uma visita guiada.

As imagens variam da abstração a figuras de grande vivacidade, mescladas a um texto manuscrito impresso em fac-símile no qual Matisse (1869-1954) tece observações sobre assuntos diversos como circo, contos populares e viagens, com ritmo identificável aos sons de uma orquestra de jazz. De acordo com o crítico de arte Paulo Harkenhoff, o conjunto de desenhos feitos com tesoura se destaca como “o mais belo livro de arte do século XX”. A técnica foi desenvolvida por Matisse no início da década de 1940, quando, obrigado a passar longos períodos na cama e na cadeira de rodas em recuperação de uma delicada cirurgia, o artista combinou desenho e pintura em colagens feitas com papeis recortados e coloridos com guache.

O processo de edição do álbum, iniciado em 1942, durou cinco anos. O título foi definido em 1944 e a ideia de incluir texto, dois anos depois. No total, foram publicados 250 exemplares do álbum, dos quais apenas dois estão no Brasil. As obras apresentadas pertencem ao número 196, que integra o acervo dos Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro.

Portinari

“Portinari – Arte e Meio Ambiente” exibe 23 reproduções de telas feitas pelo pintor Cândido

Portinari (1903-1962) em vários períodos diferentes. A coordenadora do núcleo de arte e educação e inclusão social do Projeto Portinari, Suely Avellar, explica que foram selecionadas obras que permitissem uma reflexão sobre questões relacionadas ao meio ambiente. Faz parte da mostra, por exemplo, um dos quadros mais dramáticos do pintor, “Os retirantes”.

“Esse quadro mostra a relação entre o ser humano e o local onde vive. Explicita a origem de várias questões futuras, a partir de um tema sempre atual que é o êxodo rural”, afirma Suely.

A seca que assola o nordeste brasileiro por anos está registra em “Os espantalhos”. “Morro”, de 1934, e “Favela”, de 1957, mostram o adensamento populacional de uma área até então retratada pelo pintor de forma bucólica.

Da mesma forma, “Rio Tietê”, de 1934, mostra o Rio que corta a cidade de São Paulo sem poluição, enquanto “Praia de Ipanema”, de 1927, registra a futura área nobre carioca aianda cercada com a exuberância da Mata Atlântica. Para falar de fauna e flora, os organizadores “convocaram” o “Vendedor de passarinhos”.

“Portinari pintava a realidade e nos faz refletir sobre sérios problemas de meio ambiente que enfrentamos hoje”, comenta Suely.

Também faz parte da exposição o monumental “Guerra e Paz”, porém, em formato reduzido. A obra original é formada por dois painéis de 14 X 10 m, cada um. Foram produzidos entre 1952 e 1956, por encomenda do Governo brasileiro, para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).

O público que visitar a exposição poderá participar de oficinas de pintura e colagem.

Serviço

“Henri Matisse – Jazz” – abertura, 24 de outubro às 19h

Caixa Cultural Rio de Janeiro – Avenida Almirante Barroso, 25, Centro

Até o dia 22 de dezembro

Grátis

“Portinari – Arte e Meio Ambiente” – abertura, 26 de outubro às 9h

Casa da Ciência da UFRJ – Rua Lauro Muller, 3, Botafogo

Até o dia 26 de novembro

Grátis

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