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Sônia Apolinário

Musical infantil questiona as diferenças na educação de meninos e meninas



Gabriel é um menino de 8 anos que gosta de dançar, ao mesmo tempo em que joga futebol e toca rock. Porém, na escola onde estuda, não querem que ele faça aula de dança só porque é menino. Será que o garoto vai desistir de fazer o que gosta? Com texto da premiada Renata Mizrahi, direção de Renata e Priscila Vidca e direção musical de Marcelo Rezende, o espetáculo infantil "Gabriel só quer ser ele mesmo" faz três únicas apresentações, no mês das crianças: dias 1º, 2 e 12 de outubro, no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, às 16 horas.

As músicas originais, criadas por Renata e Marcelo Rezende, são interpretadas pelos atores que, além de cantar, tocam instrumentos como violão, pandeiro, kazoo, escaleta, tambor grave, castanhola, agogô de côco, chocalho pequeno, ukulele e triângulo. No elenco, estão Paulo Verlings, Aline Carrocino, Marcos França, Nathália Colón, Udylê Procópio, Clara Santhana e Paula Cavalcanti, que vivem diferentes personagens.

A peça leva à cena uma história que, com leveza e humor, questiona as diferenças na educação de meninos e meninas e as expectativas de pais e professores em relação às crianças. O musical marca a primeira parceria de Renata Mizrahi com o produtor Bruno Mariozz, que, há quatro anos, desenvolve um trabalho teatral voltado para o diálogo entre adultos e crianças, com temas profundos e sem subestimar a lógica infantil.

A trama tem início no aniversário de 9 anos de Gabriel (Paulo Verlings), quando o garoto expõe o medo de que ninguém apareça na sua festa devido aos inúmeros questionamentos feitos durante o ano na escola. A história, então, é contada em flashback, mostrando momentos em que tentaram impor a ele comportamentos baseados em estereótipos de gênero.

A ideia surgiu depois que Renata assistiu ao documentário americano “The Mask You Live In”. Segundo o filme, desde a infância os garotos começam a brigar se alguém lhes diz “Quem aqui é a mulherzinha?”, demonstrando como o não reconhecimento da sua

masculinidade parece torná-los fracos e “menininhas”. Ser “menininha” é considerado insulto.


“Isso tem início nos primeiros anos e se arrasta por toda a vida”, lamenta a autora. “A hipermasculinização e hiperfeminilização se impõem às crianças desde o começo da vida. Até os brinquedos que são destinados para um ou para o outro são reflexos de uma tentativa de simplificar o mundo baseado em estereótipos de gênero, cuja origem não passa de mera construção social. Com este espetáculo, quero provocar a reflexão sobre educação infantil, sobre o quanto deixamos as crianças serem quem são, ou se estamos oprimindo a partir de uma conduta social automatizada”, completa.

O cenário de Mina Quental foi idealizado em cima cubos coloridos e de acessórios que simbolizam as mudanças de ambientes como o apartamento de Gabriel, a sala de aula e o pátio da escola. Também fazem parte da equipe criativa Ana Luzia Molinari (iluminação) e Flávio Souza (figurino).

Serviço

Data: 1º, 2 e 12 de outubro

Local: Teatro dos Quatro, Shopping da Gávea - R. Marquês de São Vicente, 52 - Gávea, Rio de Janeiro

Dias e horários: Dias 1º e 2 de outubro (sábado e domingo), às 16h. Sessão extra dia 12 de outubro (quarta-feira), às 16h.

Ingressos: R$ 70 reais R$ 35 reais (meia-entrada). Vendas pelo Sympla

Classificação: Livre.

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