- Sônia Apolinário
Filme produzido por um coletivo artístico é o grande vencedor da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes
“Sessão Bruta” e “Os Primeiros Soldados” foram os grandes vencedores da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O evento foi integralmente realizado online, de 21 a 29 de janeiro. O festival exibiu mais de 100 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais.
O filme mineiro “Sessão Bruta”, de direção coletiva assinada por As Talavistas e ela.ltda, foi o título vencedor de melhor longa-metragem da Mostra Aurora. Foi rodado “à quente” com uma câmera Mini-DV, em 2018. Sem grandes preparativos, mas com muito suor e cerveja, o filme se apresenta como uma sucessão de prólogos de um filme sempre por fazer. O que une todos é o desejo de pegar para si uma fatia do mundo.
De acordo com o júri, “Sessão Bruta”, apresenta uma “energia performativa que atravessa a assinatura coletiva, sem apagar a heterogeneidade de seu lugar de enunciação”:
“A recusa do embrutecimento que assola o presente é confrontada no filme com uma inventividade cosmopoética múltipla e transformadora, na qual a brutalidade de um mundo fundado na violência contra vidas trans e negras é perturbada por práticas de fuga, aquilombamento e refúgio”
“Os Primeiros Soldados” levou Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres. A história se passa em Vitória (ES), no ano de 1983, quando a primeira onda da epidemia de AIDS arrebata dois rapazes gays e uma mulher transexual, que se unem na tentativa de sobreviver ao temido e desconhecido vírus. O longa é protagonizado por Johnny Massaro (foto), Renata Carvalho e Vitor Camilo.
No Réveillon, um grupo de jovens LGBTQIA+ celebra a passagem do ano sem ideia do que se avizinha. O biólogo Suzano (Johnny Massaro) sabe que algo de muito terrível começa a transtornar seu corpo. O desespero diante da falta de informação e do futuro incerto aproxima Suzano da artista transexual Rose (Renata Carvalho) e do videomaker Humberto (Vitor Camilo), igualmente doentes. Juntos eles tentarão sobreviver à primeira onda da epidemia de AIDS, que passou a ser identificada como "vírus gay". O longa foi rodado poucos meses antes do início da pandemia do Coronavírus.
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