top of page

Camerata formada por jovens da Maré abre o RioHarpFestival

  • Foto do escritor: Sônia Apolinário
    Sônia Apolinário
  • 30 de jun.
  • 4 min de leitura


Com “Prelúdio das Bachianas Brasileiras n.4”, de Heitor Villa-Lobos sendo tocada na Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, será aberto, nesta terça-feira (1), o RioHarpFestival. Trata-se da vigésima edição do evento que, até 31 de julho, vai realizar 84 apresentações gratuitas em diferentes locais, no Rio de Janeiro.

 

Em cena, na igreja que fica no Centro da cidade, estará a Camerata Uerê cujos músicos são jovens da comunidade do Complexo da Maré.

 

Ao todo, participam do festival cerca de 150 músicos instrumentistas (21 somente da China) e grupos vocais consagrados, de 25 países, com as mais variadas harpas.

 

Quem acha que o instrumento só toca “som celestial” vai se surpreender. De música barroca a jazz, passando por samba e rock, vários ritmos marcarão presença no festival.

 

- Cada país toca harpa de forma diferente. Vamos mostrar essa diversidade. O evento leva a harpa para a frente do palco. Normalmente, nos concertos, é um instrumento que fica mais no fundo – observa o carioca e produtor cultural Sérgio da Costa e Silva, idealizador e organizador do festival.

 

No palco, além da harpa clássica de concertos, estarão a celta tradicional, o koto japonês, harpas africanas, kora e n´goni, árabes e indianas, além dos instrumentos mais característicos da América do Sul e México.

 


Segundo Costa e Silva, a cada ano, aumenta o público que acompanha o evento. Ano passado foram cerca de 30 mil pessoas. Ele explica que o festival surgiu a partir de outro evento que organiza: o Música no Museu que segue firme e forte há 28 anos.


- O Música no Museu acabou formando plateia. Nesses anos todos, foi acompanhado por 1,2 milhão de pessoas – informa.

 

De acordo com Costa e Silva, o público predominante do Festival  de Harpa é formado por pessoas da terceira idade. Seguido pelos jovens, muitos adolescentes. Nesse caso, estudantes de música, em sua maioria.

 

Camerata Uerê


Muitos deles, integrantes de projetos sociais como é o caso da Camerata Uerê, formada por 14 jovens, entre 18 e 23 anos.

 

A Camerata é uma das sete vertentes do Projeto Uerê, criado e coordenado por Yvonne Bezerra de Mello, que há 16 anos funciona  no Complexo da Maré.

 

Da escola de música que desemboca na Camerata participam crianças a partir de seis anos.

 

- O interesse em ter aulas de música é enorme. Estamos sempre precisando de novos instrumentos. Atualmente, temos 300 crianças no projeto, 40 na escola de música. Conforme os jovens se formam, se tornam monitores para ensinar outras crianças. A Camerata é profissional, tem uma agenda de apresentações. Inclusive, faremos quatro concertos na França, em outubro – disse ela.

 

Segundo Ivonne, o maior desafio do projeto é fazer com que as crianças mantenham os estudos “onde tudo joga contra” – só este ano, foram realizadas seis operações policiais no Complexo da Maré, o que significa que um som bem familiar, na região, é o de tiro.

 

- Conforme as crianças seguem seus estudos, elas vão criando um sentimento de que vão conseguir, começam a acreditar que é possível, apesar de tudo – afirma ela que desenvolveu o próprio método pedagógico que aplica no Projeto Uerê.

 

Na abertura do RioHarpFestival, a Camerata também vai apresentar ”Duas Canções Russas,

​​para Flauta, Viola e Harpa” (M Glinka. 1804-1857); ​​​​”Concerto para Flauta e Harpa e Orquestra em Dó maior, ​​​​​​​K.299 (1778), de Mozart; ​​​​ ”Melodia Sentimental da Floresta do Amazonas (1958) ​​​​​ Arr.: para Flauta, Harpa e orquestra. De Villa-Lobos

 

​​​A regência é do maestro Mateus Araújo, integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A apresentação contará com a participação especial do Duo Claire Lefur (harpa) e François Detton (flauta), além de Cécile de Rocca Serra, Viola. Todos músicos franceses.

 

- A ideia é trazer para o RioharpFestival harpistas do mundo, para que possam interagir com harpistas brasileiros, não só nos concertos, mas em diversas atividades extras como maste classes, rodas de conversa e ensaios abertos em comunidades – informa Sérgio da Costa e Silva.

 

Programação



Kobie du Plessis (África do Sul)
Kobie du Plessis (África do Sul)

Na programação do festival, 60 apresentações serão realizadas no CCBB-RJ. As outras serão nos seguintes locais: Centro Cultural da Justiça Federal, Real Gabinete Português de Leitura,  Palácio Tiradentes, Biblioteca Nacional, Biblioteca da Maison de France, Igreja da Candelária, Academia Brasileira de Letras, Museu da Justiça, Arte Sesc Flamengo, Jockey Club, Palácio São Clemente - Consulado de Portugal, Espaço Trem do Corcovado e Museu do Exército - Forte de Copacabana.

​​​

Niterói já fez parte do circuito de apresentações do evento. Porém, há três anos, o RioharpFestival não atravessa a Baía de Guanabara. O motivo ? Segundo Costa e Silva, por falta de apoio da prefeitura de Niterói.

 

As próximas apresentações serão todas no CCBB-RJ (Rua Primeiro de Março, 66,Centro):

 

02/07, quarta

12h30: Kobie du Plessis, harpa (África do Sul)

15h: Les Alizes, Claire Lefur, harpa (França)

 

03/07, quinta

12h30: Duo Pierre Descaves, oboé e Alessandro Aguiar, harpa (Brasil)

15h: Kobie du Plessis, harpa (África do Sul)

 

04/07, sexta

12h30: Edith Gasteiger, harpa (Áustria)

15h: Kobie du Plessis, harpa (África do Sul)

 

05/07, sábado

13h: Ecos Latinos. Patrice Fisher, harpa (Estados Unidos) Fran Comisky, piano, Betsy Grand, flauta e Carlos Valadares, percussão. Participação especial Claire Lefur, harpa (França)

15h: Edith Gasteiger, harpa (Austria)

 

06/07, domingo

13h: Lilian Amancai, harpa do Oeste Africano (Brasil) e Sabrina Chaves, percussão (Projeto Musso NGoni)

15h: Ecos Latinos. Patrice Fisher, harpa, Fran Comisky, piano, Betsy Grand, flauta, Carlos Valadares, percussão (Estados Unidos). Participação especial Claire Le Fur, harpa (França)


O ingresso deverá ser retirado 1h antes da apresentação, na bilheteria.


Confira a programação completa, aqui

Comentarios


Destaques
Últimas

© Todos os direitos reservados Comunic Sônia Apolinário 

bottom of page