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  • Sônia Apolinário

Simpósio reunirá pesquisadores e produtores de lúpulo em Botucatu

Pesquisadores e produtores de lúpulo se reúnem sexta-feira (22) e sábado em Botucatu (SP), onde será realizado o I Simpósio Técnico-Científico da Cultura do Lúpulo. O evento acontece na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O objetivo é divulgar pesquisas relacionadas com manejo e aplicações do lúpulo no Brasil, nas áreas de fitotecnia, genética e melhoramento, bioquímica e biotecnologia, manejo, irrigação e solo.

Faz parte do evento a realização do II Seminário Técnico da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo, quando será apresentado um panorama do desenvolvimento da cultura e o manejo do lúpulo no Brasil. De acordo com a Aprolúpulo, atualmente, no país, existem 15 mil pés de lúpulo plantados, sendo que, para suprir a demanda nacional de produção de cervejas artesanais, seriam necessários 25 milhões de pés.

Na FCA/Unesp, as pesquisas relacionadas com lúpulo começaram a ser desenvolvidas, em 2016. Foi como juntar a sede com a vontade de beber:

“A questão do lúpulo chegou para nós por intermédio de produtores amigos, que nos consultávamos com dúvidas. A literatura nacional não tem quase nada sobre o assunto porque o plantio no Brasil é recente. Percebemos, então, que era uma oportunidade para desenvolvermos pesquisas”, explica a professora doutora Valéria Rodrigues Sarnighausen, do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA/UNESP – Botucatu.

Para a realização desse trabalho, foi criado o Lupam - Grupo de Pesquisa Lúpulo, Aplicações e Manejo. Segundo a professora, atualmente, alunos de mestrado e doutorado estão em fase de conclusão de duas pesquisas relacionadas com o tema.

Valéria informa que o Lupam conta com uma estufa para criação de mudas e uma área de plantio de lúpulo que está prestes a entrar no terceiro ciclo da planta, considerada sua maturidade.

Botucatu tem três cervejarias: Geezer, Cuesta e Mão na Roda. Paulo Trombini, sócio e cervejeiro da Geezer, conta que a cidade tem um “movimento forte” de plantação de lúpulo, com muitas pessoas “plantando em casa”.

Ele não faz parte desse grupo. Porém, tem um projeto na gaveta. Na sua opinião, mais do que o plantio, o importante é desenvolver questões relacionadas com a pós-colheita como embalagem e comercialização.

“Não adianta só plantar. O manuseio do lúpulo em flor é bastante complicado principalmente porque as plantas oxidam rápido. Precisamos ter tecnologia para criar os pellets”, observa ele que fará a palestra de encerramento do evento com foco na demanda da indústria cervejeira.

Paulo observa que também é importante investir em equipamentos que ajudem a investigar a qualidade e características dos lúpulos plantados no país, “para que o cervejeiro saiba se terá bom rendimento ou não” na utilização da planta. Sua percepção, até o momento, é que o lúpulo nacional "falta um pouco" para chegar nas características do importado.

Das três cervejarias da cidade, a Cuesta já fez uma cerveja experimental utilizando lúpulo nacional. A planta foi produzido na fazenda Dalcin, em Taguaí, distante cerca de duas horas de Botucatu. Paulo conta que provou e aprovou a cerveja.

Ele acredita que as pesquisas conduzidas pela FCA/Unesp serão importantes para melhorar as informações a respeito do lúpulo nacional, mas sabe que “tudo está no começo” e que o “processo é lento”. Tanto acredita na importância do trabalho que sua cervejaria (que tem laboratório para propagação de levedura) não só foi uma das patrocinadoras do simpósio como abrirá as portas do seu taproom para a confraternização final, onde oito torneiras estarão abastecidas com produções da marca. Nenhuma delas, porém, com utilização de lúpulo nacional.

Programação completa do I Simpósio Técnico-Científico da Cultura do Lúpulo.

Leita também: Festa da Flor de Lúpulo evidencia potencial da produção serrana fluminense

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