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  • Sônia Apolinário

Pesquisa dá origem a livro que mostra como as pessoas negras são retratadas nos quadrinhos

Compreender a construção da imagem da pessoa negra na narrativa gráfica brasileira foi o ponto de partida de uma pesquisa que resultou no livro “O negro nos quadrinhos do Brasil”, do publicitário, escritor e pesquisador Nobuyoshi Chinen, que a Editora Peirópolis lança em coedição com o Observatório de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Ao longo de 344 páginas, a obra exibe cerca de 400 imagens, que vão desde as artes visuais em seus primeiros registros da presença dos africanos no Brasil, sequestrados e escravizados para servir ao propósito colonizador, até os tempos atuais, do mainstream às produções autorais.

Nobuyoshi Chinen, mais conhecido como Nobu Chinen, é escritor, publicitário, editor, professor e pesquisador. O estudo que deu origem ao livro foi desenvolvido como sua tese de doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Nobu também é membro do Observatório de Histórias em Quadrinhos.

“O Brasil é, segundo o IBGE, um país de maioria afrodescendente. Somam 54% o número de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, que compõe o segmento denominado negro. Onde estão, então, os pretos e pardos nos meios de comunicação? A pergunta serve para diversas áreas: teatro, cinema, televisão, publicidade e, obviamente as histórias em quadrinhos. Desta inquietação, da percepção de que a quantidade de personagens afro-brasileiros parecia perturbadoramente baixa, é que nasceu este trabalho”, afirma o autor.

Segundo ele, ao mesmo tempo em que o livro expõe “a verdadeira face de um país preconceituoso e racista, mas que resiste em admitir essa característica”, promove um “justo resgate de parte importante de nossa historiografia”.

Nobu avalia que há uma “crescente, porém insuficiente” presença de autores negros, no mercado de quadrinhos. Mesmo assim, acredita o autor, já é possível perceber uma “influência positiva” na forma de representação do negro nessa mídia, “restituindo-lhe o papel fundamental na formação de nosso país como nação política independente”.

Neste caso, estão artistas como Marcelo D´Salete, Maurício Pestana, Rafael Calça e Jefferson Costa, conforme cita o professor Waldomiro Vergueiro, também do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP, no prefácio da obra.

“Isso ocorre porque – não tenho dúvidas a respeito –, pesquisadores como Nobu se dedicaram com denodo, por meio de sua práxis profissional, a tornar visível a disparidade ou o preconceito subjacente na produção quadrinística brasileira”, afirma Waldomiro Vergueiro.

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