Sônia Apolinário
- 27 de ago. de 2019

Café Literário leva as grandes discussões atuais do país para a Bienal do Livro Rio

Corrupção, meio ambiente, racismo, feminismo e democracia. Os principais temas em discussão, atualmente, no país, pontuam também os debates a serem travados no Café Literário, espaço tradicional da programação da Bienal Internacional do Livro Rio. A 19ª edição do evento será realizada de 30 de agosto a 8 de setembro, no Riocentro, com a presença de 300 autores, entre nacionais e estrangeiros.

No Café Literário, a grande expectativa é a participação do cientista político norte- americano Steven Levitsky, autor do livro “Como as Democracias Morrem”. A data programada para sua participação foi 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Ao lado da historiadora brasileira Lilia Schwarcz, ele participa da mesa intitulada “Sobre Autoritarismos e Democracias”, que contará com a mediação do jornalista Marcelo Lins.

“O Café Literário ficou bem pé no chão, com as grandes discussões que estão sendo travadas

pela sociedade. E isso não foi uma invenção minha, mas um reflexo do atual mercado editorial que também está trazendo esses temas para o público”, comenta a curadora da atração, a jornalista Mànya Millen.

Ao todo, ela montou 31 mesas que reunirão cerca de cem autores. Três delas foram dedicadas ao Japão, país homenageado desta edição da Bienal. Nesta série, o destaque é a participação da ex-professora Kanae Minato, que vai contar como se transformou em autora de best-sellers de livros de suspense, com obras traduzidas em todo o mundo.

De acordo com Mànya, o grande desafio para montar a programação do Café Literário é justamente perceber os principais temas a serem levados para o espaço, a partir das informações enviadas pelas editoras. Inicialmente, ela criou 60 mesas. Misturar ficção e não ficção também foi uma de suas preocupações.

“Quando se vislumbram os temas principais, começa o xadrez de juntar os participantes, dentro desse número gigante de autores”, comenta ela que foi editora do Prosa e Verso, suplemento literário do jornal O Globo e, atualmente, trabalha para o site do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro.

Laurentino Gomes, Luiz Ruffato, Alberto Mussa, Conceição Evaristo, Mary Del Priore e Márcio Souza são alguns dos autores que vão compor as mesas do Café Literário. Ruth Rocha e Ana Maria Machado também estarão lá e serão homenageadas pelos seus 50 anos dedicados aos livros. A cantora Elza Soares, ao lado do cantor e compositor Martinho da Vila, marcará presença na mesa “Muito Além da Música”. A dupla vai falar sobre política, racismo, feminismo, violência e literatura, tendo como mediador o jornalista Zeca Camargo, biógrafo de Elza.

Mànya acredita que esta edição do Café Literário vai contribuir para ajudar o público a “entender o momento em que estamos vivendo”. Para o encerramento, ela “escalou” os jornalistas Mário Magalhães e Miriam Leitão e a Mestra em Políticas Públicas Melina Risso para lançar “Um Longo Olhar Sobre o Brasil”.

Além do Café Literário, a Bienal terá o espaço Arena #SemFiltro , voltado para os jovens. Cultura, empreendedorismo, games, padrão de beleza e orientação sexual são alguns dos temas que serão debatidos.

O Fórum de Educação terá uma programação voltada para os professores. E o Encontro com Autores garante maior aproximação do público com os escritores. Lázaro Ramos, Mauricio de Sousa e a norte-americana Rachel Lippincott - autora de “A Cinco Passos de Você”, que virou filme que faturou mais de US$ 70 milhões em todo o mundo - são alguns dos nomes confirmados para essa atração. Um pavilhão inteiro será dedicado ao público infantil. A Bienal é organizada pela GHL Events Exhibitions e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). A expectativa é que o evento atraia 600 mil pessoas.