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  • Sônia Apolinário

Matisse leva seu selo Niterói Cervejeiro para o Mondial de la Bière Rio

A cervejaria Matisse conquistou o selo Niterói Cervejeiro. É a primeira cigana da cidade a obter essa denominação de origem. A distinção será entregue no sábado (24), na Vila Cervejeira, às 17h, por um representante da prefeitura.

O selo foi criado com a regulamentação, ano passado, da lei nº 3.288. Apelidada de Lei dos Cervejeiros, o texto dispõe sobre o licenciamento de microcervejarias artesanais no município.

Uma marca precisa atender 50 itens para ter direito ao selo. É necessário cumprir, no mínimo, 60% desse total. Dentre as exigências estão, por exemplo, fazer referência à história da cidade em um rótulo, destinar resíduos provenientes da produção para agricultura familiar, locomoção utilizando bicicleta, fomento da cultura cervejeira através de ações colaborativas, promoção de workshops e oficinas, incentivo para funcionários realizarem cursos, emprego de tratamento e reuso de águas, participação nos eventos promovidos pela cidade.

Do total de 100 pontos, a Matisse atingiu 71 e obteve o selo Niterói Cervejeiro de Prata. Quem faz a pontuação mínima ganha o de bronze e quem “gabarita”, leva o selo de ouro.

Sócio da marca lançada em 2017, Mario Jorge conta que o processo para obtenção dessa denominação de origem durou quatro meses. Na sua opinião, trata-se de um processo “complexo”:

“A maior dificuldade é documentar o cumprimento de determinados critérios. Tem toda uma parte que depende da fábrica. Nós somos ciganos e dependemos das documentações providenciadas pela fábrica. Pelo menos, fazemos nossa cerveja sempre no mesmo lugar, no caso, a Lagos. Se cada rótulo fosse feito em um lugar diferente, teríamos que ter os documentos fornecidos por todas as cervejarias”, comenta ele.

A papelada reunida pela marca é encaminhada para avaliação por uma comissão. Essa “banca” é formada por integrantes de várias secretarias e órgãos municipais, além da Universidade Federal Fluminense e Firjan.

Duas cervejarias da cidade que têm suas respectivas fábricas já obtiveram o selo: Noi e Máfia. Outros ciganos estão pleiteando a distinção e estão em processo de avaliação.

Na opinião de Mario Jorge, o selo é importante e pode ser fator determinante para ajudar o consumidor na hora da escolher um rótulo para comprar:

“Os vinhos têm denominação de origem e isso orienta o consumidor. O selo Niterói Cervejeiro também tem essa função de dar respaldo para a marca. Ele indica que o produto respeita os valores do município, que a marca está alinhada com os valores locais”.

Com satisfação, Mario Jorge informa que levará o selo para o stand da Matisse, no Mondial de la Bière, que acontece de 4 a 8 de setembro, no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. Será a segunda participação da marca, no evento.

Dos 11 rótulos já lançados, oito serão levados para o festival, sendo dois lançamentos: a Irish Cream Ale Doyle e a Trippel Acqua Forte.

A primeira é uma homenagem ao um ilustrador e aquarelista inglês Charles Altamont Doyle, atualmente, mais lembrado por ser o pai de Sir Arthur Conan Doyle, o criador do personagem Sherlock Holmes. O artista plástico costumava retratar seres místicos. Doyle, a cerveja, tem 4,7% de teor alcoólico e 15,3 IBU. É uma colaborativa da Matisse com a cervejaria Gnomo, do Rio de Janeiro. Entre seus ingredientes está a fava tonca, que é a semente da árvore Cumaru, o que confere à cerveja aromas de baunilha e canela.

Acqua Forte é uma técnica de pintura que, no século 18, permitia a reprodução de desenhos. Era muito utilizada pelo pintor e gravador holandês Rembrandt. 2019 marca os 350 anos de sua morte e, em todo o mundo, exposições estão sendo apresentadas em sua homenagem. Acqua Forte, a cerveja, tem 12% de teor alcoólico e 36 IBU e leva amêndoa amarga na sua composição.

“A Matisse não poderia ficar de fora dessa homenagem a Rembrandt”, afirma Mario Jorge.

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