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Sônia Apolinário

Cristo se ilumina de azul contra o tráfico de pessoas que faz mais de dois milhões de vítimas a cada

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ficará azul hoje (terça-feira, 30). Das 19h às 20h, a iluminação especial será acesa no monumento com um objetivo: chamar a atenção para o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas é a terceira maior fonte de lucro do crime organizado no mundo, precedido apenas pelo tráfico de drogas e de armas. Diversos organismos internacionais integram a mobilização contra esse crime.

Estima-se que, por ano, 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas de tráfico de seres humanos em todo mundo, segundo informa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Mulheres e meninas são as mais afetadas, submetidas à exploração sexual, que representa 79% dos casos. As mulheres são 66% do universo de vítimas; entre elas 13% têm menos de 18 anos.

Em janeiro passado, a UNODC divulgou que, em 2016, foram registrados 25 mil casos de tráfico de pessoas. De acordo com a instituição, até 2018, 65 países mantêm órgãos responsáveis pela coleta de dados sobre esse tipo de crime. Em 2009, isso só acontecia em 26 países.

Em 2004, o Brasil aderiu ao Protocolo de Palermo, que promulgou diretrizes internacionais de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Por meio do Decreto nº 5.948/2006, o governo brasileiro instituiu uma política nacional para tratar do assunto, regulamentado pela Lei 13.344/16. A chamada “Lei de Tráfico de Pessoas”, passou a punir outras formas de exploração para além da sexual, tais como a remoção de órgãos, o trabalho análogo ao escravo, a servidão e a adoção ilegal, além de garantir atenção às vítimas.

Segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, todos os anos, aproximadamente 60 mil pessoas são levados do país à força, sob ameaça ou enganados quanto à verdadeira razão do deslocamento. Jovens entre 15 e 25 anos são o principal alvo de aliciadores, seja para o tráfico transnacional ou interno. A UNODC, no entanto, estima que o número de vítimas brasileiras cheguem a 100 mil pessoas.

A ONU promove a campanha Coração Azul para chamar a atenção para as questões relacionadas com o tráfico de pessoas. Por isso a cor foi escolhida para essa ação que iluminará o Cristo Redentor. O símbolo foi adotado após Assembleia Geral, em 2013, que aprovou o Plano Global de Combate ao Tráfico de . Os escritórios das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) implementam a campanha em mais de 10 países.

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