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  • Sônia Apolinário

Winemaker Miolo 2019 produzirá um Merlot

Fazer o próprio vinho - da poda da videira à criação de um rótulo personalizado – já é um sonho possível, mesmo para quem mora em área urbana e nunca tenha plantado um pé de uva. A vinícola Miolo “empresta” parte de sua propriedade para quem tiver paciência de participar de um processo com duração de dois anos. Estão abertas as inscrições para o Winemaker Miolo que, a partir de agosto, permitirá aos alunos produzirem um vinho tinto.

Até junho de 2020, serão quatro encontros com uma programação que inclui teoria e prática, além de almoços e jantares temáticos e harmonizados. Na "formatura", cada participante recebe 60 garrafas com rótulo personalizado, desenvolvido a partir do briefing de cada "aluno".

Adriano Miolo, enólogo da família e superintendente do Grupo Miolo, conduz todas as etapas com o suporte de uma equipe técnica da empresa, formada por engenheiros agrônomos e enólogos. Ele já “formou” 112 apreciadores, em cinco turmas de vinho tinto e duas de espumante.

As primeiras aulas de 2019 serão realizadas entre os dias 16 e 18 de agosto. Nesse momento, os participantes terão como tarefa realizar a Poda Seca. Aqui, o trabalho é braçal, com todos munidos com tesouras.

Como informa Adriano, essa fase é a que permite que as videiras frutifiquem desde os primeiros anos de plantio. A poda seca serve também para limitar o número de gemas para regularizar e harmonizar a produção e o vigor, “de modo a não expor as videiras a excessos de produção que podem levá-las a períodos de baixa frutificação”, explica. O processo melhora a qualidade da uva, que pode ser comprometida por conta de uma elevada produção. O vinhedo escolhido para o projeto é de aproximadamente 1 hectar e produz até 10 toneladas.

De 8 a 10 de novembro, quando os vinhedos estão florescendo, os alunos retornam para participar da Poda Verde, cujo objetivo é complementar a Poda Seca. Aqui, o processo também é manual e visa direcionar o crescimento da planta – abrir o dossel vegetativo de maneira a expor as folhas mais favoravelmente à luz e ao ar. É nesse momento, também, que se busca diminuir eventuais estragos na plantação causados pelo vento.

A colheita da uva será feita entre 27 de fevereiro e 1º de maio de 2020, no Lote 43. Essa área,

com 24 hectares, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, foi comprada pelo jovem

imigrante italiano Giuseppe Miolo, viticultor da região de Vêneto, em 1897. O Lote 43 serviu de sustento para a família por várias gerações. A Vinícola Miolo foi criada 92 anos depois, com 30 hectares. Atualmente, o grupo cultiva 1.000 hectares de vinhedos e produz 10 milhões de litros por ano. No Lote 43, 19 hectares estão plantados com as variedades Merlot e Cabernet Sauvignon. A turma de 2019 vai produzir um Merlot DOVV (Denominação de Origem Vale dos Vinhedos).

O último “módulo” acontece de 5 a 7 de junho de 2020, quando o grupo define o corte do vinho, ou seja, define se produzirão com diferentes cepas, ou variedades de uvas e em quais proporções. Nesse momento, os alunos também acertam como será a "cerimônia de formatura", que só vai acontecer no ano seguinte, depois de o vinho permanecer em barricas de carvalho francês e ser engarrafado.

“Cada vinho é como um filho e poder assinar o próprio rótulo é uma emoção que compartilho há 10 anos com todos que participam deste projeto”, afirma Adriano.

Comunic: Como os participantes costumam lidar com a ansiedade uma vez que o processo demora cerca de dois anos?

AM: A ansiedade sempre acontece, mas como os participantes acompanham todo o processo interagindo e fazendo parte do vinho elaborado esta ansiedade acaba minimizando e o tempo passa muito rápido.

Inscrições: winemakers@miolo.com.br

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