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  • Sônia Apolinário

Fotos publicadas pelo jornal Correio da Manhã em exposição na Caixa Cultural

Até o próximo dia 23, a Caixa Cultural Rio de Janeiro apresenta a exposição “Correio da Manhã: uma revolução de imagens nos anos 1960”. São 88 fotos publicadas pelo extinto jornal carioca - um dos mais importantes da história do jornalismo brasileiro. As imagens, registram os principais acontecimentos da vida pública do país, em uma década que mudou o mundo.

A curadora Maria do Carmo Rainho selecionou as imagens a partir de uma pesquisa no acervo do Arquivo Nacional. Protestos de estudantes, passeatas e manifestações de artistas contra a censura foram amplamente noticiados pelo jornal em ensaios fotográficos nos quais o texto assume um papel coadjuvante. Nas páginas dos cadernos de esportes, moda e cultura, os editoriais fotográficos quebraram a rigidez do padrão figurativo que vigorou, por décadas, na imprensa.

O Correio da Manhã foi fundado em 1901, no Rio de Janeiro, pelo jornalista e advogado gaúcho Edmundo Bittencourt. A publicação se caracterizou por fazer oposição a quase todos os presidentes brasileiros no período, razão pela qual o jornal foi perseguido e fechado em diversas ocasiões, e os seus proprietários e dirigentes, presos.

Com a morte de Bittencourt, em 1963, sua nora, a jornalista e empresária baiana Niomar Moniz Sodré Bittencourt assumiu a presidência do jornal. Graças a ela, a publicação viveria uma revolução gráfica, inspirada no que estava sendo feito pelo Jornal do Brasil.

Ela contratou o fotógrafo Erno Schneider para dirigir a editoria de fotografia. Ex-JB, ele é o

autor de uma foto do ex-presidente Jânio Quadros, que se tonou clássica e, em 1962, conquistou o Prêmio Esso de Fotografia para o Jornal do Brasil, que recebeu o título de “Qual é o rumo?

Com Schneider à frente da fotografia do Correio da Manhã, o jornal adquiriu equipamentos modernos e a atuação dos fotógrafos foi ampliada. A equipe passou a intervir, propor e realizar matérias, por meio de ensaios fotográficos que se tornariam comuns, sobretudo no intenso ano de 1968. O jornal também passou a adotar recursos gráficos como o recorte e a superposição para dar mais destaque às imagens.

Uma das fundadoras do Museu de Arte Moderna (MAM), Niomar manteve o jornal na oposição, agora, ao regime militar implantado com o Golpe de 1964. Em 1969, ela teve seus direitos políticos cassados, foi processada e presa. O jornal saiu de circulação em julho de 1974. Nionar morreu em 2003, aos 87 anos.

A exposição é dividida em cinco módulos: política, flagrantes das ruas do Rio de Janeiro, registros da primeira cobertura internacional de uma Copa do Mundo realizada pelo jornal (Inglaterra,1966), arte e moda.

Serviço

Exposição “Correio da Manhã: uma revolução de imagens nos anos 1960

Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro, Galeria 4 – Avenida Almirante Barroso 25, Centro, RJ

Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 21h

Entrada franca

Conheça a história do jornal

Correio da Manhã

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